Ministério da Saúde orienta
que as pessoas busquem prestar atenção à presença destes animais e procurem
atendimento imediatamente no caso de picadas
Em quase todo o Brasil, o
clima é chuvoso e é nesta época do ano em que se percebe, com mais frequência,
a presença de animais peçonhentos em casas e apartamentos, especialmente os localizados
próximos às áreas verdes. Escorpiões, aranhas, lacraias e até serpentes
costumam buscar locais secos para se proteger das enchentes e acabam se
tornando um perigo, especialmente para crianças.
O coordenador de Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Alves, explica o porquê de a
atenção precisa ser redobrada. “Essa época de chuva coincide com a de maior
calor e há, também, mais exposição das pessoas aos ambientes que estes animais
estão. Estes bichos não regulam sua temperatura como os mamíferos e, por isso,
buscam locais de maior exposição ao sol. A soma destes fatores faz desta época
a de maior incidência de acidentes”.
A manicure Ana Paula Peixoto
passou pelo susto de ser picada por escorpiões duas vezes: a primeira numa
fazenda e outra na zona urbana. O primeiro acidente foi no chão do banheiro e,
no segundo, o animal estava dentro da calça jeans do filho dela. Nas duas
ocasiões ela diz ter sentido “a pior dor do mundo”. “É uma dor mortal, eu vi a
morte nos olhos. Minha mão ficou dormente e nem sentia os dedos”, lembra.
Nas duas vezes em que foi
vítima dos escorpiões, a Ana Paula cometeu um erro grave. Ela não chegou a
procurar o Pronto Socorro. Se automedicou e esperou a dor passar, o que poderia
ter resultado em sequelas para toda a vida.
Socorro médico
Segundo Renato Alves, em caso
de acidentes com animais peçonhentos, é preciso procurar o serviço de saúde
mais próximo e o mais rápido possível. Só numa unidade de pronto atendimento –
UPA, Hospital ou SAMU -, após a avaliação clínica, o paciente receberá ou não
um antiveneno específico.
“A única ação que a pessoa
pode fazer é lavar bem o local da picada com água e sabão. Nenhuma outra
substância pode ser colocada no local, nem amarrar, porque pode piorar a
situação. E sobre levar o animal, não é necessário perder tempo capturando-o.
Todavia, se ele for capturado, é relevante levar para ajudar o profissional de
saúde a identificar a gravidade do veneno”, alerta o coordenador Renato Alves.
Um perigo eminente
Em 2016, em todo o Brasil,
foram registrados 173.687 acidentes com animais peçonhentos, com maior
incidência nos meses chuvosos, que começa em novembro e termina em março. Ao
todo, 305 pessoas foram vítimas fatais.
O animal peçonhento que mais
causa acidentes com envenenamento é a serpente surucucu. Em 2016, foram registrados
26.485 casos de acidentes por serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Deste
total, 524 casos – ou 1,9% do total – foram causados pela surucucu.
Prevenção
Lançada pelo Ministério da Saúde no ano passado, a Cartilha “Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes” traz orientações para que as pessoas consigam se prevenir de serem vítimas deste tipo de animais.
Lançada pelo Ministério da Saúde no ano passado, a Cartilha “Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes” traz orientações para que as pessoas consigam se prevenir de serem vítimas deste tipo de animais.
As principais recomendações
são:
• Não andar descalço;
• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;
• Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros;
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção;
• Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que se alimentam deles;
• No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins.
• Não andar descalço;
• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;
• Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros;
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção;
• Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que se alimentam deles;
• No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins.
Essas ações podem ser adotadas
o ano todo. “Principalmente quando for mexer com entulho, jardinagem e fazer
trilhas. É bom usar botas, luvas, calça, camisa de manga cumprida, protegendo o
corpo para evitar a picada. Quando encontrar o animal, afaste-se, não toque
nele”, completa Alves.
Depois dos dois acidentes, a
Ana Paula está mais cautelosa com animais peçonhentos. “Agora eu estou todo
tempo observando. Tem que tomar cuidado. Aqui onde moramos tem muito mato dos
lados. E oriento as crianças que, se virem, chamem a gente imediatamente”.
Erika Braz, para o Blog da
Saúde

0 comentários:
Postar um comentário