Audiência pública na Comissão
de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quinta-feira (23)
discutiu a autonomia das universidades diante da criação da Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares, que segue as diretrizes do Ministério da Saúde.
Participantes do debate
criticaram a criação da empresa, que consideram inconstitucional, enquanto
outros reconheceram a melhoria no atendimento dos hospitais universitários.
Na avaliação do diretor de
Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior do
Ministério da Educação, Mauro Rabelo, a centralização da gestão trouxe
estabilidade aos hospitais universitários.
— A visão da maioria dos
gestores que estão à frente das nossas universidades é de que este modelo é
melhor do que aquele que a gente tinha, separadamente, com cada um correndo,
com seu desespero, atrás do recurso — argumentou.
Entretanto, o médico e
professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Wladimir Soares, defendeu a
extinção da empresa. Para ele, a Ebserh não realiza uma gestão eficaz.
— Se querem conhecer o que é a
Ebserh, conversem com os servidores públicos estatutários, com os estudantes e
com a população. Não se aprende o que é o nazismo conversando com nazista, não
se aprende o que é a escravidão conversando com o senhor de escravo — declarou.
O presidente da Federação
Nacional dos Médicos, Jorge Darze, informou que uma ação no Supremo Tribunal
Federal contesta a constitucionalidade da empresa por interferir na autonomia
das universidades. E disse que hospitais que não aderiram à gestão não recebem
recursos.
— Estão sofrendo uma tortura
na sua sobrevivência, estão morrendo à míngua — disse.
O presidente da Ebserh, Kleber
Morais, rechaçou a afirmação de Soares. E explicou que os recursos podem ser melhor
distribuídos.
— Todos recebem o mesmo
percentual de recursos, em função de uma matriz, e podemos revê-la, que
eventualmente ela está antiga.
O senador Paulo Paim (PT-RS)
afirmou que examinará todas as propostas apresentadas para buscar o consenso.
— Ver o que é possível
construir em matéria de acordo. Se nós construirmos um acordo aqui, é um gol de
placa — declarou.
A audiência pública contou
também com a presença de representantes do TCU e de outras universidades
públicas.
Da Rádio Senado


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