As populações alvo dos testes
são os pacientes internados no HUAP
Capacidade atual de
produção é de 400 testes por semana
Foto: Divulgação
Um paciente internado no CTI
do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), da Universidade Federal
Fluminense (UFF), em Niterói, será o primeiro que passará por testes de
diagnóstico rápido da covid-19, em um trabalho desenvolvido por pesquisadores e
alunos de pós-graduação de quatro laboratórios da instituição. Na primeira
fase, os testes começaram em alunos que entraram na equipe como voluntários.“Já
tem um paciente internado no CTI com suspeita e falei com o diretor do hospital
hoje. Vai ser coletado o exame dele amanhã (8) e já vai ser testado por nós”
revelou o coordenador do Laboratório Multiusuário de Apoio à Pesquisa em
Nefrologia e Ciências Médicas da UFF (LAMAP), Jorge Reis Almeida.
Quando aumentar o número de pacientes
examinados, os testes de biologia molecular RTPCR serão analisados em um
laboratório que está sendo montado para ampliar a capacidade do trabalho. O
idealizador do projeto afirmou que a intenção é ter um laboratório certificado
que possa receber os kits produzidos Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
(Bio Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e multiplicar a capacidade
de realização dos testes. “O projeto é de desenvolvimento local, não vamos
receber resultados, vamos produzir resultados”, observou.
O professor da UFF e
nefrologista contou que a evolução da doença mostrou a necessidade do grupo
fazer algo para ajudar, especialmente, no momento em que esses profissionais
tiveram que paralisar outros projetos por causa do isolamento social. “O que
aconteceu é que um contaminou o outro com motivação para fazer parte do
projeto. Nós estamos trabalhando e as principais coisas são a cumplicidade e
motivação. Aquela pergunta: o que eu posso fazer que é uma gotinha nesse
incêndio e que pode ajudar?”, disse.
Conforme a equipe começou a
ser estruturada, os profissionais já acostumados em fazer análises de testes de
outras doenças passaram por treinamentos para atuarem em casos de contaminação
pelo novo coronavírus. “Estamos diante de uma doença perigosíssima. Tudo tem
que ser feito com segurança”, disse.
As populações alvo dos testes
são os pacientes internados no HUAP. “É como um jogo de dominó. Se faz um teste
de diagnóstico mais rápido em um paciente que está excretando vírus pela
biologia molecular, já vamos atuar também nos familiares e salvando vidas. Esse
é o primeiro e mais importante foco do nosso trabalho”, disse, acrescentando
que depois será possível auxiliar outros laboratórios hospitais públicos de
Niterói a fazer diagnóstico em seus profissionais de saúde.O professor estimou
que a atual capacidade instalada tem condição de realizar 400 testes por
semana, mas na fase mais grave da doença que está sendo prevista para maio,
esse número poderá alcançar 3 mil testagens. “[Atualmente] Está havendo um
acúmulo de testagens em nível central. O que a gente está fazendo é uma
descentralização do poder de diagnóstico. A gente amplia a capacidade de
testes”, completou.
O professor chamou atenção
para o caráter multidisciplinar do grupo que será capaz de tornar o HUAP
independente na produção dos laudos em relação a Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e ao Laboratório Central Noel Nutels do Rio de Janeiro (LACEN-RJ),
que concentram grande parte da fabricação de testes regional e nacionalmente.
De acordo com o professor, os
primeiros kits para a realização dos testes foram comprados pela UFF e pelo
hospital, agora, outros serão adquiridos de BioManguinhos e de outras unidades
comerciais para desenvolver os testes em escala.
(Agência Brasil)
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