O 1º
Encontro de Profissionais de Rede de Frio: Perspectivas e Desafios da Atuação e
Formação, realizado (9/11) no auditório do Museu da Vida (RJ),
reuniu profissionais que atuam nas salas de vacinação para discutir sobre
a práxis da Rede de Frio de Imunobiológicos, de modo a estabelecer as relações
do seu processo de trabalho com as demais atividades de promoção e prevenção da
saúde, com vistas à materialização do princípio da integralidade da atenção no
SUS e as políticas de formação no contexto da vigilância. O encontro
contou com apoio e participação de representantes do Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), das secretarias municipal e estadual
de Saúde, do Instituto Vital Brasil, do Instituto de Saúde Coletiva da
Universidade Federal Fluminense, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade
em Saúde (INCQS/Fiocruz), do Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS) e do
Centro Nacional de Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi).
É
importante ressaltar que é oferecida pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio (EPSJV/Fiocruz) uma especialização técnica em rede de frio de
imunobiológicos que possibilita a aquisição de conhecimentos para desenvolver a
capacidade de análise e intervenção nos procedimentos relacionados à rede de
frio. Também foi divulgado no evento dois livros da Editora Fiocruz que foram
lançados em agosto desse ano: Rede de Frio: fundamentos para a compreensão
do trabalho e Rede de Frio: gestão, especificidades e atividades. As
publicações contaram com a organização da professora da EPSJV/Fiocruz e
enfermeira Marileide do Nascimento Silva e Regina Fernandes Flauzino,
vice-diretora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFF).
Quem
moderou a mesa redonda Gestão e Planejamento de uma Rede de Frio foi
a coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos, Maria de Lourdes Maia.
Nadja Greffe, coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal
de Saúde-RJ, ressaltou a experiência do município. Para revisar a gestão da
rede e discutir o papel do gestor, palestraram João Leonel Estery, consultor em
Rede de Frio de Imunobiológicos do Estado do Rio de Janeiro, e Andreia Ayres,
enfermeira do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
Na
abertura da mesa, Maria de Lourdes, diz que as maiores evoluções no PNI foram
conquistadas por pessoas que fizeram acontecer. “Antes, os profissionais da
rede de frio aprendiam os procedimentos na rotina, sem qualificação. Logo
percebemos que deveriam ser treinados para um melhor manuseio e armazenamento
dos imunobiológicos. Era preciso unir a experiência com aporte científico e a
especialização da EPSJV/Fiocruz veio para profissionalizar esses colaboradores”.
Neste momento, Marileide agradeceu pela iniciativa de Maria de Lourdes. “Sem o
seu incentivo, esse curso não seria possível”.
Nadja
Greffe destacou o trabalho de estruturação e qualificação dos técnicos do
município, dividindo o Rio de Janeiro em regiões e conhecendo melhor o
território para realizar a vigilância em saúde. “Começamos a planejar e
monitorar os processos para alcançar a excelência. A rede é formada por
hospitais, maternidades, unidades básicas de saúde (UBS) e Centros de referência
para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), ou seja, precisamos trabalhar em
parceria. Estamos atentos às constantes mudanças do calendário vacinal e, ao
mesmo tempo, investindo em equipamentos novos, que são aspectos que afetam na
logística dos imunobiológicos. Para o aperfeiçoamento contínuo, identificamos
os principais gargalos e estruturamos protocolos. Produzimos materiais que
mostram o passo a passo dos procedimentos para a boa prática das salas de
vacinação”, comentou Nadja.
João
Leonel contou que quando Maria de Lourdes estava coordenando o PNI, foi
ampliada a discussão para novas vacinas e qualificação de quem estava em campo.
“Encontramos muitos desafios e esse período foi extremamente rico pois conheço
muitas pessoas que foram os primeiros formados do curso e que hoje em dia são
gestores que sabem tecnicamente como funciona toda a rede. Vimos a necessidade
de levar este curso ao país inteiro, com isso foi preparado um curso EAD
[Educação a Distância] desta qualificação”, salientou.
Andreia
Ayres enalteceu o desafio do gerenciamento dos 92 municípios do estado do Rio
de Janeiro, que possui 16 milhões de habitantes. “Os técnicos formados são
multiplicadores de conhecimento para quem está na ponta do processo, levando em
consideração as particularidades de cada região. Tais profissionais detém muita
responsabilidade. Se o processo não estiver em conformidade com as normas, a
vacina pode perder a eficácia adequada e, com isso, o PNI pode cair em
descrédito”, finalizou.
Mais
duas mesas redondas aconteceram posteriormente: Estruturação e organização
da Rede de Frio: ferramentas que envolvem a prática segura, moderada pela
professora Marileide Silva, e Desafios para a Política de Formação dos
trabalhadores da saúde, que teve Regina Flauzino como moderadora.
Gabriella
Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)

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