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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Saiba o que é, como funciona, e pra quem é indicada a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para HIV

Já imaginou tomar um comprimido por dia e diminuir de maneira significativa as chances de contrair o HIV em caso de uma exposição? É basicamente assim que funciona o novo método de prevenção ao HIV oferecido pelo Ministério da Saúde. A Profilaxia Pré-Exposição, ou PrEP, como é mais conhecida,  é um dos componentes  da abordagem adotada pelo Ministério para combater o HIV, chamada de prevenção combinada, onde a pessoa tem a opção de usar um método de prevenção ou combinar vários que se ajustem às suas necessidades, características individuais ou momentos de vida.

É dentro desse contexto que o SUS passa a oferecer a pílula que combina o medicamento tenofovir e o entricitabina. Um único medicamento por dia é tomado regularmente, mesmo que não haja suspeita de exposição, pois o objetivo é que ela funcione como uma barreira para o HIV antes da pessoa ter contato com o vírus. Diferente da, Profilaxia Pós-exposição (PeP), um outro método de prevenção que é utilizado no pós exposição ao vírus. A PEP deve ser iniciada até 72 horas após a relação sexual sem camisinha ou acidente com algum objeto perfuro-cortante onde possa ter havido contato com o vírus. O tratamento é feito com três medicamentos e dura 28 dias. A PEP também está disponível no SUS.  

Após o início do uso da PrEP o efeito protetivo só começa após o sétimo dia de uso diário do medicamento para as relações envolvendo sexo anal. Já para as relações envolvendo sexo vaginal, a proteção só começa após 20 dias de uso diário. É preciso frisar que o remédio, evidentemente, só tem esse efeito protetivo para quem não tem o vírus. Quem já tem o vírus, não deve tomar a PrEP, porque o esquema para tratar é diferente do esquema para a profilaxia.

A coordenadora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, explica que o medicamento funciona como uma forma de bloqueio para que o HIV não infecte o organismo. “Ao tomar o comprimido diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo. Ela de fato coloca o Brasil alinhado com o que há de mais avançado em termos de prevenção”.  

Mas não são todas as pessoas que podem fazer o uso do medicamento na rede pública no Brasil. Por enquanto a PrEP só será ofertada para as pessoas mais vulneráveis ao risco de infecção pelo HIV que são os homens que fazem sexo com homens (HSH), gays, população trans, trabalhadores e trabalhadoras do sexo e casais sorodiferentes (quando um já tem o vírus e o outro não). Além disso, este não é o único critério que será utilizado pelo Ministério da Saúde: os profissionais de saúde vão prescrever a PrEP para pessoas que tenham uma maior chance de entrar em contato com o HIV, principalmente por não usarem preservativos nas relações sexuais.

Para Evaldo Amorim, do Grupo Elos LGBT DF e integrante do Fórum ONG Aids DF e Centro oeste, a implementação da PrEP, mesmo que apenas para grupos prioritários, é muito bem-vinda. “Eu particularmente acho que vai ajudar por que são grupos que em algum momento possuem mais dificuldade, e estão de certa maneira mais vulneráveis ao contágio”. Adele Benzaken, ainda reforça que mesmo as pessoas que fazem parte deste grupo, mas que têm uma prática sexual segura, não se expõem ao risco de infecção e realizam seus testes e exames com regularidade, não têm necessidade de tomar a PrEP. Para essas pessoas, em caso de uma eventual exposição há a possibilidade de fazer o uso da PeP.

Quer saber mais sobre a PeP? Clique aqui!

Mas mesmo com outros métodos de prevenção surgindo no SUS, e com a oferta da PrEP, há um reforço necessário a ser feito: utilizar o preservativo nas relações sexuais,  e como um dos métodos a serem utilizados. “Só a camisinha  previne das outras infecções sexualmente transmissíveis – como a sífilis, gonorreia, clamídia etc. além de evitar a gravidez. Por essa razão é importante o uso da camisinha”, defende Adele Benzaken, diretora do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela também destaca que fazer testes para o HIV também é uma forma importante a proteção contra o vírus. Eles são ofertados gratuitamente no SUS.

Você pode conseguir camisinhas – tanto masculinas quanto femininas -  em qualquer posto de saúde gratuitamente, já a PrEP ainda não está sendo ofertada, mas a previsão é que ocorra ainda este ano para aqueles grupos definidos, já que o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da PrEP foi publicado no final de maio, e a incorporação deve ser feita dentro do prazo de 180 dias.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde


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