Organização Mundial da Saúde
pede cautela na adoção dos "passaportes de imunidade" que estão sendo
pensados por vários países e alerta que não há provas de que quem foi infetado
fique imune.
Não há ainda evidência
científica que quem se recuperar do novo coronavírus possa ficar
imunizado e a salvo de uma nova infeção, alertou na sexta-feira à noite a Organização Mundial
da Saúde (OMS).
O alerta foi divulgado no
momento que os governos estudam medidas para uma retoma da atividade
económica e social. Nalguns casos estão a ser estudados “passaportes de
imunidade” para que quem já esteve infetado possa sair à rua sem restrições e
voltar ao trabalho. Medidas como esta, alerta a OMS, podem não ser seguras.
“Não há atualmente
provas de que as pessoas que recuperaram da Covid-19 tenham anticorpos e
estejam protegidas de uma segunda infeção”, disse a OMS em comunicado,
acrescentando que dar às pessoas que já foram infetadas direito a viajar ou
trabalhar “pode, por consequência, aumentar os riscos de uma transmissão
continuada”.
Há estudos que dão conta de 51
pessoas que voltaram a testar positivo depois de, aparentemente, terem
recuperado na Coreia do Sul. Também há relatos de reinfeções no Japão e na
China, daí que a OMS peça cautela aos governos na adoção de medidas.
Com milhares de milhões de
pessoas em casa devido às medidas restritivas, os governos começam a preparar
formas de retomar a atividade – com a reabertura escalonada e
confinamentos verticais escalonados por grupos de potencial risco.
O Chile foi o primeiro país a
anunciar uma medida mais extrema: que iria avançar com um “passaporte de
saúde” para os doentes recuperados, o que permitiria livre trânsito para
algumas pessoas voltarem ao trabalho. A Alemanha e o Reino Unido também já
admitiram uma medida semelhante, para viabilizar a recuperação gradual da
economia e evitar uma maiores recessões.
A OMS alerta ainda para a
precisão dos testes de imunidade que estão sendo realizados e para o risco de
se confundirem testes destinados à identificação de anticorpos face
à Covid-19 com os destinados a outros coronavírus.
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