RicardoValverde (Agência Fiocruz de Notícias)
Divulgada nesta sexta-feira
(2/7), a nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz traz boas e más notícias
sobre o atual cenário da pandemia no Brasil. De acordo com os números da Semana
Epidemiológica (SE) 25 (20 a 26/6), apenas um estado (o Mato Grosso)
apresentou sinal de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG), tendência que não se verificou em nenhuma das 27 capitais. No entanto,
o dado negativo é que o número de novos casos semanais continua sendo motivo de
grande preocupação. Todos os estados têm ao menos parte do seu território em
nível alto ou superior, sendo que 22 deles e o Distrito Federal apresentam
macrorregiões de saúde em nível extremamente elevado.
De acordo com o Boletim,
nenhuma das 27 capitais apresentou sinal de crescimento até a SE 25. Em 13
delas, observou-se sinal de queda. E 14 capitais apresentaram sinal de
estabilização, indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de
platô: Aracaju, Belém, Plano Piloto de Brasília e arredores, Cuiabá, Curitiba,
Goiânia, Macapá, Maceió, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, São Luís, Teresina e
Vitória.
Das 27 capitais,
três (Belém, Boa Vista e Vitória) integram macrorregiões de saúde em nível
alto e 11 (Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Natal, Palmas, Porto
Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís) em nível muito alto.
Sendo que 13 delas encontram-se em nível extremamente alto (Aracaju, Belo
Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, João Pessoa, Macapá,
Maceió, Porto Velho, Recife, São Paulo e Teresina).
Embora apenas
sete estados tenham alguma macrorregião com sinal de crescimento, entre as
macrorregiões de saúde, há 15 em nível alto (incidência de novos casos semanais
por 100 mil habitantes entre 1 a 5), 26 em nível muito alto (incidência de 5 a
10) e 75 em nível extremamente alto (incidência acima de 10). As duas únicas
macrorregiões de saúde em nível pré-epidemia de Covid-19 (Litoral no Piauí e
Sul no Espírito Santo) estão com subnotificação de casos de SRAG, de forma que
esse indicador não reflete a situação real desses locais.
Os sete estados em que
observa-se ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento nas
tendências de longo ou curto prazo são Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás,
Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nos demais estados verifica-se
uma tendência de longo e curto prazo com sinal de queda ou estabilização em
todas as respectivas macrorregiões de saúde.
O Mato Grosso é a única das 27
unidades da Federação que apresenta sinal de crescimento na tendência de longo
prazo até a SE 25. Dentre as demais, 17 apresentam sinal de queda na tendência
de longo prazo. Há sinal de estabilidade nas tendências de longo e curto prazo
no Acre, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Piauí, Rondônia e
Sergipe.
Embora os sinais de tendência
sejam positivos, com poucos estados mostrando sinal de crescimento, os valores
semanais, de acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Boletim,
continuam elevados. É o que revela o indicador de transmissão comunitária,
tornando mais uma vez clara a necessidade de manutenção de medidas de mitigação
da transmissão.
Em função disso, o Gomes
reforça a recomendação da cautela em relação à medidas de flexibilização das
recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19
enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para
que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.
O Boletim ressalta que há a necessidade de reavaliar as flexibilizações já implementadas nos estados com o sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.
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