A repercussão da prisão do
marqueteiro João Santana e as consequências para o Palácio do Planalto são
itens que estão em destaque nas revistas que circulam neste fim de semana.
Assunto é capa das cinco principais revistas do país.
ÉPOCA aponta que os
investigadores da operação Lava Jato suspeitam, “baseados em evidências”, que o
marqueteiro João Santana recebeu dinheiro sujo da Odebrecht por dois tipos de
serviços: “os que ele fazia aqui, para Lula e Dilma, e os que ele fazia lá fora,
para amigos do lulismo”.
Já a ISTOÉ DINHEIRO traça o
perfil de João Santana, “o marqueteiro do PT que venceu as últimas três
eleições presidenciais no Brasil e está preso pela operação Lava Jato”. Texto
aponta que ele é “o marqueteiro mais endinheirado da política brasileira”.
ISTOÉ, em reportagem de capa,
relata que “documentos comprovam repasses de dinheiro desviado da Petrobras ao
marqueteiro de Dilma, João Santana, durante a campanha de 2014. Poder exercido
pelo publicitário sobre o Planalto é atestado por e-mails rastreados pela Lava
Jato”.
Capa da VEJA aponta que Dilma
Rousseff foi advertida pelo empreiteiro Emílio Odebrecht de que investigações
poderiam resvalar nos “pagamentos secretos das campanhas eleitorais do PT”.
CARTA CAPITAL afirma que a
prisão de João Santana, marqueteiro das campanhas de 2010 e 2014, expõe a
ligação entre o juiz Sérgio Moro e Gilmar Mendes na tentativa de cassar a chapa
Dilma-Temer e “reacendeu a esperança da oposição”.
Menções diretas ao segmento
estão concentradas na ISTOÉ DINHEIRO nas edições semanais.
Como principal destaque, MOEDA
FORTE, na DINHEIRO, publica breve entrevista com Robson Braga de Andrade,
presidente da CNI que “divulgou dados alarmantes”, em referência à Sondagem Industrial
indicando que “38% da capacidade de produção da indústria está ociosa”. MOEDA
FORTE reproduz algumas das principais declarações do dirigente.
“Nunca vi nada igual, mas
tenho certeza que sairemos dessa. Só não sabemos como e quando. Não dá para saber
porque não conseguimos prever o que vai acontecer com a política. Não tem
ninguém pensando no País como um todo. O governo Federal não faz isso, os
governos Estaduais estão quebrados e o Congresso não vota nada. Estamos a
reboque”, alerta Andrade.
Sobre o custo da crise, o
presidente da CNI afirma: “O custo será altíssimo. Em 2014, a indústria de
transformação representava 14% do PIB, no ano passado, a participação caiu para
9% de um PIB menor. No ano passado, perdemos 1,5 milhão de empregos e vamos perder
mais 700 mil neste ano. Dificilmente recuperaremos isso, mesmo no longo prazo”.
Tratando do comércio exterior,
Andrade disse à coluna que “hoje o empresariado está trabalhando no curto
prazo, tanto que os investimentos estão parados. O que os empresários estão
tentando é aproveitar a alta do dólar para exportar. Mas não é fácil. Tem que
competir com a China, com os Estados Unidos, com o Japão”.
Em reportagem, ISTOÉ DINHEIRO
analisa projeto de lei no Congresso promete regulamentar a profissão de lobista,
que é muito respeitada no exterior e, embora controverso, “é extremamente
acessado pelas principais empresas e entidades corporativas”.
Segundo a revista, a demanda
por esse tipo de serviço vem crescendo no Brasil.
“Profissionais com ampla experiência
e muito trânsito no poder público são extremamente valorizados. As grandes
empresas e as principais entidades empresariais, como a CNI e a CNA, mantêm
funcionários dedicados ao tema e ainda contratam escritórios terceirizados”,
explica a reportagem.
“As próprias entidades, em
última análise, exercem o papel de lobistas quando defendem os interesses do
seu setor”, afirma ISTOÉ DINHEIRO. “Vai me dizer que não vai continuar tendo
lobby? O que é a CNI? E a CNA? O que é a OAB? Você acha que eu não sou procurada
na Câmara por diversos setores?”, diz a deputada federal Cristiane Brasil
(PTB-RJ).
ISTOÉ DINHEIRO posiciona que
para os lobistas “que estiverem agindo fora da lei, já existe o Código Penal.
Para quem trabalha legalmente, a regulamentação é bem-vinda para esclarecer os
limites e dar transparência a uma atividade que tende a crescer”.
Os reflexos para o setor de
infraestrutura de casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato avançam
no noticiário.
Como ponto de atenção, em
entrevista à ISTOÉ, a presidente do Instituto Compliance Brasil, Sylvia
Urquiza, alerta que "há risco de quebrar a indústria nacional". Ela
defende os acordos de leniência e diz que, a partir da Lava Jato, o País
precisa aprimorar a sua legislação.
