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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Brasil e ONU liberam US$ 20 milhões em investimentos em saúde para o Haiti

Em viagem ao Haiti na semana passada, autoridades da ONU e do Brasil firmaram com o governo do país caribenho um acordo para a liberação de 20 milhões de dólares em investimentos no sistema de saúde haitiano. Verba é do Fundo de Reconstrução do Haiti (FRH), que recebeu, em 2010, 55 milhões de dólares do Brasil — o maior contribuinte do instrumento financeiro.


Da esquerda para a direita, ministro da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, representante-residente do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic, e representante do governo haitiano, durante cerimônia de assinatura do instrumento do Fundo de Reconstrução do Haiti (FRH). Foto: PNUD

Em viagem ao Haiti na semana passada, autoridades da ONU e do Brasil firmaram com o governo do país caribenho um acordo para a liberação de 20 milhões de dólares em investimentos no sistema de saúde haitiano. Verba é do Fundo de Reconstrução do Haiti (FRH), que recebeu, em 2010, 55 milhões de dólares do Brasil — o maior contribuinte do instrumento financeiro.

A liberação do montante foi formalizada pelo ministro da Saúde brasileiro, Ricardo Barros, e pelo representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Niky Fabiancic. Logo após a assinatura do instrumento de cooperação, o chefe da pasta federal fez a entrega simbólica de 15 mil doses da vacina antirrábica humana para o Haiti.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) arcou com o transporte da carga, que chegou ao país na quarta-feira (21). A doação foi feita em função do crescente número de casos de raiva no país. Segundo o organismo regional, já foram confirmadas três mortes pela doença em 2017.

Barros e Fabiancic participaram ainda na sexta-feira (23), em Porto Príncipe, de cerimônia que oficializou a nomeação do Hospital Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns. O centro de tratamento é uma das três unidades de saúde construídas pelo Brasil no país caribenho.

O hospital foi entregue ao governo haitiano em 2014 e atende mais de 200 pessoas por dia em especialidades como ortopedia, ginecologia, obstetrícia e pediatria, além de clínica geral. A unidade, localizada no bairro de Bon Repos, passa a levar o nome da médica brasileira que morreu vítima do terremoto na capital haitiana em 2010.

Acompanhado do ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Osmar Terra, Barros também se reuniu com o primeiro-ministro do Haiti, Jack Guy Lafontant. No encontro, cumprimentaram o chefe de governo pela aprovação do projeto que garantirá a manutenção dos hospitais construídos pelo Brasil por mais três anos.

Niky Fabiancic também visitou o Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT), que comanda a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH) desde 2004. A missão se encerrará no próximo 15 de outubro, e o atual 26º Contingente Brasileiro no país foi efetivado em 2 de junho desse ano como a última tropa brasileira enviada ao território haitiano.

Parceria entre Brasil, Cuba e Haiti
A construção do Zilda Arns e dos outros dois hospitais faz parte do programa de Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti. O PNUD tem participação direta nos projetos da parceria, que já investiu 135 milhões de reais na saúde do país caribenho. Dinheiro foi utilizado também na criação de laboratórios e oficinas de órteses e próteses, além de contribuir para a formação de recursos humanos.

Dois laboratórios de vigilância epidemiológica foram reformados e equipados em Cabo Haitiano e Les Cayes. As unidades realizam os principais exames necessários à identificação de doenças como malária, dengue, tuberculose, hanseníase e cólera. Trabalho dos profissionais de saúde também envolve o controle de vetores e insetos.

No campo da prevenção, a cooperação doou cerca de 8 milhões de doses de vacina — contra sarampo, rubéola e poliomielite — para serem usadas nas campanhas de imunização. O Brasil financiou 11% do orçamento necessário ao Programa Ampliado de Vacinação do Haiti para a campanha de 2012. A parceria entre as três nações também garantiu a construção de três depósitos para o armazenamento de vacinas, inaugurados em fevereiro de 2017.

Ações incluíram ainda a formação de cerca de 1,6 mil profissionais de saúde, sendo 1.237 agentes comunitários, 53 inspetores sanitários e 310 auxiliares de enfermagem.



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