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sábado, 24 de junho de 2017

Hospital construído pelo Brasil no Haiti recebe nome de Zilda Arns

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, juntamente com o ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Osmar Terra, participaram nesta sexta-feira (23) da cerimônia de batismo do Hospital Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns, em Porto Príncipe, capital do Haiti.

A unidade, localizada no bairro de Bon Repos, recebeu o nome da médica brasileira que morreu vítima do terremoto ocorrido na capital haitiana em 2010. Zilda Arns foi três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Unidade de saúde de referência, que atende mais de 200 pessoas por dia, passa a ter o nome da médica brasileira, que morreu no terremoto que atingiu a capital do país em 2010

O Hospital Zilda Arns é uma das três unidades de saúde construídas pelo Brasil no país, como parte do projeto internacional de reconstrução do Haiti. O hospital, que foi entregue ao governo haitiano em 2014, conta com aproximadamente 40 leitos e atende mais de 200 pessoas por dia em especialidades como Ortopedia, Ginecologia, Obstetrícia e Pediatria além de Clínica Geral.

Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, é reconhecida mundialmente pelo trabalho humanitário voltado à redução da mortalidade infantil.

“O Hospital Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns é fruto da parceria do trabalho conjunto realizado pelas três nações – Brasil, Haiti e Cuba  - para o desenvolvimento do Haiti. O que norteia a cooperação entre os nossos países é a solidariedade e o compromisso com a saúde pública, valores refletidos no trabalho e no legado da Dra. Zilda Arns”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a cerimônia de batismo da unidade de saúde em Porto Príncipe. O ministro ressaltou que a médica brasileira dedicou-se a salvar a vida de milhões de crianças, combatendo a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência.

COOPERAÇÃO TÉCNICA

Com extensa agenda de trabalho no Haiti, nos dias 22 e 23, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governo do Haiti e o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Niky Fabiancic, assinaram instrumento do Fundo de Reconstrução do Haiti (FRH), que autoriza o uso de parcela de US$ 20 milhões do FRH para saúde do país. Esses recursos irão fortalecer a sustentabilidade do sistema de saúde no país caribenho. O PNUD será a agência da ONU parceira do projeto de saúde do FRH.

Durante assinatura do governo, o ministro Ricardo Barros destacou que o Brasil foi o primeiro país a contribuir para este fundo, com doação de US$ 55 milhões em 2010. “O projeto prevê a transferência progressiva dessas estruturas ao governo haitiano para que eles sigam em plena operação e com sustentabilidade garantida após o término do projeto que hoje assinamos aqui”, afirmou o ministro brasileiro.

Criado pelo governo haitiano, em parceria com doadores bilaterais e multilaterais, o Fundo tem o objetivo de reunir, mobilizar, coordenar e destinar recursos para o financiamento da recuperação, reconstrução e desenvolvimento do país. O FRH é administrado pela Associação Internacional de Desenvolvimento (International Development Association - IDA), do Grupo Banco Mundial.

Logo após a assinatura relacionada ao FRH, o ministro Ricardo Barros fez a entrega simbólica pelo Ministério da Saúde do Brasil da doação de 15 mil doses da vacina antirrábica humana para o Haiti. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial de Saúde (OMS) arcou com o transporte da carga, que chegou ao Haiti na quarta-feira (21/06). A doação ocorre em função do crescente número de casos de raiva no país. Segundo a OPAS/OMS, em 2017, já foram confirmadas três mortes pela doença.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Osmar Terra, também se reuniram com o primeiro ministro do Haiti, Jack Guy Lafontant. No encontro, os ministros cumprimentaram o chefe de governo do país pela aprovação do projeto que vai garantir a continuidade da manutenção dos hospitais construídos pelo Brasil por mais três anos e qualificar as urgências e emergências do Haiti.

COOPERAÇÃO TRIPARTITE

A Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti vem desenvolvendo, em seus sete anos de existência, diversas ações importantes no Haiti, como a construção de hospitais, entre eles o Hospital Comunitário de Referência Dra. Zilda Arns, laboratórios e uma oficina de órteses e próteses, além da formação de recursos humanos e o apoio a ações de vigilância e imunização. Com investimento de R$ 135 milhões, a cooperação foi responsável pela construção de três hospitais comunitários de referência – em Carrefour, Bon Repos e Beudet – equipados e em pleno funcionamento, com atendimento diário de aproximadamente 200 pessoas cada.

Também foram reformados e equipados dois laboratórios de vigilância epidemiológica, em Cabo Haitiano e Les Cayes. As unidades realizam os principais exames necessários à identificação de doenças relevantes, como malária, dengue, tuberculose, hanseníase e cólera, e o controle de vetores e insetos. Outra unidade importante construída foi o Instituto Haitiano de Reabilitação (IHR), localizado em Bon Repos e destinado ao tratamento e reabilitação de pessoas com deficiência.

No campo da prevenção, a cooperação doou cerca de 8 milhões de doses de vacina (sarampo, rubéola e poliomielite) para serem usadas nas campanhas de vacinação. O Brasil teve participação com 11% do total orçamentário necessário ao Programa Ampliado de Vacinação do Haiti para a campanha de 2012. Também foram construídos e equipados os três depósitos para o armazenamento de vacinas, inaugurados em fevereiro deste ano.
Além disso, foi realizada a formação de especialistas; apoio técnico e logístico, além de compra de equipamentos para a área vigilância epidemiológica.

Foram selecionados e contratados profissionais haitianos especializados e com ampla experiência em vigilância epidemiológica. Também foi realizada a capacitação, com a formação cerca de 1.600 profissionais de saúde, sendo 1.237 agentes comunitários de saúde polivalentes, 53 inspetores sanitários e 310 auxiliares de enfermagem polivalentes.

Por Murilo Caldas, da Agência Saúde


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