O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo, deve anunciar os nomes dos relatores escolhidos na próxima semana
Doze deputados foram sorteados nesta quarta-feira (10) para relatar quatro representações contra parlamentares no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Após o sorteio, o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), escolherá o relator de cada processo. Ele deve anunciar os nomes na próxima semana.
Para relatoria do processo contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), foram sorteados os deputados Capitão Augusto (PR-SP), Silas Câmara (PRB-AM) e Júlio Delgado (PSB-MG).
Wyllys é acusado pelo PSC de quebra de decoro por ter supostamente associado os nomes dos deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Jair Bolsonaro (RJ) e Pr. Marco Feliciano (SP) – todos do PSC – ao atentado que resultou na morte de 50 pessoas em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos (Rep 7/16).
Para a representação contra o deputado Wladimir Costa, os sorteados foram os deputados Subtenente Gonzaga (PDT-MG), Betinho Gomes (PSDB-PE) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS). Costa é acusado pelo PT de quebra de decoro por ter ofendido o partido e seus filiados em reunião do Conselho de Ética que recomendou a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Rep 8/16).
Para relatar a representação contra o deputado Laerte Bessa (PR-DF), os deputados que irão fazer parte da lista tríplice são Sérgio Moraes (PTB-RS), Professor Vitorio Galli (PSC-MT) e Mauro Lopes (PMDB-MG). Bessa é acusado pelo PT de proferir, em discurso no Plenário da Câmara, ofensas não apenas contra o partido, mas também contra a presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e filiados do partido (Rep 9/16).
Novo sorteio
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, José Carlos Araújo, decidiu realizar novo sorteio para a representação apresentada pelo PV contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Bolsonaro é acusado de quebra de decoro por apologia à tortura na sessão da Câmara que autorizou a abertura do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (Rep 6/16).
Araújo havia sorteado os deputados Zé Geraldo (PT-PA), Walmir Prascideli (PT-SP) e Wellington Roberto (PR-PB) e escolhido este último para relatar o processo contra Bolsonaro. Com a recusa de Roberto, Araújo preferiu realizar novo sorteio porque, segundo ele, os parlamentares petistas não teriam isenção para relatar a representação.
O deputado Zé Geraldo protestou e afirmou que pretende recorrer da decisão de Araújo. Segundo ele, o presidente deveria escolher um dos outros dois parlamentares sorteados inicialmente. Zé Geraldo acusou o presidente de atuar com parcialidade e escolher um parlamentar favorável a Bolsonaro.
“Não concordo, porque deve seguir o regimento. Não podemos aceitar avacalhação, estamos legitimados para sermos relator. Eu posso dizer que vossa excelência quer escolher alguém que é pró-Bolsonaro.”
Araújo respondeu que ninguém pode acusá-lo de não agir corretamente e que em congressos do Partido dos Trabalhadores há citações que pedem a cassação de Bolsonaro. “Isso mostra a indisposição de um partido contra um deputado. Procuro agir com toda lisura do processo, e estou sendo correto comigo mesmo, com o conselho e com vossas excelências”, rebateu.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier, Edição – Luciana Cesar, Foto - Lucio Bernardo Junior
Agência Câmara Notícias
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