O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, juntamente com o ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Osmar
Terra, participaram nesta sexta-feira (23) da cerimônia de batismo do Hospital
Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns, em Porto Príncipe, capital do Haiti.
A unidade, localizada no
bairro de Bon Repos, recebeu o nome da médica brasileira que morreu vítima
do terremoto ocorrido na capital haitiana em 2010. Zilda Arns foi três vezes
indicada ao Prêmio Nobel da Paz.
Unidade de saúde de
referência, que atende mais de 200 pessoas por dia, passa a ter o nome da
médica brasileira, que morreu no terremoto que atingiu a capital do país em
2010
O Hospital Zilda Arns é uma
das três unidades de saúde construídas pelo Brasil no país, como parte do
projeto internacional de reconstrução do Haiti. O hospital, que foi entregue ao
governo haitiano em 2014, conta com aproximadamente 40 leitos e atende mais de
200 pessoas por dia em especialidades como Ortopedia, Ginecologia, Obstetrícia
e Pediatria além de Clínica Geral.
Zilda Arns, fundadora da
Pastoral da Criança, é reconhecida mundialmente pelo trabalho humanitário
voltado à redução da mortalidade infantil.
“O Hospital Comunitário de
Referência Dra. Zilda Arns é fruto da parceria do trabalho conjunto realizado
pelas três nações – Brasil, Haiti e Cuba - para o desenvolvimento do
Haiti. O que norteia a cooperação entre os nossos países é a solidariedade e o
compromisso com a saúde pública, valores refletidos no trabalho e no legado da
Dra. Zilda Arns”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a
cerimônia de batismo da unidade de saúde em Porto Príncipe. O ministro
ressaltou que a médica brasileira dedicou-se a salvar a vida de milhões de
crianças, combatendo a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência.
COOPERAÇÃO TÉCNICA
Com extensa agenda de trabalho
no Haiti, nos dias 22 e 23, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governo do
Haiti e o representante residente do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), Niky Fabiancic, assinaram instrumento do Fundo de
Reconstrução do Haiti (FRH), que autoriza o uso de parcela de US$ 20 milhões do
FRH para saúde do país. Esses recursos irão fortalecer a sustentabilidade do
sistema de saúde no país caribenho. O PNUD será a agência da ONU parceira do
projeto de saúde do FRH.
Durante assinatura do governo,
o ministro Ricardo Barros destacou que o Brasil foi o primeiro país a
contribuir para este fundo, com doação de US$ 55 milhões em 2010. “O projeto
prevê a transferência progressiva dessas estruturas ao governo haitiano para
que eles sigam em plena operação e com sustentabilidade garantida após o
término do projeto que hoje assinamos aqui”, afirmou o ministro brasileiro.
Criado pelo governo haitiano,
em parceria com doadores bilaterais e multilaterais, o Fundo tem o objetivo de
reunir, mobilizar, coordenar e destinar recursos para o financiamento da
recuperação, reconstrução e desenvolvimento do país. O FRH é administrado pela
Associação Internacional de Desenvolvimento (International Development
Association - IDA), do Grupo Banco Mundial.
Logo após a assinatura
relacionada ao FRH, o ministro Ricardo Barros fez a entrega simbólica pelo
Ministério da Saúde do Brasil da doação de 15 mil doses da vacina antirrábica
humana para o Haiti. A Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS)/Organização Mundial de Saúde (OMS) arcou com o transporte da
carga, que chegou ao Haiti na quarta-feira (21/06). A doação ocorre em função
do crescente número de casos de raiva no país. Segundo a OPAS/OMS, em 2017, já foram
confirmadas três mortes pela doença.
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, e o ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Osmar Terra, também
se reuniram com o primeiro ministro do Haiti, Jack Guy Lafontant. No encontro,
os ministros cumprimentaram o chefe de governo do país pela aprovação do
projeto que vai garantir a continuidade da manutenção dos hospitais construídos
pelo Brasil por mais três anos e qualificar as urgências e emergências do
Haiti.
COOPERAÇÃO TRIPARTITE
A Cooperação Tripartite
Brasil-Cuba-Haiti vem desenvolvendo, em seus sete anos de existência, diversas
ações importantes no Haiti, como a construção de hospitais, entre eles o
Hospital Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns, laboratórios e uma oficina
de órteses e próteses, além da formação de recursos humanos e o apoio a ações
de vigilância e imunização. Com investimento de R$ 135 milhões, a cooperação
foi responsável pela construção de três hospitais comunitários de referência –
em Carrefour, Bon Repos e Beudet – equipados e em pleno funcionamento, com
atendimento diário de aproximadamente 200 pessoas cada.
Também foram reformados e
equipados dois laboratórios de vigilância epidemiológica, em Cabo Haitiano e
Les Cayes. As unidades realizam os principais exames necessários à
identificação de doenças relevantes, como malária, dengue, tuberculose,
hanseníase e cólera, e o controle de vetores e insetos. Outra unidade
importante construída foi o Instituto Haitiano de Reabilitação (IHR),
localizado em Bon Repos e destinado ao tratamento e reabilitação de pessoas com
deficiência.
No campo da prevenção, a
cooperação doou cerca de 8 milhões de doses de vacina (sarampo, rubéola e
poliomielite) para serem usadas nas campanhas de vacinação. O Brasil teve
participação com 11% do total orçamentário necessário ao Programa Ampliado de
Vacinação do Haiti para a campanha de 2012. Também foram construídos e
equipados os três depósitos para o armazenamento de vacinas, inaugurados em
fevereiro deste ano.
Além disso, foi realizada a
formação de especialistas; apoio técnico e logístico, além de compra de
equipamentos para a área vigilância epidemiológica.
Foram selecionados e
contratados profissionais haitianos especializados e com ampla experiência em
vigilância epidemiológica. Também foi realizada a capacitação, com a formação
cerca de 1.600 profissionais de saúde, sendo 1.237 agentes comunitários de
saúde polivalentes, 53 inspetores sanitários e 310 auxiliares de enfermagem
polivalentes.
Por Murilo Caldas, da Agência
Saúde
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