O investimento será para o
desenvolvimento de vacina, outras tecnologias e estudos da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz) no combate ao mosquito Aedes aegypti
Presidenta Dilma e ministro Marcelo Castro visitaram a Fiocruz e conheceram os projetos em andamento na instituição. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR |
O ministro da Saúde, Marcelo
Castro, anunciou nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro (RJ), o
investimento de R$ 10,4 milhões para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o
desenvolvimento de estudos no combate ao mosquito Aedes aegypti. Destes, R$ 4,4
milhões serão para o financiamento da vacina contra o vírus Zika. O restante,
cerca de R$ 6 milhões (US$ 1,5 milhão), será destinado para projetos de
cooperação bilateral para pesquisas de Zika e microcefalia entre a Fiocruz e o
National Institutes of Helth (NIH) – agência de saúde do governo
norte-americano. O repasse do recurso será feito por descentralização de
crédito orçamentário.
Diante da situação de
emergência em saúde, o investimento do Ministério da Saúde em estudos
científicos já ultrapassa R$ 125 milhões para o desenvolvimento de vacinas e
soros para as doenças causadas pelo Aedes aegypti. “O Brasil tem sido
protagonista nesta área, e o Ministério da Saúde desde o início está dialogando
com cientistas nacionais e internacionais e não poupará recursos para que seja
possível desvendar a atuação do vírus Zika e combater, de forma efetiva, seu
alcance”, ressaltou o ministro.
O investimento em novas
tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti
e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal, além da
parceria com os governos estaduais e municipais. O anúncio dos acordos ocorreu
durante a visita às instalações da Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde o ministro
Marcelo Castro, juntamente com a presidenta Dilma Rousseff, conheceram os
projetos em andamento na instituição.
A Fiocruz está à frente de
estudos na área de diagnóstico, prevenção e tratamento para doenças
transmitidas pelo vetor. Durante o encontro foram apresentadas inovações no
combate ao Aedes aegypti, como, por exemplo, o programa científico
internacional ‘Eliminar a Dengue’. A proposta é usar os mosquitos com a
bactéria Wolbachia como uma alternativa segura e autossustentável para o
controle da dengue e de outros vírus, como Zika e Chikungunya.
Outro projeto em andamento é a
produção de 500 mil testes nacionais de biologia molecular para a realização de
diagnóstico de dengue, chikungunya e Zika. Hoje, o Brasil possui um teste para
identificar cada doença, pois em cada processo são usados reagentes importados
e, para descartar a presença da dengue e chikungunya, é necessário realizar
cada exame separadamente.
Em fevereiro, a diretora-geral
da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, também esteve na
instituição para acompanhar as ações desenvolvidas no combate ao mosquito. Na
ocasião, Chan elogiou a atuação do governo brasileiro para o enfrentamento ao
vírus Zika e se comprometeu a facilitar uma maior colaboração internacional,
coordenando esforços internacionais em busca de um objetivo comum de achar
vacinas e outras formas de combater ao Aedes aegypti.
PESQUISAS – O Ministério da
Saúde vai incluir o vírus Zika no teste NAT realizado nas bolsas de sangue em
todo o país. A ação contará com o apoio dos Estados Unidos para dar celeridade
nos processos de registro e a expectativa é que o Brasil se torne um centro de
referência para validação dos ensaios ou testes moleculares que tem o vírus
Zika como alvo. A produção do teste NAT com a inclusão do vírus Zika será feito
pelo Laboratório Biomanguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, que já detém a
plataforma NAT no país, e a celeridade dos processos de registro ficarão a
cargo de parceria firmada entre Anvisa e o FDA, agência reguladora dos
EUA.
O anúncio foi feito em
fevereiro após Reunião Bilateral Brasil-EUA Fortalecimento da Cooperação para a
Resposta à Epidemia do Vírus Zika, realizada em Brasília. Também já estão em
andamento outras parcerias entre os dois países, como a firmada com a
Universidade Medical Branch, do Texas, para o desenvolvimento da vacina com o
vírus Zika. A parceria no Brasil para desenvolvimento da vacina será com o
Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O
governo brasileiro vai investir aproximadamente R$ 10 milhões nesse programa.
Outra ação desenvolvida é a
parceria com o governo da Paraíba e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças
Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos para um estudo de caso controle de
microcefalia relacionada ao vírus Zika no Brasil. O objetivo da pesquisa é estimar
a proporção de recém-nascidos com microcefalia associada ao Zika, além do risco
da infecção pelo vírus.
Além disso, foi assinado
contrato entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para financiamento
da terceira e última fase da pesquisa clínica para a vacina da dengue. No
total, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões nos próximos dois anos
para o desenvolvimento do estudo. Além da pasta, outros órgãos do governo
federal devem colocar mais R$ 200 milhões. Também foi assinado, na mesma ocasião,
investimento por parte do Ministério da Saúde de mais R$ 8,5 milhões no
desenvolvimento de soro contra o vírus Zika.
Atualmente, o Ministério da
Saúde está firmando parceria com os ministérios de Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e Educação (MEC) para o lançamento de uma série de editais que
vão financiar pesquisas nesta área. Vale ressaltar que a pasta já está
realizando reuniões para definição das áreas prioritárias e a seleção de
projetos de médio e longo prazo que receberão estes investimentos.
Por Nivaldo Coelho
Agência Saúde
Agência Saúde
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