Em
audiência na Câmara, debatedores defenderam a substituição dos agrotóxicos
pelo controle biológico de
pragas
A
Coordenadora Geral Substituta de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da
Saúde, Thaís Cavendish, reconheceu, em seminário na Câmara dos Deputados, na
terça-feira (20), que há insuficiência de dados sobre os impactos dos
agrotóxicos na saúde das pessoas, mesmo com a criação pelo ministério da
‘Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos’ no início do ano
2000.
Um
relatório publicado no ano passado consolida as notificações de intoxicações
por agrotóxicos apresentadas desde a criação do programa. De acordo com a
representante do Ministério da Saúde, estados que mais comercializam
agrotóxicos, como Minas Gerais e Mato Grosso, apresentam o maior número de
intoxicações.
"O
que a gente observa ano a ano é o crescimento do uso de agrotóxicos acompanhado
do crescimento da taxa intoxicações, lembrando que os casos estão
subnotificadas", explicou Thaís durante evento da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Média
superada
Dados do Ministério da Saúde mostram que a média de intoxicações no Brasil pelo uso de agrotóxicos é de 6 casos para 100 mil habitantes. Estados com uso mais intensivo do produto superam a média; Minas Gerais com 10 casos e Tocantins com 16, por exemplo.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a média de intoxicações no Brasil pelo uso de agrotóxicos é de 6 casos para 100 mil habitantes. Estados com uso mais intensivo do produto superam a média; Minas Gerais com 10 casos e Tocantins com 16, por exemplo.
Problema
sério
Luís Cláudio Meirelles, pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), considera o uso de agrotóxicos um sério problema de saúde pública. "Usamos uma série de produtos hoje que contaminam os alimentos, a água, tudo que é consumido diariamente, e que têm capacidades carcinogênicas, teratogênicas, mutagênicas e que reduzem nossa capacidade de resposta a doenças crônicas", alertou.
Luís Cláudio Meirelles, pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), considera o uso de agrotóxicos um sério problema de saúde pública. "Usamos uma série de produtos hoje que contaminam os alimentos, a água, tudo que é consumido diariamente, e que têm capacidades carcinogênicas, teratogênicas, mutagênicas e que reduzem nossa capacidade de resposta a doenças crônicas", alertou.
Ele
destacou que a literatura internacional é inequívoca sobre os malefícios dos
agrotóxicos. "Há muitos produtos banidos em outros países, mas que
continuam sendo usados aqui", alertou.
Pouca
oferta
Representantes dos produtores agrícolas reclamaram da pouca oferta dos biodefensivos. Reginaldo Lopes Minaré, consultor técnico da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária, alertou para a má distribuição dos produtos de controle biológico. "Há que se considerar ainda que 4 milhões de agricultores no País vivem na pobreza e têm baixa escolaridade", advertiu.
Representantes dos produtores agrícolas reclamaram da pouca oferta dos biodefensivos. Reginaldo Lopes Minaré, consultor técnico da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária, alertou para a má distribuição dos produtos de controle biológico. "Há que se considerar ainda que 4 milhões de agricultores no País vivem na pobreza e têm baixa escolaridade", advertiu.
Limites
dos biodefensivos
Fabrício Rosa, diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, disse ainda que o limite para o uso de biodefensivos é o nível do dano econômico. "Se a praga está em estágio avançado dentro da lavoura, o biológico não controla. E se não entrar com químico, o agricultor perde tudo", afirmou.
Fabrício Rosa, diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, disse ainda que o limite para o uso de biodefensivos é o nível do dano econômico. "Se a praga está em estágio avançado dentro da lavoura, o biológico não controla. E se não entrar com químico, o agricultor perde tudo", afirmou.
Ele
ressaltou, entretanto, que o setor está interessado em novas tecnologias e
trabalha para sua popularização. Ele estima que, nos próximos dez anos, com o
aumento da oferta de biodefensivos, pode haver a mudanças no uso de agrotóxicos.
Reportagem
– Geórgia Moraes, Edição – Newton Araújo, Foto - TV Câmara, Agência Câmara
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