O edital envolve seis linhas
temáticas de pesquisa; Data limite para submissão de propostas é 26 de setembro
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), publicou na quinta-feira (11) a ‘Chamada CNPq/MCTI/CT-Saúde Nº 52/2022 - Ações em ciência, tecnologia e inovação para o enfrentamento da resistência antimicrobiana’. As propostas de projetos deverão ser submetidas até 26 de setembro de 2022. O valor global do edital é de R$37 milhões. Os recursos são do Fundo Setorial de Saúde do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O objetivo é apoiar projetos
de pesquisa que contribuam com o avanço do conhecimento na área, além de gerar
dados que possam servir de subsídio para o enfrentamento da resistência
antimicrobiana no âmbito do sistema de saúde brasileiro.
A chamada estabelece que cada
proposta deverá ser apresentada para apenas uma das seis linhas temáticas de
pesquisa previstas.
A linha temática 1 aborda a
prevenção de infecções por micro-organismos resistentes e prevê apoio para
pesquisas por meio do desenvolvimento de novos equipamentos de proteção
individual e ou coletiva, bem como novas tecnologias para sanitização de
ambientes hospitalares ou agropecuários.
A segunda linha temática
abrange o apoio a pesquisas que melhorem o entendimento sobre como ocorre da
resistência antimicrobiana, para expandir o conhecimento básico e tecnológico.
Na linha 3 o objetivo é apoiar pesquisas sobre o entendimento do ecossistema de
transmissão de resistência antimicrobiana com foco no papel dos sistemas
agropastoris. A quarta linha temática tem foco na melhor compreensão da
transmissão em ambientes hospitalares.
A chamada estabelece para a
linha temática 5 ensaios clínicos de fase I para o desenvolvimento de novos
antibióticos e/ou aprimoramento de antibióticos já existentes. O foco está em
antibióticos novos ou aprimorados e que possam ser escalonados e produzidos em
escala industrial. Serão priorizadas propostas que apresentem parcerias com
indústrias e empresas do setor farmacêutico.
A sexta linha temática tem por
objetivo apoiar o estabelecimento de redes de pesquisa para monitoramento e
sequenciamento de cepas resistentes em todo o território nacional, incluindo
bactérias, fungos, vírus e protozoários.
De acordo com a Chamada
Pública, cada projeto aprovado em uma das quatro primeiras linhas poderá
receber financiamento de até R$2 milhões. Na linha cinco, que envolve ensaios
clínicos, cada projeto poderá obter financiamento de até R$ 8 milhões.
Projetos aprovados na linha seis, que envolve redes de pesquisa, poderão
obter até R$5 milhões em financiamento cada.
Resistência antimicrobiana
(RAM) – Trata-se de um fenômeno que ocorre quando
bactérias, fungos, vírus e parasitas sofrem mutações genéticas e adquirem
resistência aos medicamentos, diminuindo ou eliminando a eficácia desse
medicamento para curar ou prevenir infecções.
As resistências afetam o
tratamento de infecções adquiridas na comunidade. Infecções urinárias por Escherichia
coli ou infecções respiratórias por Streptococcus pneumoniae e Haemophilus
influenzae podem não responder aos antibióticos usados
rotineiramente, por exemplo, e exigir o uso de tratamentos mais complexos e
de maior custo.
O fenômeno não é recente, mas
tornou-se um problema crítico de saúde pública à medida que tem se acelerado e
agravado a partir do uso impróprio de medicamentos antimicrobianos, de
programas de prevenção e controle de infecções inadequados ou inexistentes,
entre outros fatores. Estima-se que a resistência aos antibióticos foi
diretamente responsável por cerca de 1,27 milhão de mortes em todo o mundo e
associada a cerca de 4,95 milhões de mortes em 2019. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050 cerca de 10 milhões de óbitos
anuais poderão ser atribuídos à resistência antimicrobiana. Sem uma mudança de
abordagem para conter o problema, até 2050, a resistência antimicrobiana poderá
causar mais mortes que o câncer.
Acesse a íntegra da Chamada Pública neste link.
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