Pesquisadores da Universidade
Western Ontário, no Canadá, realizaram o primeiro teletransporte holográfico
internacional do mundo. Essa combinação entre holograma e teletransporte ocorre
quando a imagem de uma pessoa ou objeto é transmitida instantaneamente de um
lugar para outro.
- Realidade Mista | Cirurgião brasileiro opera com HoloLens
2, da Microsoft
- Não é mágica: como funciona um holograma na vida real
Segundo os cientistas, em abril desse ano a NASA fez algo parecido,
“teletransportando” um médico para dentro da Estação Espacial Internacional
(ISS). A diferença é que agora uma pessoa conseguiu cruzar uma fronteira internacional
virtualmente com a ajuda de óculos especiais.
“Tivemos a incrível oportunidade de demonstrar o primeiro teletransporte holográfico internacional de duas vias. Transportamos uma pessoa do Alabama, nos EUA, para Ontário, no Canadá, e depois fizemos o caminho contrário, sem ter que pagar por hospedagem ou passagem aérea”, brinca o professor de engenharia Adam Sirek, autor principal do projeto.
HoloLens
Para realizar esse experimento
incrível de tecnologia, os pesquisadores usaram o HoloLens — óculos de
realidade virtual (RV) desenvolvidos pela Microsoft — e um software
específico criado pela empresa Aexa Aerospace, com sede em Houston, nos Estados
Unidos.
As imagens holográficas são
projetadas nas lentes do HoloLens (Imagem: Reprodução/University of Western
Ontario)
O sistema envolve uma câmera
especial capaz de criar uma imagem holográfica de um determinado assunto que,
depois de processada, é enviada para o destino escolhido. Uma pessoa do outro
lado da linha usando o HoloLens consegue ver essa imagem como se ela estivesse
fisicamente no ambiente de destino.
“Se ambos estiverem usando o
HoloLens, eles podem interagir no ambiente um do outro como se realmente
estivessem lá e isso é muito chocante. É como se eu pudesse praticamente
apertar a mão da pessoa do outro lado da linha”, acrescenta o estudante de
medicina Adam Levschuk.
Aplicações no mundo real
Atualmente, todo o equipamento
utilizado no teletransporte holográfico custa cerca de US$ 5 mil
(aproximadamente R$ 26,5 mil na cotação atual). Um custo elevado, mas
relativamente menor quando comparado com o preço de passagens aéreas ou
hospedagens se a pessoa tiver que se deslocar fisicamente até o local.
A ideia agora é aperfeiçoar o
protótipo, acrescentando biossensores capazes de monitorar a frequência
cardíaca e a saturação de oxigênio no sangue, além de sensores hápticos que
possam transmitir a sensação de toque e aumentar a interação entre os usuários
do HoloLens.
Imagem teletransportada pelos
cientistas do Canadá para os EUA (Imagem: Reprodução/University of Western Ontario)
No futuro, os pesquisadores
acreditam que essa tecnologia possa ser usada para facilitar o acesso de
médicos à áreas remotas ou, simplesmente, para conectar pessoas a quilômetros
de distância, aumentando a experiência interativa durante uma conversa virtual.
“Nós olhamos para isso de uma perspectiva espacial. Já pensou como seria se um astronauta que estivesse em uma missão de três meses no espaço pudesse descer e se sentar na sala de casa, para um jantar em família sempre que tivesse vontade? Isso seria incrível, para dizer o mínimo”, encerra o professor Sirek.
0 comentários:
Postar um comentário