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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Novas epidemias de zika ‘continuam sendo prováveis’ nas Américas, diz ONU

Em artigo publicado na revista científica American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, adverte que futuras ondas epidêmicas do zika ‘continuam sendo prováveis’ nas Américas. A dirigente lembra que, na América Latina e no Caribe, 500 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de transmissão do vírus.


Aedes aegypti é principal transmissor do zika, da dengue e da chikungunya. Foto: UNICEF/Ueslei Marcelino

Em artigo publicado na revista científica American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, adverte que futuras ondas epidêmicas do zika “continuam sendo prováveis” nas Américas. A dirigente lembra que, na América Latina e no Caribe, 500 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de transmissão do vírus.

“A luta contra o vírus não é uma corrida de cem metros, mas uma maratona na qual a ciência e a saúde pública precisam atuar de mãos dadas para o benefício de nossos povos”, afirmou Etienne no texto, divulgado em maio desse ano. A diretora da agência da ONU assina o texto com os coautores Marcos Espinal e Thais dos Santos.

Especialistas lembram que mais de 700 mil casos de zika foram oficialmente notificados à OPAS por 48 países e territórios das Américas. Segundo os pesquisadores, a região teve “a desafortunada distinção de ser um campo de testes das infecções”.

A doença se tornou uma “nova vilã” da saúde, “causando medo, perdas econômicas, e, o que é mais importante, marcando a vida de crianças e famílias afetadas por anomalias congênitas debilitantes”, acrescentaram os autores.

“A experiência do vírus zika demonstra mais uma vez que o bom julgamento clínico e o estado de alerta sobre os eventos atípicos são cruciais para a detecção oportuna de doenças emergentes e ressurgentes. Também aponta para a importância de se investir na força de trabalho da saúde como a primeira linha de defesa contra ameaças de doenças infecciosas”, afirma o artigo.

A circulação do zika nas Américas foi difícil de ser diagnosticada devido às semelhanças da infecção com a dengue e a febre amarela, observou Etienne e os outros autores.

“As defesas disponíveis contra o mosquito responsável pela transmissão desses vírus não são mais suficientes para resistir à sua propagação agressiva. Portanto, o desenvolvimento de novas ferramentas acessíveis por parte da comunidade científica, incluindo testes de diagnóstico e uma vacina contra o ZIKAV, bem como a inovação no controle vetorial, são prioridades urgentes”, acrescentou a diretora da agência da ONU.

Etienne defendeu que “nossos sistemas de saúde precisarão estar preparados para garantir que essas novas ferramentas sejam introduzidas e que seus benefícios atinjam todos, e não apenas alguns”.

No artigo, a chefe da OPAS descreveu a resposta da agência da ONU, que coordenou mais de 80 missões de especialistas em 30 países com neurologistas, neonatologistas, obstetras, epidemiologistas, virologistas e especialistas em pesquisa e organização de serviços de saúde. A capacitação e as atividades abarcaram a gestão clínica, o diagnóstico laboratorial, a comunicação de riscos e o controle vetorial.

Etienne lembrou ainda que foram os “astutos trabalhadores de saúde da linha de frente foram os primeiros a perceber que estavam detectando algo incomum” na região Nordeste do Brasil, com aumentos nos transtornos neurológicos, como a Síndrome de Guillain-Barré, e no número de ocorrências de microcefalia.

Acesse o artigo “Vírus zika nas Américas: uma tempestade que se aproxima” clicando aqui.



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