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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SVS inicia inquérito para validar eliminação do tracoma como problema de saúde pública


Para alcançar esse resultado, é necessário comprovar índices de prevalência de tracoma inflamatório e triquíase tracomatosa

A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde acaba de iniciar um inquérito para validação da eliminação do tracoma como problema de saúde pública no país. O trabalho está sendo feito conforme a metodologia de mapeamento recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e a iniciativa Tropical Data.

O inquérito de abrangência nacional, que teve início no estado de Pernambuco, está sendo realizado em áreas endêmicas (risco epidemiológico) e áreas onde falta saneamento básico (risco social). No Brasil, o projeto é conduzido pelo Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que enviam profissionais especializados às casas das pessoas para fazer exames em crianças e adultos, além de avaliar as condições de acesso à água e esgoto.

Até o momento, sete países – Camboja, Gana, Laos, México, Marrocos, Nepal e Omã – foram validados pela OMS como tendo eliminado o tracoma como um problema de saúde pública.

A eliminação total dessa enfermidade depende de uma série de fatores que vão além do setor saúde. Por isso, o primeiro passo é eliminá-lo como um problema de saúde pública. Para alcançar esse resultado, é necessário: comprovar a prevalência de tracoma inflamatório (ativo) em menos de 5% das crianças de 1 a 9 anos e a prevalência da triquíase tracomatosa (uma complicação em que ocorre a distorção na posição dos cílios, tocando o globo ocular, o que pode reduzir a visão ou até mesmo causar cegueira) em menos de 0,2% da população maior de 15 anos.

Áreas endêmicas
Tracoma é uma doença inflamatória ocular, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Em 2017, 165 milhões de pessoas viviam em áreas endêmicas (onde a transmissão ocorre de forma contínua e constante). Essa enfermidade é um problema de saúde pública em muitas das áreas mais pobres e rurais de 41 países da África, América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Oriente Médio. É responsável pela cegueira ou deficiência visual de cerca de 1,9 milhão de pessoas.

Nas Américas, a doença afeta populações pobres do Brasil, da Colômbia, da Guatemala e do Peru. Estima-se que, nessa região, quase cinco milhões de pessoas vivam em áreas onde o tracoma é endêmico.

Por Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação – CGHDE/DEVIT/SVS


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