A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
e a Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EMAp)
lançaram um sistema de monitoramento em tempo real para ajudar no combate à
dengue no Rio de Janeiro. Com o objetivo de integrar informações sobre o risco
de transmissão da doença, o Info Dengue permitirá saber quais as zonas mais
afetadas da cidade, agilizando as ações de combate à doença.
As informações estão
disponíveis no endereço http://alerta.dengue.mat.br. O sistema é um projeto
realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e será implementado na Secretaria de Vigilância em Saúde do Rio, antes
de ser oferecido às cidades de Belo Horizonte e Curitiba.
Os dados que alimentarão o
sistema serão disponibilizados pelas próprias secretarias dos municípios, por
meio de relatórios semanais com números de casos notificados por bairro e
índices de infestação, além de indicadores climáticos. Dados de denúncias de
focos do mosquito e de menção à dengue nas redes sociais também alimentarão o
sistema.
“O resultado é uma previsão
bastante fiel a respeito dos casos de dengue”, afirma a pesquisadora Cláudia
Codeço, coordenadora do projeto, que faz parte do Programa de Computação
Científica (PROCC) da Fiocruz. A pesquisadora explica que as predições serão
semelhantes às de meteorologia e divulgadas toda semana. “Não é possível prever
o número exato de casos, mas pode-se identificar se há tendência de aumento ou
diminuição”, diz.
O alerta será disponibilizado
por meio de um aplicativo, instalado na web e nas salas de controle das
prefeituras, permitindo o rápido acesso a diagnósticos semanais de situação e
prognósticos de curta duração. O projeto deve reduzir a distância entre a
modelagem de séries temporais, sempre aplicada ao passado por restrições
logísticas, e a necessidade de gerar informações em tempo “quase real” para
tomada de decisão.
“O controle da incidência e a
preparação para o enfrentamento de epidemias de dengue dependem de um
monitoramento eficaz de sinais que pressagiem o aumento de casos e potenciais
epidemias. Identificados estes sinais, a existência de metodologias
estatísticas robustas capazes de produzir alertas epidemiológicos torna-se um
fator decisivo para uma ação eficaz e oportuna”, informa o professor da
FGV/EMAp e coordenador do projeto, Flávio Codeço.
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