Linfomas são tumores malignos
que podem aparecer nos gânglios (também chamados linfonodos). Esses gânglios ou
linfonodos têm a função importante de combater infecções. E o linfoma Não
Hodgkin (LNH) possui uma classificação com mais de 20 subtipos diferentes, que
exigem diferentes protocolos de tratamento curativo ou que proporcionem aumento
de sobrevida do paciente. O linfoma não-Hodgkin voltou aos noticiários depois
que o ator Edson Celulari revelou estar com a doença. Mas Edson não é a
primeira figura pública que enfrenta/enfrentou uma batalha contra esse tipo de
câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA), estima-se que só em 2016 surgirão 10.240 novos casos, sendo 5.210 em
homens e 5.030 em mulheres.
A chefe do Serviço de
Hematologia do INCA, Jane Dobbin, explica que as taxas de incidência do LNH
aumentaram cerca de 3% a 4% na maioria dos países desenvolvidos . “Isso se
deu, em parte, aos fatores ambientais (exposição a pesticidas e herbicidas),
determinados vírus e bactérias, situações de imunodeficiência como nas doenças
autoimunes e no pós-transplante. Isso pode ter contribuído para o aumento da
incidência do LNH”, explica.
Contato com pesticidas,
solventes e fertilizantes ou exposição a altas doses de radiação são
considerados fatores que propiciam o desenvolvimento do LNH. Quem tem o sistema
imune comprometido por conta de doenças genéticas hereditárias também podem
desenvolver a doença, além de pessoas que usam drogas imunossupressoras ou
tiveram infecção pelo HIV. Dobbin explica ainda que o desenvolvimento da doença
entre parentes de primeiro grau é cerca de um e meio a quatro vezes maior.
Entretanto, mesmo que alguns
fatores sejam considerados de risco quando se trata de linfoma não-Hodgkin, na
maioria dos casos, as causas são desconhecidas. Assuka Marina, zootecnista, que
mora em Pirassununga (SP), não pertencia a nenhum grupo de risco quando
descobriu que possuía linfoma não-Hodgkin, em maio de 2014. Depois de um
desmaio repentino em casa, buscou o pronto socorro para verificar o motivo. “Comecei
a ter uma tosse seca e achei que podia ser um problema com o pulmão. Fiz o
raio-x e apareceu um linfoma no lado esquerdo do mediastino”, explica.
Depois disso, começou a sentir dores no corpo.
Entre os principais sintomas
do LNH estão aumento dos linfonodos do pescoço, axilas e/ou virilha, suor
noturno excessivo, febre, coceira na pele e perda de peso inexplicada. “Não
existem exames preventivos, mas como qualquer tipo de linfoma pode causar
sintomas sistêmicos acompanhados de aumento dos linfonodos, é importante que o
paciente procure imediatamente um atendimento médico, para que o diagnóstico
seja feito o mais precoce possível”, alerta Jane Dobbin.
Para um diagnóstico do LNH, é
necessário realizar uma série de exames que permitem determinar o tipo exato de
linfoma e esclarecer outras características úteis para tomar uma decisão
precisa e eficaz em termos de tratamento a ser empregado. Após a confirmação do
diagnóstico para linfoma não-Hodgkin, a doença é classificada de acordo com o
tipo e o estágio em que se encontra. Os linfomas indolentes (crescimento lento)
correspondem à aproximadamente 40% dos casos, e os agressivos (desenvolvimento
rápido), pelos 60% restantes.
Quando Assuka procurou o
Hospital de Câncer de Barretos, o câncer ainda estava em estágio inicial. Após
conseguir a consulta na unidade , todos os exames foram feitos para dar o
diagnóstico preciso da doença. “Entre a primeira consulta, a cirurgia para
colocar o cateter interno e a primeira sessão de quimioterapia em Barretos
levou em torno de 20 dias. No particular, devido à burocraria, eu teria que
esperar em torno de 20 dias só para liberarem um exame, e quem tem câncer não
pode esperar”, lembra.
Existem diversas opções de
tratamento que podem ser aplicadas em caso de LNH. A maioria dos linfomas é
tratado com quimioterapia (combinação de duas ou mais drogas), associação de
imunoterapia e quimioterapia, e a radioterapia (forma de radiação que reduz a
carga tumoral em locais específicos para aliviar sintomas ou reforçar o
tratamento quimioterápico). Assuka realizou oito sessões de quimioterapia e 17
sessões de radioterapia para erradicação do linfoma considerado agressivo. Caso
o linfoma seja indolente (crescimento lento), deve-se observar clinicamente o
seu desenvolvimento e, em alguns casos, realizar tratamentos intensivos.
A chefe do Serviço de
Hematologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA),
Jane Dobbin, conta que o SUS financia o tratamento oncológico do paciente desde
o “tratamento cirúrgico, radioterápico, quimioterápico, iodoterápico e
transplantes. O Ministério da Saúde habilita o hospital ou clínica e, a partir
daí, eles podem emitir AIH (Autorização de internação hospitalar, do Sistema de
Informações Hospitalares – SIH-SUS) e APAC (hospital e clínica isolada de
radioterapia ou de quimioterapia)”.
A quimioterapia e radioterapia
de Assuka acabaram em dezembro de 2015, mas só em abril de 2016, depois de
realizar o pet scan (exame de imagem que utiliza uma substância radioativa (18-
Fluordesoxiglicose) para rastrear células tumorais no organismo), foi dado o
resultado negativo para LNH. Com o diagnóstico, Assuka voltou a trabalhar
normalmente.
Para saber mais informações
sobre linfoma não-Hodgkin, procure a secretaria de saúde da sua cidade.
Aline Czezacki, para o Blog da
Saúde e com informações do INCA
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