A relevância da pauta política
e o peso desproporcional conferido ao noticiário macroeconômico distanciam os
jornais deste domingo (14) dos interesses centrais da indústria, entre as menções
registra-se em MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S.PAULO, a seguinte informação:
“CNI, US Chamber e o Cebeu encaminharam aos presidentes Dilma e Obama três
pedidos. O primeiro é um futuro acordo de livre comércio”.
De forma complementar, MERCADO
ABERTO ainda completa que “outras reivindicações são o fim da bitributação e do
visto de entrada em ambos os países. Dilma irá aos EUA no final deste
mês".
FOLHA DE S. PAULO
Governo Dilma quer idade
mínima para aposentadoria
O ESTADO DE S. PAULO
‘PMDB não repetirá aliança com
PT’, afirma Cunha
O GLOBO
Fila de navios dá prejuízo
bilionário à Petrobras
CORREIO BRAZILIENSE
Grilagem vertical toma conta
de condomínios
O programa de concessões em
logística segue entre as referências do dia e, assim como outros temas de longo
alcance relacionados a PIB e investimento, se associa indiretamente à pauta da
indústria.
As indicações, porém, não são
objetivas. Em geral, os jornais contextualizam a conjuntura a partir de
assuntos que incorporam também outros temas relacionados.
O ESTADO DE S.PAULO ressalta
que o plano foi recebido pelo setor privado como um “bom ponto de partida”.
“Ao contrário da rodada
anterior, o governo se mostra disposto a negociar e garantir um ‘preço justo’
aos concessionários, o que demonstra uma dose maior de pragmatismo do que o
visto na rodada anterior”.
Jornal relata ainda que a Taxa
Interna de Retorno (TIR) dos projetos será mais alinhada com o mercado. E
lembra que o ministro Nelson Barbosa afirmou que “consideramos que todos os
projetos são atraentes, e que há demanda para eles”.
Outra reportagem de O ESTADO
DE S.PAULO alerta que o baixo investimento no setor “tem distanciado o Brasil
dos principais concorrentes e reduzido a competitividade nacional”.
Jornal adverte que, nos
últimos 15 anos, apesar de algumas concessões feitas pelo governo, o país perdeu
12 posições no ranking mundial elaborado pelo International Institute for
Management Developmente.
Em texto coordenado, ESTADÃO
afirma que o pacote de concessões lançado na semana passada tenta equilibrar a
matriz de transporte brasileira, “hoje baseada nas rodovias”.
Ainda no ESTADÃO, registra-se
artigo assinado pela jornalista Suely Caldas, que afirma que o recém-lançado
Programa de Investimento em Logística tem diferenças positivas em relação ao
primeiro. Segundo o texto, o pacote lançado em 2012 foi um “fiasco”.
Um dos destaques de maior
impacto para a cobertura setorial da indústria, porém, está em O GLOBO.
Jornal carioca expõe: o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o foco da pasta nesta semana é a
aprovação do projeto que trata da redução da desoneração da folha de pagamento.
“É preciso votar a desoneração
da folha que nós mandamos. Pois é muito importante para a saúde e a longevidade
da nossa Previdência Social. Temos de concluir essa votação sem alterações no
texto, que deve ficar como mandamos”, afirmou o ministro, segundo O GLOBO.
FOLHA DE S.PAULO analisa o que
chama de “ativismo” legislativo. “Essa aparência de progresso institucional se
acompanha, porém, dos mais visíveis sintomas de reacionarismo político,
prepotência pessoal e intimidação ideológica”.
O ESTADO DE S.PAULO avalia a
reforma política que a Câmara deve votar em segundo turno essa semana e prevê a
aprovação que pelo menos duas propostas: “o fim da reeleição dos chefes de
Executivo e o mandato de cinco anos”. “Ambas são do maior interesse dos
deputados - e talvez só deles”, completa o texto.
Já O GLOBO chama a atenção
para a “exclusão de parte da população das práticas de planejamento familiar”,
o que, na opinião do jornal, é “um privilégio de quem tem mais escolaridade e
renda”. Texto defende que o tema seja tratado de acordo com a conveniência de
cada mulher “sem restrição religiosa” ou “preconceitos políticos”.
ELIO GASPARI, em O GLOBO e na
FOLHA DE S.PAULO, aborda o lançamento do pacote de concessões do governo
federal.
Em tom crítico, afirma que,
“em 2012, no Plano de Investimentos em Logística, o PIL 1, a doutora
[referência à presidente Dilma Rousseff] anunciou investimentos de R$ 241,5
bilhões. Realizou R$ 55,4 bilhões. Donde, sobraram R$ 186,1 bilhões”.
O ex-presidente do Banco
Central HENRIQUE MEIRELLES afirma em sua coluna semanal na FOLHA DE S.PAULO que
“independentemente de controvérsias, é necessário, portanto, que as medidas
contra a inflação sejam suficientemente fortes e comunicadas com clareza para
que haja queda consistente das expectativas para 2016 e 2017”.
“Se convergirem à meta,
permitirão redução considerável dos juros e retorno do crescimento”, resume o
texto. MEIRELLES avalia ainda que a economia brasileira só voltará a crescer de
forma vigorosa e sustentável com reformas estruturais.
Como ponto de atenção, FOLHA
DE S.PAULO publica caderno especial sobre formação profissional.
Uma das reportagens afirma que
o cenário travado no mercado de trabalho faz com que profissionais aproveitem
para investir em formação.
"É um momento em que as
pessoas se lembram do fator empregabilidade. Alguns são pegos de surpresa e têm
que correr atrás", afirma Ricardo Fasti, diretor da BSP (Business School
São Paulo), conforme reproduz a FOLHA.
