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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ELEIÇÕES TERÃO NÚMERO RECORDE DE CANDIDATOS À CÂMARA DOS DEPUTADOS

Apesar de contar com menos partidos do que em 2018, a eleição para Câmara dos Deputados em 2022 terá um número recorde de candidatos e está mais competitiva. São quase 10,3 mil inscritos, ou uma média de 20 candidatos por vaga. Nas eleições passadas eram 8,5 mil, ou 17 candidatos por vaga.

PTB, PP e PL são os partidos que mais lançaram candidatos, apresentando mais do que três vezes o número anterior. Outros partidos de centro quase que dobraram o número de candidatos: Solidariedade, PSC, PSD e Republicanos.

Para o cientista político Lucas de Aragão, essa tendência é o resultado do apoio do governo do presidente Jair Bolsonaro. Com isso, os candidatos podem ter maior acesso a recursos e obter o apoio de líderes políticos regionais.

"É dado o esforço que o governo fez para tentar criar uma coligação lá atrás, tanto para eleição mas para o funcionamento dentro do Congresso Nacional. Essa coligação, você acaba tendo um número muito grande de candidatos porque o poder da máquina ainda é muito forte no Brasil. Talvez o brasileiro tenha se esquecido um pouco porque tem tempo que não tem uma eleição com a força da máquina. A última foi em 2014."

Na outra ponta, partidos de esquerda optaram por uma estratégia de reduzir o número de candidaturas, entre eles Rede, Psol, PV e PCdoB. O PT também diminuiu levemente o número de candidatos e terá menos do que outros partidos de esquerda, PDT e PSB, que ganharam candidatos.

O quadro reflete em parte as mudanças nas regras eleitorais. Esta será a primeira eleição para Câmara dos Deputados sem coligações, o que dificulta as chances de partidos menores elegerem candidatos. E ainda aumentaram os números da cláusula de barreira, que impede o funcionamento de partidos que não alcançarem um mínimo de votos e deputados eleitos.

Para se adaptarem a essas novidades, sete legendas se integraram para formar três federações partidárias: PT-PCdoB e PV; PSDB e Cidadania; e Psol e Rede.

Os partidos que não alcançarem a cláusula de barreira perderão recursos do fundo partidário e o tempo de propaganda em rádio e televisão.

Da Rádio Câmara, Francisco Brandão

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