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sexta-feira, 16 de abril de 2021

Conexão Brasília com o jornalista Olho Vivo Edmar Soares Parte II

-- Brasília, 16 de abril =

 Neste momento em que permanece o impasse sobre o Orçamento de 2021, o mercado deveria considerar uma equação em que o fiscal sofre agora para poder ter chances de se recuperar em seguida. Isso porque as emendas parlamentares, que, pela nova solução em discussão, seriam mantidas em R$16,5, voltando ao acordo original do Orçamento, fazem parte das contrapartidas pelo avanço das reformas.

-- O envolvimento do Tribunal de Contas da União, TCU, no sentido de investigar a conduta do ministro da Economia, Paulo Guedes, como colocamos ontem, não quer dizer que o "posto Ipiranga" foi encurralado pelo Congresso. Significa que o Congresso, sobretudo o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamou para si a responsabilidade política pelo Orçamento. O TCU assessora o Parlamento e, assim como notas das áreas técnicas do Legislativo, já apontou que o presidente Jair Bolsonaro não incorreria em crime de responsabilidade.

-- Ao que parece, o gesto que falta para fechar o acordo é que a base governista garanta a Guedes alguma vitória política, como veto parcial a trechos do Orçamento. O pior cenário é permitir a narrativa de que foi derrotado e perca o Centrão para ministros que chama de "fura-Teto".

-- Às 16h30 desta tarde, Lira participa de um painel sobre Gestão de Pessoas no Serviço Público, na Brazil Conference das universidades americanas de Harvard e MIT. É esperado que fale de Reforma Administrativa e perspectivas do Orçamento.

-- Já o envio do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022, com maior liberdade para gastos com obras públicas, no ano de eleição presidencial, reforça a importância de Guedes como âncora fiscal do governo. Encontrar um equilíbrio, sabendo que estará em jogo o destino das reformas, além da renovação do mandato de Bolsonaro, não é um papel menor e parece ser para onde a base aliada tem deslocado Guedes.

-- A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 deve escolher como relator o senador Renan Calheiros, um aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reabilitado ontem para concorrer contra Bolsonaro e já crescendo em pesquisas recentes.

-- A CPI e o fator Lula fortalecem maior pressão por atendimento de demandas de congressistas, assim como reduz o tempo político para a votação de reformas neste primeiro mandato de Bolsonaro.

Edmar Soares

DRT 2321

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