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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Revistas que circulam neste fim de semana exploram questões bastante diversas e devolvem variedade ao noticiário.

Uma parte da agenda dos jornais diários é absorvida – caso das coberturas ligadas à na cena política e das análises econômicas inspiradas no ajuste fiscal do governo.

CARTA CAPITAL, em sua reportagem de capa, descreve o peso político de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Segundo a revista, "se o país vive o caos, um vácuo de lideranças e ideias, há quem reine sobre ele. No momento, o senhor da confusão, o deus da desordem, atende pelo nome de Eduardo Cunha".

Na capa de ISTOÉ está em destaque a tese de que PT e governo passaram a pensar diferente e essa divergência, sustenta a revista, revela que ambos "nunca estiveram tão em conflito como agora". Texto cita embates associados às medidas econômicas de arrocho e reforça que elas "estão na contramão das bandeiras históricas da esquerda".

VEJA publica como reportagem de capa uma espécie de "manual" no qual "recomenda" de que modo o advogado Luiz Edson Fachin deve ser sabatinado no Senado antes de assumir a cadeira de ministro do STF. "Todo o radicalismo de Fachin na juventude se manteve intacto em seu repertório intelectual e jurídico até os dias de hoje, quando ele acumula 57 primaveras", afirma a revista.

ÉPOCA analisa em reportagem de capa o perfil da epidemia de dengue. Em tom crítico, condena a falta de políticas mais contundentes e contínuas. A revista cobra também mais planejamento e melhor aplicação dos recursos voltados à prevenção.



Temas estruturais que interferem na dinâmica do setor produtivo são abordados pelas revistas e incorporam as menções à Indústria.

Em vez de volume, característica mais marcante é a manutenção do debate qualificado sobre itens sensíveis ao setor.

Como ponto de atenção, registra-se artigo assinado pela jornalista DENIZE BACOCCINA na ISTOÉ DINHEIRO, que especula sobre os riscos de o projeto de lei 4330/03 “voltar para as gavetas”.

Conforme o texto, "o senador Renan Calheiros transformou-se, subitamente, num protetor dos direitos dos trabalhadores, quase um sindicalista. Não porque tenha deixado o seu partido, o PMDB, que apoia e votou em peso a favor da regulamentação na Câmara dos Deputados. Mas por causa de uma disputa política com a presidente Dilma Rousseff", resume.

Na mesma abordagem, ISTOÉ DINHEIRO reforça: “pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra que 69,7% das empresas do setor já utilizam serviços terceirizados e uma parcela ainda maior, de 84%, pretende manter ou ampliar o uso dessa modalidade nos próximos anos”.

Outro destaque, também em ISTOÉ DINHEIRO, apresenta visões bastante peculiares de David Barioni, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Abordando assuntos que vão da macroeconomia ao novo perfil das relações comerciais entre os países, Barioni afirma que o principal desafio é aumentar as exportações brasileiras.

Sob o ponto de vista institucional, Barioni anuncia que pretende tornar a Apex tão conhecida quanto o Sebrae entre os empresários nacionais.

Questionado sobre como a perda de influência da indústria na participação no PIB refletiu no comércio exterior, afirma: “Quem cuida da política, do lado dos empresários, é a CNI, e do governo, o Mdic. Eles estão trabalhando para reverter esse cenário, e espero que trabalhem cada vez mais com perspicácia, porque nós precisamos”.

Barioni reforça ainda que, atualmente, a representação da indústria no PIB está na casa dos 12%, sendo que já representou 50%. “Por outro lado, essa perda da indústria foi reposta pela exportação de prestação de serviço, que cresceu fortemente nos últimos cinco anos”, completa.



O ajuste fiscal no contexto de abordagens que confrontam teses, dados e opiniões está em evidência no noticiário do setor fabril.

Textos pecam pela falta de originalidade e estão fortemente atrelados à agenda dos jornais diários. Apesar disso, há abordagens que merecem leitura atenta.

Um dos destaques está em ISTOÉ DINHEIRO, que analisa em detalhes a semana e faz diagnósticos sobre a economia.
Revista afirma em reportagem de capa: "a nuvem negra finalmente começa a se dissipar". Texto reforça que o dólar caiu, a bolsa subiu e o risco-país diminuiu. "Uma nova enxurrada de investimentos no país indica que o pior ficou para trás", adverte.
As medidas de austeridade tomadas pelo governo para reequilibrar as contas públicas também estão em foco em reportagem de VEJA. A aprovação da Medida Provisória que deu início ao plano é celebrada no texto.
LEONARDO ATTUCH, em sua coluna na ISTOÉ, afirma, porém, que o governo deve à oposição, em especial ao DEM, a aprovação da primeira etapa do ajuste fiscal, na semana passada.
ANTONIO DELFIM NETTO, em sua coluna na CARTA CAPITAL, também analisa o programa de contenção de gastos e defende “um ajuste fiscal crível, acompanhado de políticas salarial, cambial e propostas de reformas adequadas”.

Colunas de notas, opinião e informações exclusivas mencionam o aumento do desemprego como algo relevante. Os dados do IBGE são reproduzidos, porém, sem avanços significativos ao que registraram os jornais.
SETE NOTAS, em ÉPOCA, assinala: “De janeiro a março, a taxa de desemprego no Brasil subiu de 7,2% para 7,9%. O percentual equivale a 7,9 milhões de pessoas. A Região Nordeste teve a maior taxa de desocupação do país, 9,6%. A Sul registrou a menor, de 5,1%”.
A SEMANA, na CARTA CAPITAL, repercute a informação de que “o desemprego atingiu 7,9% no primeiro trimestre, mais de 1 ponto porcentual acima dos 6,5% dos três últimos meses do ano passado”.

Já Vladimir Safatle, em sua coluna na CARTA CAPITAL, escreve que “algumas reações ao projeto de generalização da terceirização vindas de setores da dita opinião pública evidenciam o caráter relativamente bem-sucedido da implantação ideológica do neoliberalismo entre nós”.

Em tom crítico, Safatle opina que “é importante salientar que um ideal empresarial de si baseado na dinâmica de maximização de performances exige a flexibilização contínua de normas, tendo em vista o crescimento de quem vence relações de concorrência”.

Outro item de destaque está em ISTOÉ DINHEIRO e informa que governos estaduais aprimoram práticas de fiscalização tributária em busca de mais receitas.

“Por todo o Brasil, auditores vêm se especializando para melhorar seu modus operandi, aplicar mais inteligência no cruzamento de informações e fechar o cerco às brechas”, resume ISTOÉ DINHEIRO. “O esforço está surtindo efeito”, completa a reportagem.

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