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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

VACINAS - ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO FORAM TEMAS DO 1º Encontro de Profissionais de Rede de Frio

O 1º Encontro de Profissionais de Rede de Frio: Perspectivas e Desafios da Atuação e Formação, realizado (9/11) no auditório do Museu da Vida (RJ), reuniu profissionais que atuam nas salas de vacinação para discutir sobre a práxis da Rede de Frio de Imunobiológicos, de modo a estabelecer as relações do seu processo de trabalho com as demais atividades de promoção e prevenção da saúde, com vistas à materialização do princípio da integralidade da atenção no SUS e as políticas de formação no contexto da vigilância. O encontro contou com apoio e participação de representantes do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), das secretarias municipal e estadual de Saúde, do Instituto Vital Brasil, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), do Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS) e do Centro Nacional de Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi).

É importante ressaltar que é oferecida pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) uma especialização técnica em rede de frio de imunobiológicos que possibilita a aquisição de conhecimentos para desenvolver a capacidade de análise e intervenção nos procedimentos relacionados à rede de frio. Também foi divulgado no evento dois livros da Editora Fiocruz que foram lançados em agosto desse ano: Rede de Frio: fundamentos para a compreensão do trabalho e Rede de Frio: gestão, especificidades e atividades. As publicações contaram com a organização da professora da EPSJV/Fiocruz e enfermeira Marileide do Nascimento Silva e Regina Fernandes Flauzino, vice-diretora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFF).

Quem moderou a mesa redonda Gestão e Planejamento de uma Rede de Frio foi a coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos, Maria de Lourdes Maia. Nadja Greffe, coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde-RJ, ressaltou a experiência do município. Para revisar a gestão da rede e discutir o papel do gestor, palestraram João Leonel Estery, consultor em Rede de Frio de Imunobiológicos do Estado do Rio de Janeiro, e Andreia Ayres, enfermeira do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.

Na abertura da mesa, Maria de Lourdes, diz que as maiores evoluções no PNI foram conquistadas por pessoas que fizeram acontecer. “Antes, os profissionais da rede de frio aprendiam os procedimentos na rotina, sem qualificação. Logo percebemos que deveriam ser treinados para um melhor manuseio e armazenamento dos imunobiológicos. Era preciso unir a experiência com aporte científico e a especialização da EPSJV/Fiocruz veio para profissionalizar esses colaboradores”. Neste momento, Marileide agradeceu pela iniciativa de Maria de Lourdes. “Sem o seu incentivo, esse curso não seria possível”.

Nadja Greffe destacou o trabalho de estruturação e qualificação dos técnicos do município, dividindo o Rio de Janeiro em regiões e conhecendo melhor o território para realizar a vigilância em saúde. “Começamos a planejar e monitorar os processos para alcançar a excelência. A rede é formada por hospitais, maternidades, unidades básicas de saúde (UBS) e Centros de referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), ou seja, precisamos trabalhar em parceria. Estamos atentos às constantes mudanças do calendário vacinal e, ao mesmo tempo, investindo em equipamentos novos, que são aspectos que afetam na logística dos imunobiológicos. Para o aperfeiçoamento contínuo, identificamos os principais gargalos e estruturamos protocolos. Produzimos materiais que mostram o passo a passo dos procedimentos para a boa prática das salas de vacinação”, comentou Nadja.

João Leonel contou que quando Maria de Lourdes estava coordenando o PNI, foi ampliada a discussão para novas vacinas e qualificação de quem estava em campo. “Encontramos muitos desafios e esse período foi extremamente rico pois conheço muitas pessoas que foram os primeiros formados do curso e que hoje em dia são gestores que sabem tecnicamente como funciona toda a rede. Vimos a necessidade de levar este curso ao país inteiro, com isso foi preparado um curso EAD [Educação a Distância] desta qualificação”, salientou.

Andreia Ayres enalteceu o desafio do gerenciamento dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, que possui 16 milhões de habitantes. “Os técnicos formados são multiplicadores de conhecimento para quem está na ponta do processo, levando em consideração as particularidades de cada região. Tais profissionais detém muita responsabilidade. Se o processo não estiver em conformidade com as normas, a vacina pode perder a eficácia adequada e, com isso, o PNI pode cair em descrédito”, finalizou. 
Mais duas mesas redondas aconteceram posteriormente: Estruturação e organização da Rede de Frio: ferramentas que envolvem a prática segura, moderada pela professora Marileide Silva, e Desafios para a Política de Formação dos trabalhadores da saúde, que teve Regina Flauzino como moderadora.

Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


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