O Plenário aprovou, nesta
terça-feira (21), o PLS 147/2015, do Senador Otto Alencar (PSD-BA), que destina
recursos de impostos à área de saúde.
O projeto, que integra a Agenda Brasil, vai agora para a Câmara dos Deputados.
De acordo com a proposta,
serão destinados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) os impostos sobre
Produtos Industrializados, de Importação e de Exportação (IPI, II e IE)
incidentes sobre medicamentos e produtos derivados do tabaco. Também vai para o
FNS a arrecadação do Imposto de Renda (IR) sobre os lucros das empresas
produtoras desses bens.
Por sugestão do senador Romero
Jucá (PMDB-RR), foi feita uma emenda de redação para deixar claro que o IPI e a
arrecadação do Imposto de Renda que vai para o FNS se referem à parte da União.
Isso porque, segundo Jucá, uma parte do IPI e do Imposto de Renda arrecadado
pelas empresas produtoras desses bens cabem ao Fundo de Participação dos
Estados (FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
— Isso pode criar, inclusive,
o prejuízo de alguém dizer que é inconstitucional, porque uma lei não pode
alterar uma vinculação constitucional — explicou.
Fundo Nacional de Saúde
O FNS financia
despesas do Ministério da Saúde e também é repassado aos estados e municípios
para custear investimentos e ações ligados ao SUS.
O autor alega que a medida
pode representar mais R$ 20 bilhões para o setor. Para ele, é justo destinar a
arrecadação dos impostos federais, visto que os produtos do fumo criam elevados
encargos ao orçamento da saúde.
O relator Waldemir Moka
(PMDB-MS) concordou com a iniciativa. Para ele, os recursos, ao reforçarem o
caixa do Ministério da Saúde, tem a destinação “mais nobre possível”.
— Segundo estudo da Aliança de
Controle do Tabagismo, apenas os custos totais das internações no SUS,
relacionadas às doenças dos aparelhos circulatório e respiratório bem como aos
diversos tipos de cânceres, causados pelo tabagismo, atingiram R$ 1,5 bilhão em
2013. Infelizmente, houve 10% de óbitos em relação aos quase 634 mil pacientes
acima de 35 anos internados nesse ano— argumentou.
Piso constitucional saúde
Moka também acatou emenda
sugerida pelo senador Humberto Costa (PT-PE) prevendo que os novos recursos
destinados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) devem ser acima do piso
constitucional para os gastos com a saúde.
— Se nós colocamos que o
recurso de impostos sobre cigarros e medicamentos vai para o Fundo Nacional de
Saúde, mas nós não dizemos que isso é além do piso constitucional, o que pode
acontecer é simplesmente uma mudança de fonte, como já aconteceu em
vários governos. Então, coloca-se o IPI do cigarro, coloca-se o IPI do
medicamento, mas, se a gente não diz que isso tem que ser além do teto, o que
pode acontecer é que nós não vamos ter nenhum efeito por conta disso — explicou
Humberto Costa.
Proposições legislativas: PLS
147/2015
Agência Senado


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