Brasil
oferece medicamentos de última geração para a população pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Drogas mais modernas reduzem efeitos colaterais do tratamento e
também o risco de câncer de fígado e cirrose. OPAS negocia compra de remédios
para Estados-membros do MERCOSUL
Morador
de Santos, São Paulo, Manoel Messias Neris, de 65 anos, descobriu que tinha
hepatite C em 1992, ao tentar doar sangue. “Eu não havia lido muito sobre a
doença e pensava que o tratamento era simples”, lembra o professor e engenheiro
paulista, que descobriu ao longo das últimas duas décadas que os medicamentos
para hepatite podiam provocar efeitos colaterais dolorosos sem necessariamente
trazer a cura.
“Desde
fevereiro (de 2016), já não tenho mais hepatite. Desta vez, quase não senti
efeitos secundários. Antes, com outros remédios, não podia caminhar bem e
agora, posso correr outras vez. Inclusive, eu participei de uma maratona”,
conta.
O
primeiro tratamento a que se submeteu reduziu suas plaquetas e leucócitos,
fragilizando seu sistema imunológico e levando a outras infecções.
Com
a segunda terapia, os resultados pareciam positivos, mas a hepatite voltou três
meses depois. Manoel tentou outros medicamentos, mas, como a cura não chegava,
acabou abandonando o cuidado médico por um período.
A
infecção de Manoel pela hepatite é um dos 120 mil casos notificados às
autoridades de saúde do Brasil nos últimos 13 anos. O Ministério da Saúde
brasileiro, porém, alerta que o número de indivíduos que têm a doença deve ser
bem maior: cerca de 1,4 milhão de pessoas. As regiões sul e sudeste concentram
86% das ocorrências registradas da hepatite C.
No
país, pacientes portadores da doença podem receber tratamento gratuito pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em
2015, o Brasil adquiriu ainda novos medicamentos — Daclatasvir, Simeprevir e
Sofosbuvir —, responsáveis por um aumento de mais de 90% no índice de cura da
hepatite. Estimativas que indicam que a terapia demore de três a seis meses
para surtir efeito.
Para
o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín
Molina, a incorporação dos novos fármacos nos sistemas de saúde brasileiros
obteve resultados “muito otimistas”, que podem servir de exemplo para outros
países das Américas.
Na
região, cerca de 7,2 milhões de pessoas vivem com hepatite C crônica. Desse
contingente, apenas 25% já recebeu um diagnóstico da doença e apenas 300 mil
recebem tratamento.
Com
a intermediação da agência regional da ONU, Estados-membros do MERCOSUL
negociam a compra conjunta de drogas de última geração. As quantidades de
medicamento deverão ser fixadas pelos governos nacionais, de acordo com a
demanda de cada país.
Segundo
Molina, a aquisição será financiada pelo Fundo Estratégico da OPAS, que também
vai apoiar as nações com equipes técnicas responsáveis pelo desenvolvimento de
novos protocolos clínicos.
Os
medicamentos mais modernos para combater a hepatite C podem beneficiar milhões
de pessoas infectadas, pois, não só reduzem o risco de morte por cirrose ou
câncer do fígado, como também desencadeiam menos efeitos colaterais.
Fonte:
Nações Unidas
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