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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Imunização de mulheres em idade fértil e crianças pode reduzir avanço do vírus zika

A imunização de mulheres em idade fértil e de crianças de até 10 anos pode ser um caminho para conter o alastramento do vírus zika. A proposta foi apresentada pelo diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos, durante o 1º Simpósio Cabbio de Temas Atuais em Biotecnologia, evento realizado em Brasília (DF) para debater as ações de controle, pesquisa, prevenção e apresentar estudos sobre os tratamentos possíveis contra o vírus.

O Instituto Evandro Chagas, vinculado ao Ministério da Saúde, trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra o zika, em parceria com a Universidade do Texas. Segundo Pedro Vasconcelos, a imunização de mulheres em idade fértil e de crianças de até 10 anos serve para impedir a transmissão do vírus pelo contato sexual.

"A vacina com vírus atenuado teria dois públicos com objetivos diferentes. Um deles seriam mulheres com idade fértil, mas, para isso, elas não poderiam engravidar até seis meses após a vacinação. A outra ideia, que teria um prazo mais longo, é imunizar crianças de 10 anos que, em breve, entrarão na idade sexualmente ativa. Estudos mostram que, no Brasil, até 25% das mulheres que se tornam mães estão abaixo dos 16 anos", relatou.

O professor Tatsuya Nagata, da Universidade de Brasília (UnB), apresentou a pesquisa que coordena para a produção de um kit para diagnóstico rápido da zika. Uma das dificuldades encontradas é que os testes disponíveis não conseguem ser conclusivos, por conta das similaridades com o vírus da dengue.

"O vírus da zika tem um diagnóstico cruzado com o da dengue. Precisamos melhorar o kit para poder fazer essa distinção. Nosso kit está na fase de testes e a gente visa à produção em larga escala, mas isso leva um pouquinho de tempo", disse Nagata.

Argentina
A pesquisadora María Alejandra Morales, do Instituto Maiztegui, da Argentina, descreveu os desafios enfrentados pelo país vizinho com o zika e os casos de microcefalia, desde 2015. "Tivemos menos casos, mas, se analisarmos a proporção de crianças nascidas com microcefalia, não são tão diferentes na comparação com o Brasil. Com a ocorrência da doença, tivemos que avançar com as políticas de vigilância, atenção precoce à saúde, estudos de laboratório e, claro, na conscientização da população para tomar as medidas de prevenção contra o mosquito", descreveu.



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