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sábado, 9 de julho de 2016

Publicação da OMS aborda tratamento para doença do refluxo gastrintestinal em crianças

Novo fascículo de publicação da OPAS/OMS trata da doença do refluxo gastrintestinal em crianças. Foto: EBC

O décimo primeiro fascículo da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da assistência farmacêutica” foi lançado na quinta-feira (7) pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil em conjunto com a pesquisadora Lenita Wannmacher.
O tema da nova publicação, escrita pela pediatra e professora associada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Elza Daniel de Mello, foi o tratamento da doença do refluxo gastrintestinal em crianças.

Segundo a pediatra, existem diferenças entre refluxo gastroesofágico, condição comum durante a infância e que costuma desaparecer espontaneamente, e a doença do refluxo gastroesofágico, que requer algumas medidas após diagnóstico clínico.

O refluxo nada mais é que a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, constituindo um processo fisiológico normal, com episódios breves que geralmente não causam sintomas ou lesões. Já a doença é caracterizada por complicações associadas, como esofagite e problemas pulmonares e, nesses casos, a criança deve seguir tratamento medicamentoso.

“Mais de 50% das crianças demonstram melhora ou resolução dos sintomas com medidas conservadoras que incluem alimentos espessos, fracionamento de refeições, não exposição à fumaça do tabaco, posição vertical após alimentação”, disse a pediatra. “O tratamento medicamentoso tem por base a supressão ácida”, completou.

De acordo com a publicação, crianças com menos de 1 ano que manifestarem sinais e sintomas de refluxo devem ser tratadas, inicialmente, com medidas alimentares e orientações posturais — com avaliação da possibilidade de alergia à proteína do leite de vaca. Já as crianças com a doença que não responderem ao tratamento conservador, a recomendação é tratamento com ranitidina por oito semanas.

Crianças maiores com sintomas da doença que não responderem às medidas conservadoras podem fazer teste terapêutico com omeprazol. Aquelas que não responderem ao tratamento com o remédio devem ser encaminhadas a consulta especializada para nova avaliação. No caso de aparecimento de esofagite, o omeprazol também pode ser administrado, mas em casos graves é preciso investir em mudanças de estilo de vida.

Sobre a série “Uso Racional de Medicamentos”
O projeto busca fornecer a profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis, sobre tratamentos para doenças.

Nos próximos meses, serão lançados mais nove fascículos em português com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causas de morte apontadas pela OMS em maio de 2014.

Todos os 11 capítulos da série estarão disponíveis gratuitamente para download e poderão ser acessados na área de publicações da página da OPAS/OMS Brasil na Internet.


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