As coberturas com foco na
articulação política e nas relações do Palácio do Planalto com a base aliada
estão em destaque nos jornais nacionais.
É grande o interesse da mídia
por explorar aspectos sensíveis de determinadas alianças. A pauta legislativa
se sobressai em alguns casos. Com o 5º Congresso Nacional do PT como
referência, outra parte da exposição também se consolida.
O PMDB experimenta níveis
elevados de exposição. Reportagens especiais e informações de bastidores
remetem a posturas assumidas pela legenda que podem repercutir nos próximos
dias. Duas entrevistas exclusivas merecem atenção.
O ministro da Defesa, Jaques
Wagner, diz ao CORREIO BRAZILIENSE que o PT precisa esperar os resultados do
ajuste fiscal para criticar a política econômica. Wagner afirma ainda que, em
economia, as coisas levam tempo para acontecer, mas quem é da base tem que
apoiar.
Já o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, admite a O ESTADO DE S.PAULO rusgas com o
vice-presidente Michel Temer, mas promete solidariedade e ameaça antecipar o
“desembarque” do PMDB do governo – é a manchete do jornal. Cunha afirma
preferir ser “ditador” a “frouxo”.
O encontro do PT, em Salvador,
é alvo de balanços por parte dos jornais. Textos revelam que o partido decidiu
não confrontar a presidente Dilma Rousseff e atenuou mais as críticas à
política econômica.
“Intitulada Carta de Salvador,
a resolução política do encontro evitou ataques ao ajuste fiscal, não citou o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e rejeitou a proposta que pregava o
rompimento da aliança com o PMDB”, informa o ESTADÃO.
FOLHA DE S.PAULO relata que,
apesar da rejeição da revisão da política de alianças, dirigentes petistas
ecoavam gritos de "fora, Cunha".
Em outra frente do noticiário,
ESTADÃO expõe dados do TSE de 2015 que mostram redução significativa no número
de pessoas que se filiaram a partidos políticos em um ano de pré-eleição
municipal.
Reportagem coordenada
acrescenta que apenas 8 dos 33 partidos políticos atuais não tiveram queda no
estoque de filiados nos primeiros cem dias de 2015 em relação ao fim do ano
passado.
“Mas só dois deles tiveram um
aumento considerável no número de filiados – e são justamente os dois que fazem
maior oposição ideológica ao governo federal: PSDB e PSOL”.
Também merece atenção
reportagem em FOLHA, segundo a qual técnicos do TCU que examinaram os números
do governo concluíram que a gestão Dilma acumulou dívidas muito superiores às
reconhecidas na contabilidade oficial.
Segundo os cálculos, até o
final de 2014 as dívidas superaram em R$ 140 bilhões o valor do patrimônio do
governo.
Em texto relacionado, FOLHA
registra que o governo federal discorda dos critérios adotados pelo TCU.
Complementando o dia, FOLHA DE
S.PAULO publica entrevista com o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto,
que foi chamado para explicar a doação de R$ 3 milhões à entidade pela
empreiteira Camargo Corrêa.
Ao jornal paulista, Okamotto
afirma que as palestras do ex-presidente não são para qualquer um e rechaça
irregularidades nas contas do instituto.
Questões relacionadas a
infraestrutura continuam no centro do noticiário econômico. Itens relacionados
ao futuro do investimento e ao interesse de parceiros privados em projetos de
grande vulto estão em evidência.
O ESTADO DE S.PAULO, por
exemplo, destaca que cálculos do professor João Manoel Pinho de Mello, do
Insper, apontam que os financiamentos concedidos a países estrangeiros, para
abrir caminho a empreiteiras brasileiras no exterior, embutem bilhões de
dólares em subsídios oferecidos pelo BNDES.
A cifra chega perto dos US$
4,5 bilhões. “O valor é quase metade do volume de recursos que o banco
emprestou desde 2007,que foi de US$ 11,9 bilhões”, relata o jornal.
Em texto relacionado, ESTADÃO
reforça que o BNDES qualifica como “absurdo” chamar os financiamentos à
exportação de “generosos”. Em nota, o banco defendeu que “financiamento à
exportação e captação do País em bônus não têm taxas comparáveis”.
O ESTADO DE S.PAULO afirma que
o baixo investimento no setor tem distanciado o Brasil dos principais
concorrentes e reduzido a competitividade do produto nacional.
“Nos últimos 15 anos, apesar
de algumas concessões feitas pelo governo na área de rodovias, aeroportos e
energia, o País perdeu 12 posições no ranking mundial, elaborado pelo
International Institute for Management Development (IMD) e compilados pela
Fundação Dom Cabral”, informa o jornal.
Outra reportagem do ESTADÃO
relata que a segunda edição do programa de concessões foi recebida, no setor
privado, como um bom ponto de partida.
“Ao contrário da rodada
anterior, o governo se mostra disposto a negociar e garantir um ‘preço justo’
aos concessionários, o que demonstra uma dose maior de pragmatismo do que o
visto na rodada anterior. Falta, porém, criar as condições para tirar os projetos
do papel”.
Em outra frente, FOLHA DE
S.PAULO informa em manchete que o governo federal vai discutir a elaboração de
uma PEC que fixe uma idade mínima para a aposentadoria e apresente também uma
nova fórmula para garantir o valor integral do benefício.
Segundo o jornal, essa é uma
das propostas que serão apresentadas às centrais sindicais amanhã como
alternativa ao fator previdenciário.
Como ponto de atenção, FOLHA
DE S.PAULO publica entrevista com o ex-presidente do Banco Central Affonso
Celso Pastore, que avalia que o país está preso a um círculo vicioso em que a
recessão reduz a arrecadação do governo, elevando a necessidade de mais cortes
de gastos e aumento de carga tributária, gerando mais recessão.
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