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quarta-feira, 15 de abril de 2020

COVID-19 - Attacks the 1-Beta Chain of Hemoglobin and Captures the Porphyrin to Inhibit Human Heme Metabolism


Essa publicação de pesquisadores chineses é extensa e complexa e seria interessante ter a opinião crítica dos hematologistas do grupo. Particularmente, fiquei bastante impressionado com a genialidade da hipótese e dos mecanismos descritos com profundidade. Em resumo, os autores afirmam que na fase de replicação viral, após adentrar o organismo de uma pessoa, o RNA do SARS-CoV-2 codifica a produção de proteínas estruturais e outras não estruturais. Uma dessas proteínas não-estruturais invade as hemoglobinas, retira o átomo de ferro e se liga ao mesmo sítio impedindo o carreamento de O2. Isso explicaria o quadro de hipóxia de evolução rápida particularmente notável na COVID-19. A lesão do parênquima pulmonar (vidro fosco) seria uma consequência da hipoxia/necrose e não um efeito direto do processo inflamatório provocado pelo vírus como se presumia na visão convencional. Talvez por isso a hipóxia seja mais acentuada nas pessoas mais idosas e com comorbidades, mesmo com a oferta de oxigênio suplementar, pois estes indivíduos teriam poucos sítios de ligação nas hemoglobinas. Outro dado comentado é que em pessoas sem comorbidades, a carga viral inicial (viral load) iria determinar a gravidade do quadro, pois quanto maior a carga viral, maior o número de hemoglobinas comprometidas. Outra hipótese comentada é que a alteração na estrutura das hemácias explicaria a lesão de vasos e a coagulação intravascular disseminada. Ou seja, é possível que a COVID-19 seja uma doença infecciosa de base hematológica com complicações pulmonares. E segundo os autores, uma terapia a ser testada seria a hemotransfusão em pacientes graves com hipoxemia refratária. Achei o paper interessante e nos ajuda a ampliar a nossa compreensão atual, nos fazendo olhar e pensar em 360 graus.

Anexo:


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