Quatro novos medicamentos
foram aprovados nesta terça-feira (26/12) pela Anvisa. Os produtos são inéditos
no país e ampliam as variedade para o tratamento de diferentes tipos de câncer.
Os novos medicamentos são a
lenalidomida, o durvalumabe, o olaratumabe e o netupitanto associado com a
palonosetrona. Os produtos chegarão ao mercado de acordo com a programação de
cada fabricante.
Confira abaixo os novos
tratamentos para o câncer aprovados pela Anvisa, indicações e características.
Revlimid® (Lenalidomida)
O medicamento é indicado, em
combinação com a dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma
múltiplo refratário ou recidivado que já tenham recebido pelo menos um
tratamento anterior. A lenalidomida também é indicada para pacientes com
anemia dependente de transfusões decorrentes de síndrome mielodisplásica.
O Revlimid foi registrado na
forma de cápsulas nas concentrações de 2,5mg, 5
mg, 10 mg e 25mg. O produto será fabricado pela empresa Celgene
International, localizada na Suiça. O dono do registro no Brasil é a Celgene
Brasil Produtos Farmacêuticos Ltda.
Controle especial
Antes de registrar a lenalidomida,
a Anvisa definiu regras específicas para o seu controle, pois este medicamento
pode provocar malformação congênita grave. Ou seja, o uso pode levar ao
nascimento de bebês malformados e também à morte dos recém-nascidos. Esses
efeitos são chamados de teratogênicos.
Akynzeo (netupitanto +
palonosetrona)
O netupitanto + palonosetrona
foi registrado com o nome comercial de Akynzeo. Este novo medicamento é
indicado para a prevenção de náuseas e vômitos agudos ou tardios em pacientes
que estão passando por quimioterapia.
As náuseas e vômitos são
efeitos colaterais comuns que dificultam o tratamento do câncer. Entre os
problemas estão a deficiência nutricional, ansiedade e depressão, redução da
dose do medicamento e até mesmo interrupção do tratamento. Por isso, a
eliminação de náuses e vômitos durante tratamentos quimioterápicos é
fundamental para que o paciente tenha melhores chances de cura.
Indicação do Akynzeo
Prevenção de náusea e vômitos
agudos ou tardios associados com quimioterapia antineoplásica altamente
emetogênica baseada em cisplatina ou associados com quimioterapia
antineoplásica moderadamente emetogênica.
O medicamento será fabricado
pela empresa Helsinn Birex Pharmaceuticals Ltda, localizada em Damastown, na
Irlanda, e a detentora do registro do medicamento no Brasil é a empresa
Mundipharma Brasil Produtos Médicos e Farmacêuticos LTDA.
Imfinzi (durvalumabe)
O durvalumabe foi aprovado com
indicação para o tratamento de pacientes com carcinoma urotelial localmente
avançado ou metastático que tiveram prograssão da doença durante ou após a
quimoterapia à base de platina. O produto também é indicado para pacientes que
tiveram progressão da doenças em até 12 meses de tratamento neoadjuvante ou
adjuvante com quimioterapia contendo platina.
O Imfinzi foi registrado com o
produto biológico novo pelo laboratório farmacêutico Astrazeneca do Brasil
Ltda.
Como funciona o durvalumabe
O medicamento é um
imunoterápico constituído por anticorpo monoclonal humano (mAb) que se liga ao
PD-L1 e bloqueia sua interação com o PD-1 nas células T e CD80 nas células
imunes. Tal mecanismo antagoniza o efeito inibitório de PD-L1 nas células T
humanas primárias, resultando na proliferação restaurada e liberação da
interferona gama. A expressão de PD-L1 é uma resposta adaptativa que ajuda os
tumores a evitar a detecção e eliminação pelo sistema imunológico, visto que a
ligação de PD-L1 ao PD-1 nas células T ativadas libera um sinal inibitório às
células T, protegendo assim o tumor da eliminação imunológica. PD-L1 também
pode inibir as células T através da ligação ao CD80.
Lartruvo (olaratumabe)
Este também é um produto
biológico novo indicado para pacientes com sarcoma de tecido mole avançado, que
não podem fazer radioterapia ou passar por cirurgia e que não
foram previamente tratados com antraciclínicos.
O produto foi registrado pela
Eli Lilly do Brasil Ltda.
Como funciona o olaratumabe
O medicamento é um anticorpo
monoclonal que reconhece e liga-se especificamente a uma proteína conhecida
como receptor-a do fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGFR-a). O
PDGFR-a encontra-se em grandes quantidades em algumas células cancerígenas, nas
quais estimula o crescimento e divisão das células. Quando olaratumabe se liga
ao PDGFR-a, pode impedir o crescimento e a sobrevivência das células
cancerígenas.
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