A
Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma nova comissão de alto nível,
composta por chefes de Estado e ministros, líderes em saúde e desenvolvimento e
empresários. O grupo deve propor soluções arrojadas e inovadoras para acelerar
a prevenção e o controle dos principais assassinos mundiais – as doenças crônicas
não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardíacas e pulmonares, cânceres e
diabetes.
A Comissão
Independente Mundial de Alto Nível da OMS sobre DCNTs é co-presidida
pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez; pelo presidente do Sri Lanka,
Maithripala Sirisena; pelo presidente da Finlândia, Sauli Niinistö; pela
ministra da Saúde da Federação Russa, Veronika Skvortsova; e pela ex-ministra
federal do Paquistão, Sania Nishtar.
Sete
em cada 10 mortes registradas no mundo todos os anos ocorrem devido às doenças
crônicas não transmissíveis, sendo o uso do tabaco, consumo nocivo do álcool,
dietas pouco saudáveis e inatividade física seus principais contribuintes. Mais
de 15 milhões de pessoas com idade entre 30 e 70 anos morrem por DCNTs
anualmente. Os países de baixa e baixa-média renda média são cada vez mais
afetados – metade das mortes prematuras por DCNTs ocorrem nesses países. Muitas
vidas podem ser salvas por meio do diagnóstico precoce e do acesso melhorado a
tratamentos acessíveis e de qualidade, bem como de uma abordagem de todo o
governo para reduzir os principais fatores de risco.
"As
DCNTs são os principais assassinos evitáveis globais, mas o mundo não está
fazendo o suficiente para preveni-los e controlá-los", disse Vázquez.
"Temos que nos perguntar se queremos condenar as gerações futuras a
morrerem muito jovens e viverem com problemas de saúde e oportunidades
perdidas. A resposta é claramente ‘não’. Mas há muito o que podemos fazer para
salvaguardar e cuidar das pessoas, protegendo todos do tabaco, uso nocivo do
álcool, alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas, para oferecer às
populações os serviços de saúde que precisam para deter as DCNTs a
tempo”.
Michael
R. Bloomberg, embaixador mundial da OMS para Doenças Crônicas Não
Transmissíveis e membro da comissão, disse que "pela primeira vez na
história, mais pessoas morrem por doenças não transmissíveis, como enfermidades
cardíacas e diabetes, do que por doenças infecciosas. Essa perda de vida humana
não poupa ninguém – rico ou pobre, jovem ou idoso – e impõe altos custos
econômicos às nações. Quanto mais apoio público construímos para as políticas
governamentais que comprovadamente salvam vidas – como essa Comissão –, mais
progressos podemos fazer em todo o mundo".
A
nova comissão foi criada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
e funcionará até outubro de 2019. Proporcionará recomendações viáveis para
contribuir com a Terceira Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações
Unidas sobre DCNTs, programada para o segundo semestre de 2018. Isso inclui a
apresentação do primeiro relatório ao diretor-geral, no início de
junho."Todos merecem o direito a uma vida saudável", afirmou Tedros. "Podemos
vencer os condutores da epidemia de DCNTs, que estão entre os principais
obstáculos para a saúde no mundo. Espero que a comissão nos mostre novas formas
de desbloquear as barreiras à boa saúde e identifique medidas inovadoras,
audaciosas e práticas para aumentar a prevenção e o tratamento das DCNTs,
proporcionando saúde para todos".
Nishtar
explicou que o estabelecimento da comissão acontece em um momento oportuno, à
medida que o mundo se prepara para a reunião de alto nível da ONU sobre as
DCNTs. "Este ano, os governos serão responsabilizados pelo progresso que
fizeram para proteger seus cidadãos das doenças crônicas não transmissíveis”,
disse. "Embora tenha havido melhorias em alguns países e regiões, a taxa
global de progresso foi inaceitavelmente lenta. Isso resulta em muitas pessoas
sofrendo e morrendo desnecessariamente por DCNTs, deixando famílias,
comunidades e governos a cargo dos custos humanos e econômicos".
A
Assembleia Mundial da Saúde aprovou o conjunto de "melhores compras"
da OMS e outras intervenções comprovadamente rentáveis para prevenir ou atrasar
a maioria das mortes prematuras por DCNTs. Tais medidas, que podem ser
facilmente ampliadas nos países, centram-se na prevenção, tratamento e
conscientização sobre essas doenças.
[Conteúdo traduzido pela
Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da
Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. A versão original, em inglês, foi publicada pela
sede da OMS no dia 16 de fevereiro de 2018, no seguinte link: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2018/world-leaders-ncds/en/].
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