O protagonismo da população
brasileira nos processos de vigilância em saúde foi preconizado pela Reforma
Sanitária, que, durante a redemocratização dos anos 1980, criou o Sistema Único
de Saúde (SUS). Na prática, porém, com alguma exceção, o que se observa, nos
últimos trinta anos, é a prevalência da vigilância feita nos moldes
tradicionais, ou seja, focada na identificação e controle de doenças e numa
visão exclusivamente biomédica dos modelos de saúde. Ao discutir esse tema, na
próxima quarta-feira (20/7), o Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos
da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) pretende apresentar
propostas alternativas a esse modelo tradicional, que vêm sendo construídas por
pesquisadores no sentido de acolher a participação popular de maneira mais
efetiva na vigilância em saúde. Participam do debate os pesquisadores Marcelo
Firpo e Paulo Sabrosa, ambos da Ensp. A coordenação é do professor Gil Sevalho,
também da unidade da Fiocruz.
Segundo explicação de Gil
Sevalho, durante o Centro de Estudos, serão expostas três experiências de
vigilância popular: a Vigilância em Saúde, de base local, territorial; a
Vigilância Popular em Saúde e a Vigilância Civil da Saúde. A ideia é buscar
pontos de contato e debater esses três modelos que se pretendem alternativos à
vigilância tradicional.
"Além de não incluir a
participação popular, a vigilância em saúde tradicional age mais no senido de
controle de doenças. Essas três visões que pretendem compartilhar buscam
identificar situações de saúde, mudando inclusive suas fontes de informação e
incorporando a população de forma ativa, a fim de alcançar a transformação
social", disse o coordenador do próximo Centro de Estudos.
Saiba mais sobre o Centro de Estudos da Ensp/Fiocruz.
Informe Ensp
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