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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Probióticos saudáveis são extraídos de cocô de bebê


Ácidos graxos de cadeia curta
Os probióticos ganharam o gosto dos consumidores, e agora parecem estar em toda parte - em iogurtes, picles, pães e até mesmo em comida para cachorro.

Mas há um lugar onde você não esperaria encontrar probióticos naturais: em fraldas sujas.
Sim, é isso mesmo - o cocô de nenê é rico em bactérias muito saudáveis e que, devidamente preparadas, poderiam ser ingeridas com benefícios à saúde.

Ao menos é o que garantem o Dr. Hariom Yadav e seus colegas da Escola de Medicina Wake Forest (EUA). Eles desenvolveram um coquetel probiótico derivado de cepas de bactérias intestinais retiradas das fezes de bebês que ajudaram a aumentar a capacidade do organismo dos adultos a produzir ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs).

"Os ácidos graxos de cadeia curta são um componente essencial da boa saúde intestinal. As pessoas com diabetes, obesidade, doenças autoimunes e câncer frequentemente têm menos ácidos graxos de cadeia curta. O seu aumento pode ser útil para manter ou mesmo restaurar um ambiente intestinal normal e, esperamos, melhorar a saúde," disse Yadav.

Mas por que ir procurar probióticos no cocô de bebê?
"Os bebês geralmente são muito saudáveis e claramente não sofrem de doenças relacionadas à idade, como diabetes e câncer," disse Yadav. "E, claro, o cocô deles está prontamente disponível."

Probiótico de cocô de nenê
Para demonstrar sua teoria, a equipe coletou amostras fecais das fraldas de 34 bebês saudáveis. Depois de seguir um rigoroso protocolo de isolamento, caracterização e validação de segurança das linhagens com atributos probióticos de lactobacilos e enterococos do intestino infantil, os pesquisadores selecionaram as 10 melhores cepas dentre as 321 analisadas.

Para testar a capacidade desses probióticos de origem humana para alterar o microbioma intestinal - bactérias que vivem dentro do trato digestivo - e sua capacidade de produzir AGCCs (ácidos graxos de cadeia curta), eles foram aplicados em animais de laboratório em doses únicas ou em sequências de até cinco doses consecutivas. Além disso, os pesquisadores injetaram a mesma mistura probiótica, composta pelas 10 cepas bacterianas selecionadas, nas mesmas doses, em um meio de fezes adultas para simular o intestino humano.

Tanto a dose única quanto as cinco doses consecutivas melhoraram o microbioma intestinal e a produção de AGCCs, tanto no intestino dos animais de laboratório, quanto nas fezes humanas.

"Este trabalho fornece evidências de que esses probióticos de origem humana poderiam ser explorados como regimes bioterapêuticos para doenças humanas associadas ao desequilíbrio do microbioma intestinal e à diminuição da produção de AGCCs no intestino," disse Yadav. "Nossos dados devem ser úteis para futuros estudos destinados a investigar a influência dos probióticos no microbioma humano, metabolismo e doenças associadas."
Os resultados foram publicados na revista Nature Scientific Reports

Diário da Saúde, Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay


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