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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

OMS: 3 milhões tiveram acesso à cura da hepatite C em dois anos no mundo

Cerca de 3 milhões de pessoas têm acesso à cura da hepatite C, de acordo com a OPAS/OMS.

Na véspera da Cúpula Mundial de Hepatites no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registra um panorama de fortalecimento global na resposta às hepatites virais. Cerca de 3 milhões de pessoas conseguiram obter tratamento para hepatite C nos últimos dois anos e, em 2016, mais 2,8 milhões de pessoas iniciaram o tratamento para a hepatite B.

“Nos últimos 5 anos, vimos um aumento de quase cinco vezes no número de países que desenvolvem planos nacionais para eliminação de hepatites virais”, diz Gottfried Hirnschall, diretor do Departamento de HIV e Programa Global de Hepatites da OMS. “Esses resultados trazem esperança de que a eliminação das hepatites pode e vai se tornar uma realidade”.

Sediada pelo governo do Brasil, a Cúpula Mundial de Hepatites 2017 está sendo organizada conjuntamente pela Organização Mundial da Saúde e pela Aliança Mundial contra as Hepatites. A Cúpula visa incentivar mais países a tomarem medidas decisivas para enfrentar as hepatites, que ainda causam mais de 1,3 milhão de mortes por ano e afetam mais de 325 milhões de pessoas.

“Não podemos perder de vista o fato de que, no ano passado, 194 governos se comprometeram a eliminar as hepatites virais até 2030. Com certeza, ainda estamos muito longe desse objetivo, mas isso não significa que seja um sonho inalcançável. É eminentemente possível. Só é preciso uma ação imediata”, diz Charles Gore, presidente da Aliança Mundial contra as Hepatites. “A Cúpula Mundial de Hepatites 2017 busca transformar a estratégia global da OMS em ações concretas e inspirar as pessoas a sair com uma atitude de ‘podemos fazer’”.

“O Brasil tem a honra de sediar a Cúpula Mundial de Hepatites 2017 – e acolhe esta extraordinária equipe de especialistas, pesquisadores, gerentes e representantes da sociedade civil para discutir o problema de saúde global causado pelas hepatites virais”, afirma Adele Schwartz Benzaken, diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde do Brasil. “O Brasil está empenhado em levar adiante os avanços recentes em sua resposta às hepatites – no caminho da eliminação”.

Progresso no tratamento e cura

Muitos países estão demonstrando forte liderança política, facilitando grandes reduções nos custos de medicamentos contra as hepatites, inclusive por meio do uso de medicamentos genéricos – o que permite melhor acesso para mais pessoas e em pouco tempo.

Em 2016, 1,76 milhão de pessoas foram recentemente tratadas para a hepatite C, um aumento significativo em comparação às 1,1 milhão de pessoas que foram atendidas em 2015. Os 2,8 milhões a mais de pessoas que começaram o tratamento para a hepatite B em 2016 representam um aumento acentuado em relação aos 1,7 milhão de pessoas que o iniciaram em 2015. Mas esses marcos são apenas etapas iniciais – o acesso ao tratamento deve aumentar no mundo para que 80% das pessoas elegíveis seja tratada até 2030.

No entanto, o financiamento continua a ser uma grande restrição: a maioria dos países não possui recursos adequados para financiar serviços essenciais para resposta às hepatites.

Desafio no diagnóstico

Para ampliar rapidamente o tratamento, os países precisam urgentemente aumentar a oferta dos testes e diagnósticos para a hepatite B e C. Estima-se que, em 2015, uma em cada dez pessoas vivendo com hepatite B e uma em cada cinco pessoas vivendo com hepatite C estavam cientes de sua infecção. Os países precisam melhorar políticas e programas para aumentar a conscientização e o subsequente diagnóstico.

Lacunas na prevenção

Os países precisam fornecer uma gama completa de serviços de prevenção às hepatites, que sejam acessíveis a diferentes grupos populacionais, particularmente aqueles com maior risco.

Em grande parte devido ao aumento na oferta da vacina contra a hepatite B, as taxas de infecção pela doença em crianças menores de 5 anos caiíram de 4,7% na era pré-vacina para 1,3% em 2015.

No entanto, permanece baixo o fornecimento de outros serviços de prevenção, como o controle de infecção em vários serviços de saúde, a vacinação contra hepatite B ao nascer e serviços de redução de danos para usuários de drogas injetáveis. Isso levou a taxas contínuas de novas infecções, incluindo 1,75 milhão de novos casos de hepatite C a cada ano.

Necessidade de inovação

A inovação em vários aspectos da resposta às hepatites deve continuar. Entre as novas ferramentas necessárias estão uma cura funcional para a infecção por hepatite B e o desenvolvimento de instrumentos de diagnóstico point-of-care (de ponta) tanto para hepatite B como para C.

“Não podemos cumprir as ambiciosas metas de eliminação das hepatites sem inovação em intervenções e abordagens preventivas e a implementação delas em grande escala”, diz Ren Minghui, diretor-Geral Assistente para Doenças Transmissíveis da OMS. “O grande sucesso dos programas de vacinação contra a hepatite B em muitos países precisam ser replicados e mantidos globalmente no contexto de avançarmos em direção à cobertura universal de saúde”.

Implementação da estratégia de eliminação

A Cúpula Mundial de Hepatites 2017 contará com a participação de mais de 900 delegados de mais de 100 países, incluindo Ministros da Saúde, gerentes de programas nacionais e representantes de organizações de pessoas com hepatites virais. A Cúpula analisará o progresso e renovará compromissos assumidos pelos parceiros globais para alcançar a eliminação da hepatite viral até 2030 – uma meta refletida na estratégia da OMS de eliminação e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Foto: EBC


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