“Olha a dificuldade na Lava
Jato para uma empresa fechar um acordo de leniência. Do jeito que está, sem uma
costura bem feita por todos esses órgãos, vamos quebrar a indústria nacional.
Hoje, a gente está falando de empreiteiras na Lava Jato. Amanhã, a gente estará
falando de outros setores econômicos”, afirma Urquiza.
Em entrevista às PÁGINAS AMARELAS,
na VEJA, o jurista Modesto Carvalhosa, um dos primeiros especialistas a se
debruçar sobre a nova Lei Anticorrupção, afirma que há uma solução para acabar
com a promiscuidade entre governos e empreiteiras.
Segundo ele, o caso
investigado pela Lava Jato é “resultado de uma relação promíscua entre
empreiteiras e o poder público”.
“Nesse ‘capitalismo de
compadres’, tudo é estabelecido através das relações patrimonialistas e
promíscuas entre empresários e o poder público. No caso das empreiteiras brasileiras,
esse capitalismo de compadres é ainda mais preocupante”, afirma.
“Os favores e vantagens que os
políticos recebem se traduzem, nos momentos certos, em contratos com o poder
público. E esses acertos fundam-se sempre em uma série de ilegalidades, como
superfaturamentos, falsas medições, péssima qualidade de obras, atrasos e
abandono”, explica o jurista.
“Precisamos oficializar a
prática através de uma lei própria ou alterar as existentes. A Lei de
Licitações, a 8666/93, aborda o seguro-garantia, mas fala em apenas 10% do
valor da obra. Precisamos chegar a até 120%, para que, além do valor total da
obra, sejam incluídos eventuais gastos extras”, sugere Carvalhosa.
Semanários também noticiam que
o Senado aprovou o projeto que muda a exploração do pré-sal.
SEMANA, na ISTOÉ, informa que
“com 40 votos a favor, 26 contra e duas abstenções, o projeto que enterra a
obrigatoriedade da Petrobras de ser a operadora única do pré-sal foi aprovado
pelo Senado”.
CARTA CAPITAL aponta que o
projeto aprovado “derruba a exclusividade dada à Petrobras para operar o
pré-sal e elimina o porcentual obrigatório de 30% de participação da estatal em
todos os projetos de exploração”.
“Os defensores das mudanças
argumentam que a empresa está sem fôlego financeiro e as exigências da Lei da
Partilha comprometem seu futuro. Os senadores substituíram a obrigatoriedade
pelo direito de preferência na escolha dos blocos a serem leiloados daqui para
a frente”, afirma.
ISTOÉ DINHEIRO afirma que, se
passar pela Câmara e for sancionada pela presidente Dilma Rousseff, “a lei
abrirá caminho para uma nova rodada de leilões, provavelmente a partir de 2017.
Trata-se de um respiro para a combalida petroleira”.
Ainda nesse contexto, VEJA
posiciona que o governo passou a perna no PT e uniu-se aos tucanos para aprovar
o projeto que desobriga a estatal de participar de todos os campos do pré-sal.
“A medida deve destravar os investimentos na exploração petrolífera”, afirma.
Em outra frente, BRASIL
CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, assinala que “o povo brasileiro é um eterno otimista. E
uma pesquisa do Sebrae comprova a tese. O índice que mede a confiança dos
empresários para 2016 melhorou e alcançou em janeiro 99 pontos”.
Desde fevereiro de 2015, expõe
a coluna, “o indicador permanece sistematicamente abaixo dos 100 pontos. No
último julho, o índice teve seu pior desempenho, com 93 pontos. Para o
presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, o dado mostra a gradual retomada
da confiança do setor”.
DINHEIRO NA SEMANA, na ISTOÉ
DINHEIRO, aponta: “Medidas que coloquem fim à burocracia no Brasil devem ser
comemoradas. Na semana passada, o fim da exigência dos registros e das
impressões de livros contábeis enviados à Receita Federal vai reduzirem quase
R$ 500 milhões o gasto das empresas, em cinco anos. A conquista é parte do
programa Bem Mais Simples Brasil, coordenada por Guilherme Afif Domingos,
presidente do Sebrae”.
"Há 1,1 milhão de livros
à espera de autenticação", diz Afif.
A SEMANA, na CARTA CAPITAL,
registra que “a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas
aumentou de 6,9%, em dezembro, para 7,6%, em janeiro, o pior resultado para o
mês desde 2009, revela a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE”.
Segundo a abordagem, o governo
arrecadou R$ 129,3 bilhões em janeiro, queda real de 6,7% ante o mesmo período
do ano anterior.
“Apesar do recuo, o governo
central, que reúne Tesouro, Previdência Social e Banco Central, registrou um
superávit primário de 14,8 bilhões de reais, o primeiro resultado positivo
desde abril do ano passado. O recente leilão de 29 usinas hidrelétricas
engordou o excedente”, afirma A SEMANA.