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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Paradise Paper - acontece nas melhores famílias da Rainha da Inglaterra ao Ministro da Agricultura, Blairo Maggi


Um novo pacote de documentos vazados anonimamente e analisado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) detalha o uso de offshores por políticos e grandes corporações para driblar os impostos de seus países. Em alguns casos, os chamados Paradise Papersrevelam também ligações que os envolvidos preferiam ver escondidas.

O secretário do Comércio americano, Wilbur Ross, é um dos proprietários duma empresa que, em 2014, recebeu US$ 68 milhões da Sibur, petroquímica russa de propriedade do genro do presidente Vladimir Putin e de magnatas que sofrem sanções oficiais do governo americano. Um dos principais investidores do Vale do Silício, com participações importantes em Twitter e Facebook, o bilionário Yuri Milner usa dinheiro que vem do Kremlin.

No Canadá, o responsável pelas finanças do Partido Liberal do premiê Justin Trudeau, Stephen Bronfman, fez um lobby pesado para impedir a regulamentação para uso de offshores. E Trudeau foi eleito com uma plataforma que pregava taxação dos mais ricos. No Brasil, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem um trust, devidamente declarado à Receita Federal, nas Bermudas. E o da Agricultura, Blairo Maggi, é sócio de uma offshore nas Ilhas Cayman para driblar impostos no comércio internacional de commodities.

Nenhuma das transações é ilegal. Os Paradise Papers são um acervo recebido pelo diário alemão Süddeutsche Zeitung que compreende 13,4 milhões de arquivos que se originaram em duas empresas especializadas em abrir offshores: Appleby e Asiaciti Trust, além do banco de dados de 19 paraísos fiscais que incluem Ilhas Cayman, Antígua & Barbuda, Líbano e Malta.

Pelo seu tamanho, assim como havia sido feito com os Panama Papers, os 1,5TB foram distribuídos pelo ICIJ a 382 repórteres que atuam em 96 veículos de 67 países. No Brasil, o trabalho foi centralizado pelo site Poder360, editado por Fernando Rodrigues. A razão mais comum para ter empresa ou trust num paraíso fiscal é pagar menos impostos — e só os muito ricos têm acesso a este instrumento.

Em muitos casos, todo o processo é estritamente legal. Se trata, porém, de um bug das democracias. A rigor, em nações democráticas todos estão sujeitos às mesmas leis que lhes concedem direitos e deveres. Num mundo cada vez mais global, alguns têm o poder de extrapolar fronteiras. E o privilégio facilita a concentração de renda, pois permite a quem tem muito fugir dos impostos que a maioria é obrigada a pagar. É por esta razão que o ICIJ considera o acervo de interesse público. Ao mostrar como o instrumento é utilizado, levanta o debate.

Ainda: O ICIJ pôs de pé um infográfico interativo para vasculhar as ligações de 40 políticos de todo o mundo com empresas offshore.

Blairo Borges Maggi is Brazil’s agriculture minister. Before that he was a senator and governor of the state of Mato Grosso.

IN THE DATA
Maggi and other family members appear in Appleby records as beneficial owners of Amaggi & LD Commodities International Ltd., a Cayman Islands company registered on Sept. 9, 2010, about five months after Maggi ended his term as governor of Mato Grosso.

The Cayman company, created to operate in commodities and futures exchanges, reported that its Brazilian firm Amaggi & LD Commodities SA was the only shareholder, Appleby’s documents show. The Brazilian company was a joint venture of the Andre Maggi Group and the Louis Dreyfus Commodities Group to “originate and trade soybeans and corn” from Brazil. The Maggi family has been ranked among the world’s biggest soy producers as well as one of the richest families in Brazil.

Documents show that the Cayman Islands company estimated that when it was “fully operational” it would have gross sales of $100 million from trading in agricultural commodities. The declared reason for incorporating the entity in the Cayman Islands was the “possibility of obtaining easier access to international funding and to leading mercantile exchanges.”

In October 2017 Amaggi & LD Commodities International Ltd. was still active according to the Cayman Islands corporate registry. It had changed its original name to Amaggi Louis Dreyfus Zen-Noh International Ltd.

RESPONSE
Maggi said in a statement to ICIJ’s media partner in Brazil, Poder360, that he is not and has never been a direct beneficiary of Amaggi Louis Dreyfus Zen-Noh International Ltd. He also said that he never received income from the company and stated that all of the company’s income is declared to and taxed by the Federal Revenue Service in Brazil.

RELATED DOCUMENTS
This visualization contains relevant information in relation to the profiled individual. Some additional connections might show up once we release the full structured data connected to the Paradise Papers investigation in the coming weeks. Record manually added from leaked documents.

Database powered by Neo4j. What is it?



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