Tratamento que será para
câncer de pulmão e melanoma em estágios avançados traz menos efeitos colaterais
e maior sobrevida
Imunoterapia é administrada
por via intravenosa para estimular o sistema imunológico
- cacalo / Márcio Oliveira/
Divulgação
A partir da última desta
sexta-feira(21), o Hospital de Amor, novo nome do Hospital de Câncer de
Barretos, vai oferecer aos seus pacientes, todos tratados de forma gratuita,
imunoterapia como tratamento para câncer de pulmão e melanoma metastáticos.
Hoje, o tratamento padrão oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a
doença neste estágio é a quimioterapia, que, segundo estudos, traz mais efeitos
colaterais. Por ano, estima-se que uma média de 100 pessoas receba o tratamento
no hospital de São Paulo.
Na imunoterapia, usa-se
medicamentos para estimular o sistema imunológico do paciente a reconhecer e
destruir células cancerosas de maneira mais eficaz. Segundo estudos em câncer
de pulmão avançado e melanoma, a imunoterapia apresenta maior sobrevida nestes
pacientes.
Para viabilizar a oferta do
tratamento de alto custo, foi preciso um acordo entre o hospital, que é privado
mas recebe recursos do Estado de São Paulo, o governo do estado e a MSD
farmacêutica que detém a patente do pembrolizumabe, Keytruda, utilizado na
imunoterapia, a MSD.
De acordo com o oncologista
clínico do Hospital de Amor, Pedro De Marchi há uma série de critérios que
serão utilizados para a escolha do paciente que receberá a imunoterapia, como
estar bem clinicamente. Ele ressalta os benefícios do tratamento, explicando
que a quimioterapia para câncer de pulmão metastático faz com que a sobrevida
seja em torno de oito meses. Com a imunoterapia, sobe para 30 meses. E ainda há
possibilidade de parte desses pacientes se curarem.
A intenção, acrescenta o
oncologista, é oferecer o tratamento para quem têm maior chance de resposta.
— Embora não vá curar todos os
pacientes, no mínimo, aumenta tempo de vida — defende o médico. — A intenção é
que isso se difunda e sirva ao menos para se discutir formas para parar de
judicializar o acesso a imunoterapia. Hoje, o paciente do SUS só tem acesso via
processo judicial à uma droga aprovada no Brasil, e isso pode levar meses e não
dar mais tempo.
Mais qualidade de vida
Mesmo que a imunoterapia possa
apresentar menos efeitos colaterais que a quimioterapia, eles podem ocorrer.
Nesse caso, serão alterações relativas a um aumento do sistema imune, como
alterações na tireoide. Ao ativar este sistema, eventualmente, células imunes
podem atacar tecidos normais e o paciente ter inflamação em diferentes partes
do corpo.
— Mas a frequência em que isso
acontece é de 10%. O resto (dos efeitos) são efeitos de gravidade baixa que se
consegue controlar com medicação. Já foi demonstrado que a qualidade de vida é
melhor com imunoterapia do que com quimioterapia — destaca o oncologista Pedro
De Marchi.
A Diretora Médica de Oncologia
da MSD Brasil, Márcia Abadi, diz que a imunoterapia vem para mudar o
"paradigma do tratamento do câncer". Ela a defende como uma
alternativa com mais chance de sobrevida ao paciente se comparada com a
quimioterapia para câncer de pulmão e melanoma metástatico.
— Segundo estudos clínicos,
cerca de 40% dos pacientes com melanoma avançado estão vivos após cinco anos,
com aumento de sobrevida e de qualidade de vida, algo inimaginável há uma
década — destaca
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