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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Brasil sedia solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou o Manual de Orientações para a Promoção da Doação Voluntária de Sangue. O evento conta com a participação de 10 países  

Como parte das comemorações ao Mundial do Doador de Sangue, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta terça-feira (16)Manual de Orientações para a Promoção da Doação Voluntária de Sangue. O lançamento foi feito na abertura do evento comemorativo ao dia mundial, que é realizado todos os anos pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Neste ano o Brasil está sediando o evento. O manual tem por objetivo atualizar os profissionais de saúde que atuam diretamente com os doadores de sangue nos serviços de hemoterapia do país, além de uniformizar as suas práticas nacionalmente, respeitando as diversidades regionais.

O Brasil é considerado referência na área de doação de sangue entre os países da América Latina, Caribe e África. Desde 2009, a experiência brasileira vem sendo utilizada em cooperações com oito países para o fortalecimento e desenvolvimento da promoção e captação de doação voluntária.

Durante a solenidade, o ministro ressaltou a importância da cooperação com outros países para debater a troca de experiências, principalmente com relação às iniciativas que estão sendo desenvolvidas no Brasil para o incentivo da prática. “O mais importante é despertar o compromisso de um gesto de solidariedade, concretizado com o ato da doação. Por isso, devemos aproveitar este dia mundial para conclamar a população a doar vida, sendo um doador de sangue”, disse o ministro.

O ministro explicou que o manual visa fortalecer, ainda mais, a doação de sangue no Brasil, possibilitando que os profissionais aperfeiçoem seus processos de trabalho para alcançar resultados cada vez mais eficientes. “Não tenho dúvidas que este manual vai ajudar muito no processo de doação de sangue e na melhoria e inovação de todo o processo, além de auxiliar os países, que estão presentes neste evento, na formação das suas políticas”, afirmou Chioro.

A secretária de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Lumena Furtado, também presente ao evento, ressaltou a importância da política de sangue do Brasil que, segundo ela, é uma estratégia exitosa na qualificação, servindo de exemplo a outros países. “Temos muito orgulho de um país, do tamanho do Brasil e com tantas diversidades, ser referência na política de sangue, podendo ajudar tanta gente”, frisou a secretária. O coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados, do Ministério da Saúde, João Paulo Baccara, explicou que o ato voluntário de doação, iniciado no Brasil a partir da década de 80, contribuiu para a qualidade e segurança do sangue utilizado hoje. “Há alguns anos, 12% do sangue doado no Brasil era rejeitado por oferecer algum risco aos pacientes. Atualmente, o índice de rejeição sorológica é de 3,7%.

Participam do evento representantes da política de sangue da Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, República Dominicana, Honduras, México, Paraguai, Peru, e Uruguai. No encontro, estão sendo debatidos os avanços nas ações e o fortalecimento da doação voluntária de sangue, como estratégia para a autossuficiência de componentes e derivados do sangue nos respectivos países.

COOPERAÇÃO – A primeira cooperação do Brasil entre países da América Latina e Caribe foi firmada em 2009 com o Uruguai para fortalecimento e desenvolvimento do Sistema Nacional de Sangue do país. Já finalizada, a parceria possibilitou o desenvolvimento de uma nova estrutura para o governo uruguaio, permitindo mais controle e melhorias do sistema de sangue. A doação voluntária de sangue foi uma das diretrizes do projeto que norteou a reestruturação do sistema de sangue no Uruguai.

As cooperações consistem em visitas técnicas do Brasil a outros países para realização de consultorias e capacitações. Também são realizadas visitas técnicas de outros países ao Brasil para apresentação do cenário local. Além disso, são disponibilizados manuais e regulamentos nacionais que possam servir como exemplo a outras nacionalidades. Atualmente estão em andamento cooperações com El Salvador, Honduras e Benin para a política de doação voluntária. Para Doença Falciforme, foi firmada parceria com Gana, Senegal, Angola e Jamaica. Em fase de oficialização da cooperação estão a República Dominicana e a Bolívia

DOAÇÃO DE SANGUE – No Brasil a doação de sangue é 100% voluntária e os investimentos incluem a qualificação dos programas de atenção integral à pessoa com Doença Falciforme e aperfeiçoamento da produção de hemocomponentes. Atualmente, 1,8% da população brasileira doa sangue. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) - de que pelo menos 1% da população seja doadora - o Ministério da Saúde trabalha para aumentar este índice.
Vale ressaltar que o sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias eletivas de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como falciforme e a Talassemia, além de doenças oncológicas variadas que necessitam de transfusão frequentemente. Em 2013, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e a máxima para 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido antes dos 60 anos.

Entre 2013 e 2014, houve aumento de 4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões. Já as transfusões de sangue aumentaram 6,8%. Em 2013, foram realizadas três milhões de transfusões de sangue no Brasil, sendo que em 2014 foram 3,3 milhões de procedimentos. Atualmente, existem 32 hemocentros coordenadores e 530 serviços de unidades coleta (hemocentros regionais e núcleos de hemoterapia) distribuídos por todo o País.

INVESTIMENTO – Em 2014, o Ministério da Saúde investiu R$ 917,6 milhões na rede de sangue e hemoderivados. Os recursos foram destinados ao fortalecimento da rede nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para a modernização das unidades, qualificação dos profissionais e processos de produção da hemorrede, além da atenção aos pacientes.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde


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