Em
artigo publicado na revista científica American Journal of Tropical Medicine
and Hygiene, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa
Etienne, adverte que futuras ondas epidêmicas do zika ‘continuam sendo
prováveis’ nas Américas. A dirigente lembra que, na América Latina e no Caribe,
500 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de transmissão do vírus.
Aedes
aegypti é principal transmissor do zika, da dengue e da chikungunya. Foto:
UNICEF/Ueslei Marcelino
Em
artigo publicado na revista científica American Journal of Tropical
Medicine and Hygiene, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, adverte
que futuras ondas epidêmicas do zika “continuam sendo prováveis” nas Américas.
A dirigente lembra que, na América Latina e no Caribe, 500 milhões de pessoas
vivem em áreas com risco de transmissão do vírus.
“A
luta contra o vírus não é uma corrida de cem metros, mas uma maratona na qual a
ciência e a saúde pública precisam atuar de mãos dadas para o benefício de
nossos povos”, afirmou Etienne no texto, divulgado em maio desse ano. A
diretora da agência da ONU assina o texto com os coautores Marcos Espinal e
Thais dos Santos.
Especialistas
lembram que mais de 700 mil casos de zika foram oficialmente notificados à OPAS
por 48 países e territórios das Américas. Segundo os pesquisadores, a região
teve “a desafortunada distinção de ser um campo de testes das infecções”.
A
doença se tornou uma “nova vilã” da saúde, “causando medo, perdas econômicas,
e, o que é mais importante, marcando a vida de crianças e famílias afetadas por
anomalias congênitas debilitantes”, acrescentaram os autores.
“A
experiência do vírus zika demonstra mais uma vez que o bom julgamento clínico e
o estado de alerta sobre os eventos atípicos são cruciais para a detecção
oportuna de doenças emergentes e ressurgentes. Também aponta para a importância
de se investir na força de trabalho da saúde como a primeira linha de defesa
contra ameaças de doenças infecciosas”, afirma o artigo.
A
circulação do zika nas Américas foi difícil de ser diagnosticada devido às
semelhanças da infecção com a dengue e a febre amarela, observou Etienne e os
outros autores.
“As
defesas disponíveis contra o mosquito responsável pela transmissão desses vírus
não são mais suficientes para resistir à sua propagação agressiva. Portanto, o
desenvolvimento de novas ferramentas acessíveis por parte da comunidade
científica, incluindo testes de diagnóstico e uma vacina contra o ZIKAV, bem
como a inovação no controle vetorial, são prioridades urgentes”, acrescentou a
diretora da agência da ONU.
Etienne
defendeu que “nossos sistemas de saúde precisarão estar preparados para
garantir que essas novas ferramentas sejam introduzidas e que seus benefícios
atinjam todos, e não apenas alguns”.
No
artigo, a chefe da OPAS descreveu a resposta da agência da ONU, que coordenou
mais de 80 missões de especialistas em 30 países com neurologistas,
neonatologistas, obstetras, epidemiologistas, virologistas e especialistas em
pesquisa e organização de serviços de saúde. A capacitação e as atividades
abarcaram a gestão clínica, o diagnóstico laboratorial, a comunicação de riscos
e o controle vetorial.
Etienne
lembrou ainda que foram os “astutos trabalhadores de saúde da linha de frente
foram os primeiros a perceber que estavam detectando algo incomum” na região
Nordeste do Brasil, com aumentos nos transtornos neurológicos, como a Síndrome
de Guillain-Barré, e no número de ocorrências de microcefalia.
Acesse
o artigo “Vírus zika nas Américas: uma tempestade que se aproxima” clicando aqui.
Fonte: Portal nacoesunidas.org
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