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segunda-feira, 27 de abril de 2020

OMS ALERTA: "NÃO HÁ PROVAS" DE QUE QUEM RECUPEROU DA COVID-19 ESTEJA PROTEGIDO DE UMA SEGUNDA INFEÇÃO


Organização Mundial da Saúde pede cautela na adoção dos "passaportes de imunidade" que estão sendo pensados por vários países e alerta que não há provas de que quem foi infetado fique imune.

Não há ainda evidência científica que quem se recuperar do novo coronavírus possa ficar imunizado e a salvo de uma nova infeção, alertou na sexta-feira à noite a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O alerta foi divulgado no momento que os governos estudam medidas para uma retoma da atividade económica e social. Nalguns casos estão a ser estudados “passaportes de imunidade” para que quem já esteve infetado possa sair à rua sem restrições e voltar ao trabalho. Medidas como esta, alerta a OMS, podem não ser seguras.

“Não há atualmente provas de que as pessoas que recuperaram da Covid-19 tenham anticorpos e estejam protegidas de uma segunda infeção”, disse a OMS em comunicado, acrescentando que dar às pessoas que já foram infetadas direito a viajar ou trabalhar “pode, por consequência, aumentar os riscos de uma transmissão continuada”.

Há estudos que dão conta de 51 pessoas que voltaram a testar positivo depois de, aparentemente, terem recuperado na Coreia do Sul. Também há relatos de reinfeções no Japão e na China, daí que a OMS peça cautela aos governos na adoção de medidas.

Com milhares de milhões de pessoas em casa devido às medidas restritivas, os governos começam a preparar formas de retomar a atividade – com a reabertura escalonada e confinamentos verticais escalonados por grupos de potencial risco.

O Chile foi o primeiro país a anunciar uma medida mais extrema: que iria avançar com um “passaporte de saúde” para os doentes recuperados, o que permitiria livre trânsito para algumas pessoas voltarem ao trabalho. A Alemanha e o Reino Unido também já admitiram uma medida semelhante, para viabilizar a recuperação gradual da economia e evitar uma maiores recessões.

A OMS alerta ainda para a precisão dos testes de imunidade que estão sendo realizados e para o risco de se confundirem testes destinados à identificação de anticorpos face à Covid-19 com os destinados a outros coronavírus.


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