Para alcançar esse resultado,
é necessário comprovar índices de prevalência de tracoma inflamatório e
triquíase tracomatosa
A
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde acaba de iniciar
um inquérito para validação da eliminação do tracoma como problema de saúde
pública no país. O trabalho está sendo feito conforme a metodologia de
mapeamento recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e a iniciativa Tropical Data.
O
inquérito de abrangência nacional, que teve início no estado de Pernambuco,
está sendo realizado em áreas endêmicas (risco epidemiológico) e áreas onde
falta saneamento básico (risco social). No Brasil, o projeto é conduzido pelo
Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que enviam
profissionais especializados às casas das pessoas para fazer exames em crianças
e adultos, além de avaliar as condições de acesso à água e esgoto.
Até
o momento, sete países – Camboja, Gana, Laos, México, Marrocos, Nepal e Omã –
foram validados pela OMS como tendo eliminado o tracoma como um problema de
saúde pública.
A
eliminação total dessa enfermidade depende de uma série de fatores que vão além
do setor saúde. Por isso, o primeiro passo é eliminá-lo como um problema de
saúde pública. Para alcançar esse resultado, é necessário: comprovar a
prevalência de tracoma inflamatório (ativo) em menos de 5% das crianças de 1 a
9 anos e a prevalência da triquíase tracomatosa (uma complicação em que ocorre
a distorção na posição dos cílios, tocando o globo ocular, o que pode reduzir a
visão ou até mesmo causar cegueira) em menos de 0,2% da população maior de 15
anos.
Áreas
endêmicas
Tracoma
é uma doença inflamatória ocular, causada pela bactéria Chlamydia
trachomatis. Em 2017, 165 milhões de pessoas viviam em áreas endêmicas
(onde a transmissão ocorre de forma contínua e constante). Essa enfermidade é
um problema de saúde pública em muitas das áreas mais pobres e rurais de 41
países da África, América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Oriente Médio. É
responsável pela cegueira ou deficiência visual de cerca de 1,9 milhão de
pessoas.
Nas
Américas, a doença afeta populações pobres do Brasil, da Colômbia, da Guatemala
e do Peru. Estima-se que, nessa região, quase cinco milhões de pessoas vivam em
áreas onde o tracoma é endêmico.
Por Coordenação Geral de
Hanseníase e Doenças em Eliminação – CGHDE/DEVIT/SVS
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