Revistas que circulam neste
fim de semana exploram questões bastante diversas e devolvem variedade ao
noticiário.
Uma parte da agenda dos
jornais diários é absorvida – caso das coberturas ligadas à na cena política e
das análises econômicas inspiradas no ajuste fiscal do governo.
CARTA CAPITAL, em sua
reportagem de capa, descreve o peso político de Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
presidente da Câmara dos Deputados. Segundo a revista, "se o país vive o
caos, um vácuo de lideranças e ideias, há quem reine sobre ele. No momento, o
senhor da confusão, o deus da desordem, atende pelo nome de Eduardo
Cunha".
Na capa de ISTOÉ está em
destaque a tese de que PT e governo passaram a pensar diferente e essa
divergência, sustenta a revista, revela que ambos "nunca estiveram tão em
conflito como agora". Texto cita embates associados às medidas econômicas de
arrocho e reforça que elas "estão na contramão das bandeiras históricas da
esquerda".
VEJA publica como reportagem
de capa uma espécie de "manual" no qual "recomenda" de que
modo o advogado Luiz Edson Fachin deve ser sabatinado no Senado antes de
assumir a cadeira de ministro do STF. "Todo o radicalismo de Fachin na
juventude se manteve intacto em seu repertório intelectual e jurídico até os
dias de hoje, quando ele acumula 57 primaveras", afirma a revista.
ÉPOCA analisa em reportagem de
capa o perfil da epidemia de dengue. Em tom crítico, condena a falta de
políticas mais contundentes e contínuas. A revista cobra também mais
planejamento e melhor aplicação dos recursos voltados à prevenção.
Temas estruturais que
interferem na dinâmica do setor produtivo são abordados pelas revistas e
incorporam as menções à Indústria.
Em vez de volume,
característica mais marcante é a manutenção do debate qualificado sobre itens
sensíveis ao setor.
Como ponto de atenção,
registra-se artigo assinado pela jornalista DENIZE BACOCCINA na ISTOÉ DINHEIRO,
que especula sobre os riscos de o projeto de lei 4330/03 “voltar para as
gavetas”.
Conforme o texto, "o
senador Renan Calheiros transformou-se, subitamente, num protetor dos direitos
dos trabalhadores, quase um sindicalista. Não porque tenha deixado o seu
partido, o PMDB, que apoia e votou em peso a favor da regulamentação na Câmara
dos Deputados. Mas por causa de uma disputa política com a presidente Dilma
Rousseff", resume.
Na mesma abordagem, ISTOÉ
DINHEIRO reforça: “pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra que
69,7% das empresas do setor já utilizam serviços terceirizados e uma parcela
ainda maior, de 84%, pretende manter ou ampliar o uso dessa modalidade nos
próximos anos”.
Outro destaque, também em
ISTOÉ DINHEIRO, apresenta visões bastante peculiares de David Barioni,
presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex).
Abordando assuntos que vão da
macroeconomia ao novo perfil das relações comerciais entre os países, Barioni
afirma que o principal desafio é aumentar as exportações brasileiras.
Sob o ponto de vista
institucional, Barioni anuncia que pretende tornar a Apex tão conhecida quanto
o Sebrae entre os empresários nacionais.
Questionado sobre como a perda
de influência da indústria na participação no PIB refletiu no comércio
exterior, afirma: “Quem cuida da política, do lado dos empresários, é a CNI, e
do governo, o Mdic. Eles estão trabalhando para reverter esse cenário, e espero
que trabalhem cada vez mais com perspicácia, porque nós precisamos”.
Barioni reforça ainda que,
atualmente, a representação da indústria no PIB está na casa dos 12%, sendo que
já representou 50%. “Por outro lado, essa perda da indústria foi reposta pela
exportação de prestação de serviço, que cresceu fortemente nos últimos cinco
anos”, completa.
O ajuste fiscal no contexto de
abordagens que confrontam teses, dados e opiniões está em evidência no
noticiário do setor fabril.
Textos pecam pela falta de
originalidade e estão fortemente atrelados à agenda dos jornais diários. Apesar
disso, há abordagens que merecem leitura atenta.
Um dos destaques está em ISTOÉ
DINHEIRO, que analisa em detalhes a semana e faz diagnósticos sobre a economia.
Revista afirma em reportagem
de capa: "a nuvem negra finalmente começa a se dissipar". Texto
reforça que o dólar caiu, a bolsa subiu e o risco-país diminuiu. "Uma nova
enxurrada de investimentos no país indica que o pior ficou para trás", adverte.
As medidas de austeridade
tomadas pelo governo para reequilibrar as contas públicas também estão em foco
em reportagem de VEJA. A aprovação da Medida Provisória que deu início ao plano
é celebrada no texto.
LEONARDO ATTUCH, em sua coluna
na ISTOÉ, afirma, porém, que o governo deve à oposição, em especial ao DEM, a
aprovação da primeira etapa do ajuste fiscal, na semana passada.
ANTONIO DELFIM NETTO, em sua
coluna na CARTA CAPITAL, também analisa o programa de contenção de gastos e
defende “um ajuste fiscal crível, acompanhado de políticas salarial, cambial e
propostas de reformas adequadas”.
Colunas de notas, opinião e
informações exclusivas mencionam o aumento do desemprego como algo relevante.
Os dados do IBGE são reproduzidos, porém, sem avanços significativos ao que
registraram os jornais.
SETE NOTAS, em ÉPOCA,
assinala: “De janeiro a março, a taxa de desemprego no Brasil subiu de 7,2%
para 7,9%. O percentual equivale a 7,9 milhões de pessoas. A Região Nordeste
teve a maior taxa de desocupação do país, 9,6%. A Sul registrou a menor, de
5,1%”.
A SEMANA, na CARTA CAPITAL,
repercute a informação de que “o desemprego atingiu 7,9% no primeiro trimestre,
mais de 1 ponto porcentual acima dos 6,5% dos três últimos meses do ano
passado”.
Já Vladimir Safatle, em sua
coluna na CARTA CAPITAL, escreve que “algumas reações ao projeto de
generalização da terceirização vindas de setores da dita opinião pública
evidenciam o caráter relativamente bem-sucedido da implantação ideológica do
neoliberalismo entre nós”.
Em tom crítico, Safatle opina
que “é importante salientar que um ideal empresarial de si baseado na dinâmica
de maximização de performances exige a flexibilização contínua de normas, tendo
em vista o crescimento de quem vence relações de concorrência”.
Outro item de destaque está em
ISTOÉ DINHEIRO e informa que governos estaduais aprimoram práticas de
fiscalização tributária em busca de mais receitas.
“Por todo o Brasil, auditores
vêm se especializando para melhorar seu modus operandi, aplicar mais
inteligência no cruzamento de informações e fechar o cerco às brechas”, resume
ISTOÉ DINHEIRO. “O esforço está surtindo efeito”, completa a reportagem.
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