Cidade paulista de Botucatu
será palco da iniciativa inédita, que também envolve testagem em massa e
sequenciamento genético do vírus
O Ministério da Saúde prepara
uma iniciativa inédita, que combina testagem em massa, sequenciamento genético
da Covid-19 e vacinação de toda a população adulta. A pesquisa será
desenvolvida na cidade de Botucatu (SP), no interior paulista, município que reúne
uma série de condições que fazem da região o local ideal para esse tipo de
análise.
A pesquisa foi aprovada pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e estará apta para começar em
breve. As doses da vacina AstraZeneca/Oxford serão doadas pelo Programa
Nacional de Imunizações (PNI) ao estudo.
"Essa fase de estudos é
justamente para avaliar a efetividade da vacina contra as possíveis variantes
desse vírus. Então, nós vamos vacinar a população de Botucatu inteira. Essa
pesquisa trará resposta acerca do que queremos saber o uso da vacinação",
destacou o ministro Marcelo Queiroga.
Além do Ministério da Saúde, a
pesquisa conta com uma série de parceiros, dentre os quais a Universidade de
Oxford, o laboratório AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a
Fundação Gates, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a prefeitura de
Botucatu. O município já vinha adotando algumas medidas que foram cruciais para
o desenvolvimento da pesquisa, como a testagem de todos os sintomáticos de
síndromes gripais com o exame RT-PCR.
O município tem cerca de 150
mil habitantes - 106 mil são maiores de 18 anos. Pelo projeto de vacinação em
massa, todos esses serão vacinados, e os casos positivos na região,
sequenciados. Com isso, será possível saber a efetividade da vacina produzida
pela Fiocruz contra todas as cepas que circulam na cidade.
O secretário de Ciência e
Tecnologia do MS, Hélio Angotti, pontua que a pesquisa trará informações
cruciais para o planejamento da imunização em todo o país. "Nós poderemos
ter mais informações dessas variantes e da relação com a vacina. É uma pesquisa
muito importante, eu diria não só para o Brasil, mas para o mundo
inteiro", disse Angotti.
"O grande diferencial
desse projeto é o sequenciamento genético de todos os casos positivos, não só
de uma amostragem. Ou seja, todos os casos positivos, num período de oito meses
de estudo, serão sequenciados para saber exatamente qual é a cepa e avaliar
exatamente qual é a efetividade da vacina da AstraZeneca com relação a casos
graves, internação, necessidade de ventilação mecânica e óbito. Então, são
informações importantes não só localmente, mas para o Ministério da Saúde,
Governo Federal e toda a comunidade científica internacional", reforçou o
secretário municipal de Saúde de Botucatu, André Spadaro.
Além da efetividade contra as
variantes, a pesquisa servirá de subsídio para comparar o quão eficiente foi a
vacinação em massa em relação aos outros municípios da região. Botucatu conta
com uma unidade do Hospital das Clínicas da Unesp e tem mais de 500 leitos de
UTI, o que faz do município um polo de referência em relação às localidades
vizinhas.
O estudo terá uma duração
estimada de oito meses, que incluirá a aplicação das duas doses e o
acompanhamento da população que recebeu essas vacinas.
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351
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