Novo
levantamento indica que, desde 2012, o número de pessoas diagnosticadas com a
doença aumentou 18% e o acesso ao tratamento 15%. Também se observou redução da
circulação do vírus no sangue dos tratados, indicando sucesso dos medicamentos
ofertados no SUS
Aumento no diagnóstico entre as pessoas que vivem
com HIV e no número de pessoas em tratamento são os destaques do Relatório de
Monitoramento Clínico do HIV lançado nesta quinta-feira (23) pelo Ministério da
Saúde. O documento demonstra o avanço do país no alcance das metas
90-90-90, no período de 2012 a 2016. De acordo com o documento, estima-se que,
em 2016, aproximadamente 830 mil pessoas vivem com HIV no país, dessas, 694 mil
(84%) diagnosticadas; 655 mil (79%) vinculadas a algum serviço de saúde; e 563
mil (68%) retidas nos serviços.
Confira a apresentação do Relatório de
Monitoramento Clínico, em anexo.
A proporção de pessoas vivendo com HIV
diagnosticadas (1ª meta) aumentou em 18%, passando de 71%, em 2012, para 84%,
em 2016. Ainda com relação aos resultados das metas no país, houve um aumento
de 15% na proporção de PVHIV diagnosticadas que estavam em tratamento (de 62%
em 2012 para 72% em 2016). Nos primeiros seis meses de 2017, o relatório aponta
que quase 35 mil pessoas iniciaram terapia antirretroviral (TARV). Na terceira
meta, das pessoas em tratamento antirretroviral, há pelo menos seis meses, em
2016, 91% atingiram supressão viral (carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL
indicando sucesso no tratamento). Essa proporção é 6% acima da observada em
2012 (85%) e aponta que o país ultrapassou a meta estabelecida.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, comentou os
avanços apontados pelo relatório. Barros ressaltou a importância da manutenção
das ações de prevenção e controle do HIV/aids no Brasil. “Os resultados
observados no Relatório refletem os esforços de um conjunto de ações realizadas
por diversos atores, em diferentes níveis de gestão, para a redução da
transmissão do HIV e a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com
HIV e aids no país”, observou o ministro.
Lançado pelo segundo ano seguido, o documento
Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, reúne e analisa as informações dos
principais indicadores de monitoramento clínico, atualizados até 30 de junho de
2017. O relatório avalia as metas 90-90-90: (90% das pessoas vivendo com HIV
(PVHIV) diagnosticadas; 90% das PVHIV diagnosticadas em terapia antirretroviral
(Tarv); e 90% das PVHIV diagnosticadas em TARV (terapia antirretroviral - com
supressão viral, até o ano de 2020) para o Brasil, entre 2012 e 2016. As metas
foram instituídas, em 2014, pelo Programa das Nações Unidas para Aids (UNAIDS).
Outro dado do relatório aponta que, de todos os
indivíduos infectados pelo HIV, observa-se cobertura antirretroviral de 60% e
supressão viral de 54% (com carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL). Isso é
excelente porque quanto menor a carga viral, menor a possibilidade de
transmissão do vírus e indica sucesso no tratamento da pessoa vivendo com HIV.
No primeiro semestre de 2017, até 30 junho, o
número de pessoas em TARV somava mais de 517 mil. De acordo com os resultados
monitorados até o momento, estima-se que até o final do ano cerca de 550 mil
PVHIV estarão em tratamento, indicando um incremento de mais de 10% nesse
número até o final do ano, ultrapassando o crescimento observado entre 2015-
2016.
Além deste aumento no número de pessoas em TARV,
verifica-se também uma diminuição expressiva no tempo mediano (em dias) entre o
diagnóstico e o início do tratamento, caindo de 161 dias para 42 dias, em menos
de quatro anos, de 2014 a junho de 2017, respectivamente.
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a
incorporar, a partir de janeiro de 2017, o medicamento Dolutegravir, que é
considerado atualmente o melhor medicamento para tratamento do HIV. Dados mais
atuais, até 31 de outubro 2017, revelam que 68 mil PVHIV já estão em uso de
Dolutegravir no país.
Ainda em relação às metas 90-90-90, observa-se que
das pessoas em TARV, há pelo menos seis meses, em 2016, 91% atingiram supressão
viral (carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL indicando sucesso no tratamento),
proporção de 6% acima da observada em 2012 (85%) e ultrapassando a meta
estabelecida.
Esses dados subsidiam a resposta ao HIV no Brasil e
são reconhecidos por seu rigor, como fonte de informação no âmbito
internacional. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu na
Conferência Internacional de Aids (IAS 2017, em Paris), durante o lançamento do
Consolidated Guidelines on Person-Centred HIV Patient Monitoring and Case
Surveillance, que o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem conseguido
utilizar as informações geradas por seus sistemas nacionais de informação em
saúde para fazer diferença na resposta ao HIV. Nesta publicação, inclusive, o
Brasil foi citado como exemplo a ser seguido.
Desafios - A maior
vulnerabilidade entre os jovens fica evidente nos resultados apresentados no
Relatório. Na análise das metas 90-90-90 estimou-se que apenas 56% das PVHIV de
18 a 24 anos diagnosticadas estavam em TARV, e desses, menos da metade
apresentavam supressão viral (Carga Viral menor que 200 cópias/mL).
Outro desafio a ser enfrentado refere-se a adesão à
TARV. Os dados indicam que 70% das pessoas vivendo com HIV – com pelo menos uma
dispensa de medicamentos em 2016- apresentavam adesão suficiente. Porém a taxa
de abandono ou interrupção do tratamento de 9% se mantém praticamente constante
desde 2013.
“Estamos aprimorando as ações programáticas,
buscando a aceleração e a qualificação da resposta brasileira ao HIV, com
vistas ao alcance das metas estabelecidas no planejamento estratégico do
Departamento de IST, HIV e Aids e Hepatites Virais”, explica a Dra. Adele
Benzaken, diretora do departamento. A diretora ressalta ainda que a
publicação do relatório reforça “o compromisso de transparência com a população
brasileira, especialmente com as pessoas que vivem com HIV e com os grupos de
populações-chave e prioritárias que são mais afetadas pela epidemia”.
O financiamento de toda a terapia antirretroviral
distribuída pelo SUS no Brasil, garantida sua sustentabilidade por lei, é feito
com recursos exclusivamente nacionais. Em 2017 foi investido R$ 1.1 bilhão para
aquisição de 37 apresentações dos medicamentos.
Da Agência Saúde
Anexo:
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