O Sistema de Informação emSaúde Silvestre (SISS-Geo) da Fiocruz, um aplicativo de monitoramento da saúde
silvestre para celulares e tablets, é um dos finalistas ao Prêmio Nacional de
Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Na última
terça-feira (5/5), teve início a votação eletrônica para a categoria Júri
Popular.
“Ter chegado às finais do
Prêmio Nacional de Biodiversidade nos deixa extremamente orgulhosos, pois é o
reconhecimento do esforço de uma equipe jovem e da visão de duas instituições,
a Fiocruz e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que reúnem
competências distintas para contribuir com uma proposta tecnológica criativa e
inovadora para monitorar a saúde da fauna silvestre em prol da conservação da
biodiversidade e da saúde humana", comemorou coordenadora do projeto e do
Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fiocruz, Márcia Chame. "É, além
disso, o impulso necessário à difusão do uso do sistema por toda a sociedade,
de modo que possamos aplicar na prática seus resultados e reafirmar que
biodiversidade faz bem à saúde”.
As 18 propostas selecionadas
pelos integrantes da Comissão Julgadora, nas categorias Academia, Empresas,
Imprensa, Organizações Não Governamentais, Órgãos Públicos e Sociedade Civil,
estão disponíveis aqui até 19 de maio, data limite para a votação. A cerimônia
de premiação ocorrerá no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em 22 de maio, data
em que se comemora o Dia Internacional da Biodiversidade.
Sistema de Informação em Saúde
Silvestre – SISS-Geo: colaboração da sociedade - As mudanças ambientais geram
impactos sobre a biodiversidade com repercussões importantes para a saúde. Com
o avanço das transformações ambientais provocadas pelas atividades humanas nos
ecossistemas naturais, vetores e hospedeiros se aproximam das populações
humanas em busca de alimento e abrigo ou deixam de ser controlados por seus
predadores, aumentando o risco de transmissão de zoonoses. Monitorar os agentes
patogênicos que circulam na natureza ou nas bordas de ambientes rurais e
urbanos, antes que atinjam as pessoas, é um desfio para países com as dimensões
continentais do Brasil.
“O monitoramento de agentes
patogênicos que acometem animais silvestres e pessoas em países como o Brasil,
de grande tamanho territorial, imensa e em parte desconhecida biodiversidade e
complexidades socioculturais e limitações de recursos humanos e financeiros,
requer o uso da criatividade, tecnologia e esforços conjuntos da sociedade,
especialistas e pesquisadores de múltiplas áreas”, comentou Márcia.
Para enfrentar esse desafio, o
Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fiocruz desenvolveu um aplicativo
para celulares e tablets, o SISS-Geo, que poderá ser usado por qualquer pessoa
para registrar observações de animais no campo.“O SISS-Geo surge da prática de
muitos anos de pesquisa de campo, no semiárido brasileiro, onde informações
relevantes de agravos em animais silvestres foram perdidas ou dispersas e a
falta de sua sistematização impossibilitou ações importantes tanto para a
contenção de doenças em humanos, quanto para a conservação da biodiversidade”,
comenta a coordenadora.
Por meio do aplicativo, será
possível enviar registros georreferenciados, fotos de animais e incluir
informações adicionais sobre problemas de saúde ou comportamentos atípicos
observados. Um sistema de modelagem matemática irá então correlacionar a
distância e a frequência dos registros com as anormalidades informadas, o tipo
de animal envolvido e outras informações para a construção de modelos de
alertas. Quando um alerta for disparado pelo sistema, a informação estará
disponível para os setores responsáveis e especialistas que deverão tomar as
medidas de cabíveis. A Rede de Laboratórios em Saúde serve de apoio para a
validação desses alertas, recebendo as amostras coletadas no campo e fornecendo
informações para o diagnóstico, que voltam a alimentar o sistema. Quando um
alerta for validado, ele proverá dados para a geração de um modelo de previsão
de oportunidades ecológicas para ocorrência de doenças, tornando possível agir
antes que as doenças acometam pessoas e outros animais.
O projeto contou com a
participação de pesquisadores do Laboratório Nacional de Computação Científica
(LNCC), que ajudaram a desenvolver o Sistema de Informação em Saúde Silvestre
(SISS), uma plataforma computacional que agrega bases de dados de diferentes
instituições e informações que serão fornecidas por pesquisadores e por
cidadãos em geral. Uma rede de laboratórios vai apoiar os trabalhos do centro,
validando as informações geradas pelo sistema.
O SISS-Geo está disponível
para aparelhos móveis com Sistema Operacional Android e, em breve, poderá ser baixado
também para IOS, Windows phone e desktop.
Fonte: Pamela Lang/ Fiocruz
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