A Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS) alertou nesta sexta-feira (10) que os países das Américas
enfrentam uma possível escassez de sangue para transfusões devido a uma redução
significativa nas doações voluntárias durante este período da pandemia de COVID-19.
De acordo com os últimos dados
disponibilizados, em 2017 foram coletadas mais de 10,5 milhões de unidades de
sangue, por meio de 1.800 centros de doação em 37 países e territórios das
Américas. Dada a atual pandemia, os serviços de saúde agora correm o risco de
escassez de disponibilidade.
"Estamos preocupados com
o esgotamento das reservas dos bancos de sangue, pois isso coloca em risco a
vida de muitas pessoas que precisam de transfusões", disse a diretora da
OPAS, Carissa F. Etienne. Pessoas com câncer e leucemia, que precisam de
serviços de transplante e mulheres que sofrem de hemorragia pós-parto estão
entre as pessoas que chegam diariamente aos hospitais precisando de
transfusões. Além disso, os serviços de emergência exigem disponibilidade contínua
de sangue para responder a casos de trauma decorrentes de acidentes de trânsito
e outras lesões.
Etienne pediu aos governos que
mantenham o suprimento adequado de sangue, enquanto trabalham para reduzir a
propagação da COVID-19. Isso significa garantir que os doadores voluntários
possam continuar doando com segurança sangue, plaquetas e plasma. "A
necessidade de sangue está se tornando crítica", atestou Etienne. "Os
serviços de saúde devem se coordenar aos doadores para marcar consultas para
doação de sangue, dentro de uma unidade de saúde ou por meio de sistemas móveis
de coleta e serviços de saúde".
O risco de transmissão do novo
coronavírus por transfusão de sangue e componentes é provavelmente mínimo. Os
vírus respiratórios nunca foram relatados como transmitidos através do sangue
ou de componentes sanguíneos e, até o momento, não há relatos de infecção por
COVID-19 em receptores de sangue.
“Parar as doações de sangue
não é aceitável neste momento. Precisamos encontrar maneiras de garantir que as
doações continuem ininterruptas e sejam seguras para doador e destinatário” -
Carissa F. Etienne
A diretora da OPAS pediu aos
hospitais e bancos de sangue que tomem medidas de precaução para minimizar
qualquer risco e prevenir a infecção pelo novo coronavírus. Isso inclui manter
o distanciamento físico e implementar práticas adequadas de biossegurança para
proteger seu pessoal e doadores.
Etienne pediu ainda aos países
da região que implementem sistemas de agendamento, prolonguem o horário de
doações, usem sistemas móveis de coleta, monitorem o suprimento de sangue de
emergência e reagendem as cirurgias eletivas.
Os países também devem
garantir a disponibilidade de suprimentos críticos para a coleta de sangue,
incluindo equipamentos de proteção individual para o pessoal de saúde, afirmou
Etienne, instando as autoridades de saúde a informar o público sobre quem pode
doar sangue no contexto da pandemia e quais medidas devem ser tomadas para
garantir uma doação segura.
Quem pode doar sangue durante
a pandemia de COVID-19?
Pessoas saudáveis que não
apresentam sintomas semelhantes aos da gripe e que não tiveram contato com
casos confirmados de COVID-19.
Pessoas que estiveram doentes,
viajaram ou tiveram contato com um caso COVID-19 podem doar um mês após a
viagem, contato ou recuperação total.
Crédito da foto:
A3pfamily/Shutterstock.com
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