Por Monique de Carvalho/sonoticiaboa.com.br
O menor robô ambulante do mundo tem apenas meio milímetro e poderá ser utilizado em procedimentos médicos - Foto: Reprodução / Northwestern University
Imagina um assistente de
apenas meio milímetro de largura, em formato de caranguejo, auxiliando médicos
em cirurgias bem delicadas? Essa é a criação mais recente dos engenheiros da
Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. Eles desenvolveram o menor robô
ambulante do mundo, controlado remotamente!
Com aparência de um caranguejo
minúsculo, o mini robô é capaz de chegar a locais “inacessíveis” e fazer coisas
impressionantes na medicina e em outras áreas também:
“Você pode imaginar esses
robôs como agentes para reparar e montar pequenas estruturas ou máquinas na
indústria, ou como assistentes cirúrgicos para limpar artérias entupidas, parar
hemorragias internas ou eliminar tumores cancerígenos, tudo em procedimentos
minimamente invasivos”, explica o professor de robótica John Rogers, autor
principal do estudo.
E essa mesma tecnologia
inovadora ainda pode ajudar no desenvolvimento de outros robôs microscópicos
inteligentes, capazes de realizar tarefas complexas em espaços apertados ou de
difícil acesso, como minas e escombros, ou até mesmo em cirurgias dentro do
corpo humano.
Leia mais notícias boas:
- inteligência artificial: novo robô humanoide reconhece tristeza e ‘consola’ pessoas
- Companhia e tecnologia: alunos brasileiros criam robô-cuidador doméstico e vencem
mundial de robótica
- Destaque internacional: alunos brasileiros criam robô-cuidador doméstico e vencem
mundial de robótica
Robô muda de forma
A possibilidade de criar o
menor robô ambulante do mundo só foi possível graças ao uso de uma tecnologia
leve e menos complexa do que as normalmente utilizadas.
Em vez de ser alimentado por
um hardware complexo, sistemas hidráulicos ou eletricidade, esses robozinhos
funcionam com a ajuda da resiliência elástica de seus corpos.
Para construí-los, os
pesquisadores usaram um material com uma espécie de “memória” latente, capaz de
deformar e voltar a forma original quando aquecido.
O mini robô possui um feixe de
laser que é utilizado para esquentar rapidamente partes específicas do corpo
dele, enquanto uma fina camada de vidro faz com que o local deformado volte ao
seu estado inicial após o resfriamento.
À medida que o robô muda de uma
fase para outra, o movimento de locomoção é criado. Esse mesmo laser também é
utilizado para determinar qual a direção ele deve seguir.
Como essas estruturas são
muito pequenas, a taxa de resfriamento é muito rápida, proporcionando uma boa
velocidade de deslocamento.
Se inspiraram em livro
infantil
Para fabricar uma criatura tão
pequena, os cientistas recorreram a uma técnica de montagem inspirada em um
livro infantil de modelagem, conhecida como “pop-up”.
Eles fabricaram os precursores
das estruturas do caranguejo ambulante utilizando geometrias planas.
Esses precursores foram
colocados em um substrato de borracha levemente esticado que, ao ser relaxado e
aquecido, faz com que o robô “surja” com formas tridimensionais precisamente
definidas.
É como se o usuário apertasse
um objeto plano até ele se transformar em uma figura palpável.
“Com essas técnicas de
montagem e conceitos de materiais, podemos construir robôs ambulantes de quase
todos os tamanhos ou formas 3D, incluindo minhocas, grilos e besouros, capazes
de se locomover por espaços reduzidos onde outro robô nem sequer conseguiria
entrar”, explica John.
Um futuro promissor
Os robôs ainda estão em fase
de desenvolvimento e foram criados principalmente para fins acadêmicos, mas a
tecnologia usada para fazer os pequenos caranguejos tem potencial, disse
Rogers.
Pequenos robôs podem ser
usados para realizar cirurgias minimamente invasivas ou ajudar na montagem e
reparo de máquinas de pequena escala, disse ele.
Agora, a equipe está
trabalhando para expandir as capacidades do robô. “Como um objetivo ambicioso,
pedi aos alunos que vissem uma maneira de fazer esses robôs voarem – talvez
impossível, mas divertido de se pensar”, imaginou o professor.
Com informações da Northwestern
0 comentários:
Postar um comentário