O ministro da Saúde, Arthur Chioro,
lançou o Manual de Orientações para a Promoção da Doação Voluntária de Sangue.
O evento conta com a participação de 10 países
Como parte das comemorações ao
Mundial do Doador de Sangue, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta
terça-feira (16)Manual de Orientações para a Promoção da Doação Voluntária
de Sangue. O lançamento foi feito na abertura do evento comemorativo ao dia
mundial, que é realizado todos os anos pela Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS). Neste ano o Brasil está sediando o evento. O manual tem por objetivo
atualizar os profissionais de saúde que atuam diretamente com os doadores de
sangue nos serviços de hemoterapia do país, além de uniformizar as suas
práticas nacionalmente, respeitando as diversidades regionais.
O Brasil é considerado referência na
área de doação de sangue entre os países da América Latina, Caribe e África.
Desde 2009, a experiência brasileira vem sendo utilizada em cooperações com
oito países para o fortalecimento e desenvolvimento da promoção e captação de
doação voluntária.
Durante a solenidade, o ministro
ressaltou a importância da cooperação com outros países para debater a troca de
experiências, principalmente com relação às iniciativas que estão sendo
desenvolvidas no Brasil para o incentivo da prática. “O mais importante é
despertar o compromisso de um gesto de solidariedade, concretizado com o ato da
doação. Por isso, devemos aproveitar este dia mundial para conclamar a
população a doar vida, sendo um doador de sangue”, disse o ministro.
O ministro explicou que o manual visa
fortalecer, ainda mais, a doação de sangue no Brasil, possibilitando que os
profissionais aperfeiçoem seus processos de trabalho para alcançar resultados
cada vez mais eficientes. “Não tenho dúvidas que este manual vai ajudar muito
no processo de doação de sangue e na melhoria e inovação de todo o processo,
além de auxiliar os países, que estão presentes neste evento, na formação das
suas políticas”, afirmou Chioro.
A secretária de Atenção à Saúde, do
Ministério da Saúde, Lumena Furtado, também presente ao evento, ressaltou a
importância da política de sangue do Brasil que, segundo ela, é uma estratégia
exitosa na qualificação, servindo de exemplo a outros países. “Temos muito
orgulho de um país, do tamanho do Brasil e com tantas diversidades, ser
referência na política de sangue, podendo ajudar tanta gente”, frisou a
secretária. O coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados, do Ministério da
Saúde, João Paulo Baccara, explicou que o ato voluntário de doação, iniciado no
Brasil a partir da década de 80, contribuiu para a qualidade e segurança do
sangue utilizado hoje. “Há alguns anos, 12% do sangue doado no Brasil era
rejeitado por oferecer algum risco aos pacientes. Atualmente, o índice de
rejeição sorológica é de 3,7%.
Participam do evento representantes
da política de sangue da Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, República
Dominicana, Honduras, México, Paraguai, Peru, e Uruguai. No encontro, estão
sendo debatidos os avanços nas ações e o fortalecimento da doação voluntária de
sangue, como estratégia para a autossuficiência de componentes e derivados do
sangue nos respectivos países.
COOPERAÇÃO – A primeira
cooperação do Brasil entre países da América Latina e Caribe foi firmada em
2009 com o Uruguai para fortalecimento e desenvolvimento do Sistema Nacional de
Sangue do país. Já finalizada, a parceria possibilitou o desenvolvimento de uma
nova estrutura para o governo uruguaio, permitindo mais controle e melhorias do
sistema de sangue. A doação voluntária de sangue foi uma das diretrizes do
projeto que norteou a reestruturação do sistema de sangue no Uruguai.
As cooperações consistem em visitas
técnicas do Brasil a outros países para realização de consultorias e
capacitações. Também são realizadas visitas técnicas de outros países ao Brasil
para apresentação do cenário local. Além disso, são disponibilizados manuais e
regulamentos nacionais que possam servir como exemplo a outras nacionalidades.
Atualmente estão em andamento cooperações com El Salvador, Honduras e Benin
para a política de doação voluntária. Para Doença Falciforme, foi firmada
parceria com Gana, Senegal, Angola e Jamaica. Em fase de oficialização da
cooperação estão a República Dominicana e a Bolívia
DOAÇÃO DE SANGUE – No Brasil a
doação de sangue é 100% voluntária e os investimentos incluem a qualificação
dos programas de atenção integral à pessoa com Doença Falciforme e
aperfeiçoamento da produção de hemocomponentes. Atualmente, 1,8% da população
brasileira doa sangue. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da
Organização Mundial de Saúde (OMS) - de que pelo menos 1% da população seja
doadora - o Ministério da Saúde trabalha para aumentar este índice.
Vale ressaltar que o sangue é
essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias eletivas de
grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como falciforme e a
Talassemia, além de doenças oncológicas variadas que necessitam de transfusão
frequentemente. Em 2013, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18
para 16 anos (com autorização do responsável) e a máxima para 69 anos, desde
que a primeira doação tenha sido antes dos 60 anos.
Entre 2013 e 2014, houve aumento de
4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões.
Já as transfusões de sangue aumentaram 6,8%. Em 2013, foram realizadas três
milhões de transfusões de sangue no Brasil, sendo que em 2014 foram 3,3 milhões
de procedimentos. Atualmente, existem 32 hemocentros coordenadores e 530
serviços de unidades coleta (hemocentros regionais e núcleos de hemoterapia)
distribuídos por todo o País.
INVESTIMENTO – Em 2014, o
Ministério da Saúde investiu R$ 917,6 milhões na rede de sangue e
hemoderivados. Os recursos foram destinados ao fortalecimento da rede nacional
do Sistema Único de Saúde (SUS) para a modernização das unidades, qualificação
dos profissionais e processos de produção da hemorrede, além da atenção aos
pacientes.
Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
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