Fonte de conhecimento e porta
de entrada para um vasto universo de histórias e fantasias, os livros não são
apenas procurados por quem deseja se alimentar de saberes, mas, também, são os
alvos preferidos de algumas espécies de insetos que devoram suas páginas. A
partir de agora, os principais espécimes que provocam danos às bibliotecas e
seus acervos históricos estão reunidos em um só lugar. Criada por pesquisadores
do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a cartilha Insetos Bibliófagos
- Identificação, prevenção e controle apresenta, com o uso de imagens
e de uma linguagem clara, as características básicas e os hábitos de traças,
baratas, cupins, dentre outros insetos, e explica as formas mais eficazes para
evitar, detectar e combater essas pragas. De autoria dos biólogos Jane Costa e
Márcio Felix, do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC, o guia está
disponível para download gratuito (clique aqui).
Os insetos bibliófagos compõem
um grupo diverso que inclui traças, baratas, cupins, besouros e
piolhos-de-livro. Alguns consomem e vivem no papel, outros preferem materiais
aplicados ao papel, como cola, goma e gelatina. As traças-dos-livros ou
traças-de-papel estão entre os principais causadores de danos aos livros e
bibliotecas no Brasil. Pragas comuns em climas úmidos, elas possuem hábitos
noturnos e podem ser reconhecidas por deixar superfícies ásperas, corroídas e
buracos irregulares no papel.
Os cupins, por sua vez, são
altamente destrutivos em relação a madeiras estruturais, devido à facilidade
com que se espalham em grande quantidade para mobiliários, prateleiras,
arquivos e livros. Eles deixam rastros nas formas de buracos profundos,
galerias de trajetos irregulares e rasuras. As fezes são geralmente numerosas e
em aspecto de diminutos grãos claros.
Geralmente relacionadas a
ambientes sujos como esgotos e sarjetas, as baratas também possuem função
importante na deterioração de acervos. A cartilha destaca três espécies que
apresentam diferentes perfis em relação à temperatura, umidade e tipo de
alimentação. No que diz respeito aos danos, elas podem causar desgaste com
formato irregular e manchas por conta das fezes escuras.
Prevenção e controle
Uma das formas mais eficientes
para prevenir os danos causados por insetos bibliófagos é o estabelecimento de
um programa de Controle Integrado de Pragas (CIP), que envolve, entre outras
ações, a busca regular por sinais de pragas, o uso de armadilhas e o armazenamento
dos livros em ambiente limpo e seco. “Essa cartilha tem um enfoque objetivo e
pode ser aplicada às questões da preservação dos acervos bibliográficos. É
dedicada a todos os profissionais responsáveis por acervos das mais diversas
áreas do conhecimento, da saúde à economia, da história da humanidade à
ecologia. O material oferece todo um auxílio no passo-a-passo para o
monitoramento e controle desses insetos”, esclarece Jane Costa.
Acesse o guia e confira todas as informações.
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