Nelson
Teich explicou as ações adotadas para enfrentamento ao coronavírus. A audiência
pública foi transmitida pela Internet e contou com a participação de
parlamentares de todos os estados
O
ministro da Saúde, Nelson Teich, participou de videoconferência com senadores,
nesta quarta-feira (29), sobre as ações desenvolvidas pelo Governo do Brasil
para apoiar os estados e municípios no enfrentamento ao coronavírus (COVID-19).
“Este é um momento Brasil, que demanda ação conjunta do Governo Federal,
estados, municípios, deputados e senadores. Nunca vi um momento que exigisse
tamanha união de lideranças no enfrentamento de um problema comum. Este é um
momento histórico de união do país”, declarou Teich ao iniciar seu discurso. O
evento foi transmitido pela Internet e contou com a participação de
representantes de todos os estados brasileiros.
Após
distribuição de R$ 5 bilhões para que os estados e municípios pudessem
reestruturar suas redes de saúde, o ministro da Saúde destacou que, agora, em
uma nossa fase da doença no país, priorizará os estados com maior quantidade de
casos e, portanto, maior necessidade de ampliação da estrutura de atendimento à
população. “De posse de informações atualizadas de estados e municípios,
percebendo os diferentes perfis de comportamento da doença por região, bem como
padrão de evolução da epidemia em cada localidade, definimos que as nossas
ações devem se pautar por distribuição não-linear de insumos e de meios, o que
definirá o peso de distribuição de recursos e também a prioridade no socorro a
estados e municípios a partir da situação crítica vivenciada pelo ente
federal”, explicou.
Teich
também classificou o papel do Ministério da Saúde como uma “força nacional de
apoio, calibrando os esforços e modulando as ações. O ministro da Saúde também
destacou que, desde que assumiu à pasta, se dedicou a aperfeiçoar a dinâmica de
aquisições, ampliar a parceria com a iniciativa privada, acelerar as entregas
de insumos e de serviços e estreitar, cada vez mais, a nossa relação com
estados e municípios”, disse.
Em
relação à distribuição de respiradores, equipamentos usados no tratamento de
pacientes graves com dificuldade para respirar, o ministro informou que o
Governo Federal enfrenta o desafio na disponibilidade destes equipamentos.
“Apesar do grande esforço que estabelecemos com a indústria nacional, o
cronograma de entrega desses equipamentos atende, em parte as nossas
necessidades. Por isso, estamos buscando alternativas”, informou.
O
Ministério da Saúde possuía uma compra de 15 mil respiradores produzidos na
China que precisou ser cancelada porque o fornecedor não conseguiu entregar os
aparelhos. Diante disso, ao longo de três meses, uma rede de empresas
brasileiras ajudará a atender as necessidades do Sistema Único de Saúde, com
14.100 respiradores mecânicos. A partir das entregas pelas empresas
fabricantes, o Ministério da Saúde distribuiu 272 respiradores e outros 185
serão entregues nesta semana pelas empresas brasileiras.
O
ministro da Saúde também falou sobre o isolamento social, o uso de tecnologias
no combate à doença, como a telemedicina, evolução da transmissão e
notificação dos casos. Cada senador teve cinco minutos para contextualizar seus
pontos de vista e elaborar os questionamentos, respondidas pelo ministro em
igual tempo, a cada bloco de três perguntas. A audiência pública foi comandada
pelo presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre.
ISOLAMENTO
SOCIAL
O
ministro da Saúde, Nelson Teich, diz que o isolamento social é uma ferramenta
que deve ser usada da melhor maneira possível no combate ao coronavírus,
considerando a evolução da doença no âmbito de cada localidade. “O isolamento é
uma ferramenta, que pode ser bem ou mal-usada. Não podemos ter uma resposta
simplista para um problema complexo para um país tão heterogêneo, como o
Brasil. Ficar em casa vai ser melhor para algumas pessoas e regiões, mas não
para todas", esclareceu Teich.
Para
tentar ajudar estados e municípios a tomarem as melhores decisões, de acordo
com a população e cada necessidade local, o Ministério da Saúde está
trabalhando na construção de uma diretriz para o contexto atual. “Cada estado
vai poder usar essa diretriz para a sua própria realidade. Vamos colocar as
variáveis e cada estado vai ver como se encaixa e pode usar para orientar suas
ações”, disse.
Uma
das formas de entender qual melhor modelo seguir e obter maiores informações, o
Ministério da Saúde também vai trabalhar com pesquisas internacionais. “Além
disso, vamos entrar em contato com os países que tiveram maior sucesso para
termos detalhes do que foi feito nesses lugares”, disse.
APOIO
AOS ESTADOS
O
Ministério da Saúde tem trabalhado diariamente com foco e observação de todos
os estados e municípios, acompanhando de perto a evolução de casos e óbitos em
todos os lugares para auxiliar na melhor tomada de decisão em cada caso. “Vamos
fazer tudo o que tem de ser feito para sairmos dessa crise o mais rápido e com
a menor mortalidade possível”, disse o ministro da Saúde, Nelson Teich.
Em
relação ao estado do Amazonas, que possui um dos maiores números de casos e
óbitos, proporcionalmente, o ministro da Saúde destacou que para auxiliar o
estado, o Ministério da Saúde já enviou R$ 68,7 milhões para reforço de ações
hospitalares e serviços de Atenção Primária voltados exclusivamente para o
combate do coronavírus, além de 13.928 testes RT-PCR e 46.560 testes rápidos. O
estado também já recebeu 1,2 milhão de Equipamentos de Proteção Individual,
como álcool em gel, avental, luvas, máscaras N95, máscaras cirúrgicas, óculos
de proteção, sapatilhas e toucas. O estado também recebeu 55 respiradores para
auxiliar nos casos mais graves da doença.
“Amanhã
(30) decola um avião levando mais respiradores, EPIS e outros materiais que a
gente conseguiu juntar. Essa é a primeira ação estratégica e está sendo voltada
para Manaus, estamos indo buscar esses equipamentos direto nas linhas de
produção. Não há nenhuma vantagem de um estado ou cidade ter prioridade em
relação aos outros, isso é representado pela total situação de calamidade que
cada região está vivendo. Nenhuma região está deixando de ser observada nem
deixando de receber tudo o que foi combinado", explicou o Secretário-Executivo
do Ministério da Saúde, general Eduardo Pazuello.
TELEMEDICINA
O
atendimento médico à distância também ganhou relevância nacional nas ações de
combate ao coronavírus e outras doenças. Agora, a população brasileira não
precisa sair de casa para receber diagnóstico e orientações sobre sinais e
sintomas da doença. Com os serviços do TeleSUS, por telefone, ligando para o
Disque Saúde 136; pelo Chatbot, disponível na página do Ministério da Saúde, ou
baixando o aplicativo Coronavírus SUS gratuitamente, qualquer pessoa pode tirar
dúvidas e até se consultar com um profissional de saúde. Até o momento, 5,7
milhões de pessoas já buscaram os serviços do TeleSUS.
“A
telemedicina vai ser útil e vai nos permitir desenvolver coisas futuras. É mais
uma ferramenta. Aproxima as pessoas, permite contato à distância e interação
social. No entanto, vamos ter que rever a melhor forma de usar essa ferramenta.
Isso já está sendo trabalhado", explicou o ministro da Saúde, Nelson
Teich.
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