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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Cura e controle da leucemia dependem de diagnóstico e intervenção precoces

Doença prejudica o funcionamento do sistema imunológico e pode ocorrer em qualquer fase da vida


Foto: Internet

Até 2025, o Brasil deve ter 34,6 mil novos casos de leucemia, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer - Inca. O número compõe as várias formas dessa doença que afeta cada vez mais o mundo. No mês de conscientização para prevenção, diagnóstico e combate à leucemia, Fevereiro Laranja, o tema é evidenciado para promover o acesso a informações e um olhar de superação de estigmas, uma vez que a maior parte das leucemias, quando identificadas precocemente e tratadas, podem ser curadas ou controladas.

As leucemias são formas de câncer que podem ocorrer em qualquer fase da vida, podendo ter manifestações agudas ou crônicas. De acordo com o Inca, em comum, elas têm como característica afetar a medula óssea, comprometendo sua função, e tendo como repercussões o prejuízo ao sistema imunológico, o que leva à ocorrência de infecções potencialmente severas, além de anemia e risco de sangramentos espontâneos, por comprometer a produção dos glóbulos vermelhos e das plaquetas, respectivamente.

Em 2020, 6.738 pessoas morreram em virtude da doença, porém, parte dos óbitos poderia ser evitada, como explica o chefe do serviço de hematologia do instituto, o médico Ricardo Bigni. “Existem leucemias mais agressivas, que demandam tratamento intensivo e rápido, mas também existem os quadros que são curáveis e, quando não é possível, temos muitos casos de pacientes que, com o tratamento, conseguem manter o câncer sob controle”, explica.

Ele conta que, ao contrário de outros tipos específicos de câncer, em que determinado fator mostra relação direta com o desenvolvimento da doença, nas leucemias, na maioria das vezes, não é possível estabelecer essa relação. “Todos estamos em risco de desenvolver alguma doença em um dado momento da vida”, diz.

Evolução e tratamento

Em crianças e adultos jovens, normalmente a condição aguda é mais frequente, ou seja, com evolução mais rápida da doença. Por outro lado, em pacientes acima dos 50 anos predominam as leucemias crônicas. As manifestações clínicas mais comuns são:

  • Aumento de volume de linfonodos, popularmente chamados de ínguas;
  • Cansaço e astenia decorrentes de anemia;
  • Manifestações hemorrágicas, como sangramento de mucosas (como gengiva) ou manchas roxas na pele, devido à queda acentuada de contagem de plaquetas no sangue.

Essas alterações devem ser observadas e motivar investigações mais profundas.

Para os diagnósticos de leucemia, o tratamento é baseado no emprego de quimioterapia e imunoterapia, com abordagem que varia em função do tipo específico de leucemia.

“É esperado que os pacientes também necessitem de transfusões de sangue como suporte à terapia, o que faz com que a conscientização da população quanto à importância da doação de sangue seja fundamental. Também deve ser lembrado que, para algumas formas de leucemia, pode ser necessário o emprego do transplante de medula óssea para obtenção da cura, quando o tratamento quimioterápico não consegue proporcionar este resultado”, afirma Ricardo Bigni, reforçando a importância das pessoas a se disponibilizarem como doadores.

Juliana Oliveira
Ministério da Saúde

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