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terça-feira, 16 de agosto de 2016

HEMOBRÁS - Sistema Nacional de Coordenação do Sangue, Desafios, Avanços e Inovação na busca da AUTOSSUFICIÊNCIA EM HEMODERIVADOS ...

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros acompanhado de um Assessor, e, do Presidente do TECPAR, Julio Felix, visitou as instalações da Hemobrás, e foi recebido pela Presidente interina e pelo Time de desenvolvimento, controle e logística da Instituição.

O registro fotográfico oficial do MS, disponível no link: https://www.flickr.com/photos/ministeriodasaude/albums/72157671328042020 , apresenta o atual estágio da obra, cujo cronograma está atrasado mais de 3 anos. Até julho de 2016, o projeto Hemobrás, já tinha custado aos cofres públicos mais R$ 780 milhões em obras de construção civil, aquisição de equipamentos e transferência de tecnologia da LFB, empresa francesa que detém o contrato para o projeto de hemoderivados.

No projeto para a transferência de tecnologia do fator VIII recombinante, com a Baxter, nenhum “tijolo” foi assentado até hoje. A Hemobrás anunciou recentemente que custará mais 300 milhões para realizá-la, enquanto o Brasil continua a importar o produto pronto para uso - que não fazia parte do projeto original – por preços não competitivos em relação aos atuais níveis de mercado, sem que nenhuma tecnologia tenha sido absorvida, mesmo após 3 anos depois da assinatura do contrato.

A preocupação do Ministério da Saúde se evidencia com o incontrolável atraso na implementação do planta que possuirá 17 prédios em um terreno de 25 hectares no Polo Farmacoquímico de Pernambuco, hoje com 71% de execução física (prédios), 23% de incorporação de processos (organização da hemorede e treinamentos) e 48% de aquisição de sistemas e equipamentos de produção (alguns ainda na França e outros não instalados). A conclusão desta etapa inicial de fracionamento primário está prevista para 2018, e, o início da produção não antes de 2020. O processo completo de transferência da tecnologia e absorção do conhecimento não ocorrerá antes de 2023, quando se dará o início da produção do medicamento HEmo-8r (recombinante). Enquanto mais de 250 mil/l de plasma ficam armazenados em todo Pais.

Os investimentos à realizar, para que o projeto passa se transformar em fábrica, representam mais do que o dobro do que já foi investido, além de mais 300 milhões só para o recombinante. Investimentos que somados aos custos com a importação de produtos hemoderivados, no mínimo até 2021 para os produtos básicos e até 2024 para os recombinantes, em sinergia com o grande acumulo de plasma, armazenado em condições pouco confiáveis em todo território nacional (como mencionado no Acórdão do TCU, mencionado nos inquéritos realizados pela Polícia Federal), coloca todo projeto estratégico em situação de grande atenção e sob risco de continuidade.

O País, o Governo, o Ministério da Saúde, a Academia, os próprios colaboradores e todos entusiastas do projeto, estarrecidos com as evidencias precisarão se conscientizar de que é absolutamente inviável dar continuidade ao projeto estratégico, no modelo concebido há mais de 10 anos, sem comprometer o legítimo objetivo de alcançar a autonomia nacional na produção dos produtos derivados do plasma humano.

Avanços tecnológicos, internacionalmente consagrados, como; na inativação viral, fracionamento do plasma e fabricação de hemocomponentes, o avanço dos recombinantes induzem a necessária modernização do macro projeto Brasil, sem comprometimento dos investimentos já realizados, mesmo que o conhecimento absorvido com a transferência de tecnologia ainda seja reduzido.

Preocupa os gestores públicos a necessidade de novos e vultuosos investimentos, especialmente se depender, exclusivamente, de recursos federais, que sequer fazem parte do orçamento para os próximos anos.

Considerando os dados públicos até 2020, ainda sem qualquer produção serão necessários no mínimo mais 1 bilhão de Reais – pelo menos 250 milhões/ano. Realidade que poderá induzir o governo a buscar potenciais parceiros interessados no projeto nacional para autossuficiência de hemoderivados, dispostos a realizar investimentos; não só para a conclusão da primeira etapa de pastas na Hemobrás, como para concluir a planta do Butantan que poderia iniciar a produção a partir do insumo primário disponibilizado pela Hemobrás, como na construção de uma planta de inativação viral que não só proporcionará uma mudança de paradigma na utilização de plasma fresco congelado, mas permitirá uma rápida e efetiva destinação do plasma existente, além de consolidar as bases para uma nova planta completa para fracionamento e fabrica, permitindo flexibilidade ao sistema nacional de coordenação do sangue.

Novas facilidades colocarão o País em condição de liderança no processamento de plasma no cone sul podendo prestar serviços para todos os países, especialmente ao Mercosul. Em futuro breve o País poderá avançar na coleta de sangue e plaquetas por aférese o que permitirá ampliar toda produção local com melhor aproveitamento de todas as doações.

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