Sílvia Helena Mateus,
representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo,
participou, nesta terça (12), de audiência pública da CPI da Máfia das Órteses
e Próteses
A CPI da Máfia das Órteses e
Próteses no Brasil realizou nesta terça-feira audiência pública para discutir a
cartelização na venda de órteses e próteses no Brasil com representantes da
classe médica e estabelecimentos hospitalares e planos de saúde. Órtese é um
dispositivo externo aplicado ao corpo de modo provisório ou não para prevenir ou
corrigir deformidades ortopédicas. E a prótese substitui o órgão ou a sua
função.
A representante do Conselho
Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Sílvia Helena Mateus, destacou que
uma pesquisa do Datafolha feita em 2010 mostra uma pressão grande da indústria
farmacêutica sobre os médicos para que eles receitem determinados medicamentos
ou equipamentos cirúrgicos, mas desde abril está em vigência uma resolução do
Conselho que proíbe os médicos de beneficiarem determinada empresa em troca de
benefícios como viagens e presentes.
"Uma das coisas que nos
preocupou foi a entrada de empresas durante o período de graduação já tendo
contato com estudantes de medicina que nem prescrevem nada ainda. Isso pra nós
é uma coisa preocupante e que acaba influenciando a prescrição de alguma
forma."
Gabriela Korossy / Câmara dos
Deputados
Miguel Cendoroglo: programa do
Hospital Albert Einstein prevê que, em caso de cirurgia de coluna, o paciente
tem direito a uma segunda opinião médica.
O representante da Unimed de
Belo Horizonte, Sérgio Bersan, explicou que desde 2002 a empresa adotou um
modelo de gestão para baratear os custos nos processos cirúrgicos.
"Todas as próteses elas
são marcadas e vêm para uma autorização da nossa auditoria. Ela é avaliada
tecnicamente e quando existe alguma divergência há uma discussão com o nosso
médico cooperado. E se a divergência persistir, nós convocamos nossos comitês
de especialidades que podem, nesse momento, dar sua opinião técnica. Nós sempre
fazemos uma revisão também de literatura para verificar se há evidência
científica nesses casos excepcionais."
O sub-relator da CPI, deputado
Odorico Monteiro, do PT do Ceará, afirmou que não há dúvidas de que existem
irregularidades na prescrição de cirurgias no Brasil, o que encarece os custos.
Para ele, é preciso regulamentar o setor para que não haja prejuízo para a
população.
"Quando você estabelece
protocolos claros, quando você estabelece a medicina baseada em evidências,
como critério de indicação. Quando você estabelece a segunda opinião médica
para cada caso, inclusive garantir que o médico que indica não é o médico que
vai fazer o procedimento, você já reduz os custos."
O representante do Hospital
Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto, informou que um programa do Hospital
Albert Einstein em São Paulo, implementado há quatro anos, prevê que, em caso
de cirurgia de coluna, o paciente que quiser terá direito a uma segunda opinião
médica. Com isso, dos 2.557 pacientes que já participaram do programa, apenas
42% se submeteram à cirurgia.
Reportagem – Karla Alessandra
0 comentários:
Postar um comentário