Apesar de contar com menos
partidos do que em 2018, a eleição para Câmara dos Deputados em 2022 terá um
número recorde de candidatos e está mais competitiva. São quase 10,3 mil
inscritos, ou uma média de 20 candidatos por vaga. Nas eleições passadas eram
8,5 mil, ou 17 candidatos por vaga.
PTB, PP e PL são os partidos
que mais lançaram candidatos, apresentando mais do que três vezes o número anterior.
Outros partidos de centro quase que dobraram o número de candidatos:
Solidariedade, PSC, PSD e Republicanos.
Para o cientista político
Lucas de Aragão, essa tendência é o resultado do apoio do governo do presidente
Jair Bolsonaro. Com isso, os candidatos podem ter maior acesso a recursos e
obter o apoio de líderes políticos regionais.
"É dado o esforço que o
governo fez para tentar criar uma coligação lá atrás, tanto para eleição mas
para o funcionamento dentro do Congresso Nacional. Essa coligação, você acaba
tendo um número muito grande de candidatos porque o poder da máquina ainda é
muito forte no Brasil. Talvez o brasileiro tenha se esquecido um pouco porque
tem tempo que não tem uma eleição com a força da máquina. A última foi em
2014."
Na outra ponta, partidos de
esquerda optaram por uma estratégia de reduzir o número de candidaturas, entre
eles Rede, Psol, PV e PCdoB. O PT também diminuiu levemente o número de
candidatos e terá menos do que outros partidos de esquerda, PDT e PSB, que
ganharam candidatos.
O quadro reflete em parte as
mudanças nas regras eleitorais. Esta será a primeira eleição para Câmara dos
Deputados sem coligações, o que dificulta as chances de partidos menores
elegerem candidatos. E ainda aumentaram os números da cláusula de barreira, que
impede o funcionamento de partidos que não alcançarem um mínimo de votos e
deputados eleitos.
Para se adaptarem a essas
novidades, sete legendas se integraram para formar três federações partidárias:
PT-PCdoB e PV; PSDB e Cidadania; e Psol e Rede.
Os partidos que não alcançarem
a cláusula de barreira perderão recursos do fundo partidário e o tempo de
propaganda em rádio e televisão.
Da Rádio Câmara, Francisco Brandão
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