A
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
divulgou na noite desta sexta-feira (16) uma atualização epidemiológica sobre a febre amarela nas
Américas, com dados fechados até 15 de fevereiro. Desde o último informe
(de 12 de janeiro deste ano), Brasil e Peru relataram
novos casos da doença.
Os
países das Américas registram dados em períodos diferentes, de acordo com as
realidades locais. O Peru notificou três casos prováveis de febre amarela – um
dos quais foi confirmado em laboratório – entre as semanas epidemiológicas 1 e
4 (31 /12/2017 a 27/01/2018). Um casal foi infectado no Distrito Callería, na província
Coronel Portillo, no departamento de Ucayalli. O homem morreu, mas sua esposa
recebeu alta. O terceiro caso é um morador de Unión Progreso, distrito de
Inambari, no departamento de Madre de Dios. Todas as pessoas viviam em área de
risco de transmissão de febre amarela, mas nenhuma havia se vacinado.
Já
os informes de febre amarela do Brasil seguem a sazonalidade da doença, que
acontece, principalmente, no verão (geralmente com aumento de casos de dezembro
a maio). De acordo com informações do Ministério da Saúde brasileiro divulgadas
um dia após o fechamento da atualização epidemiológica da OPAS/OMS, foram
confirmados de 1º de julho de 2017 a 16 de fevereiro de 2018, 464 casos de
febre amarela no país, dos quais 154 resultaram em mortes.
Além
disso, foram confirmados casos da doença em dois viajantes europeus não
vacinados, que estiveram em áreas do Brasil consideradas de risco para febre
amarela. A ocorrência desses casos reforça a necessidade de os países
fortalecerem a disseminação de recomendações para viajantes internacionais.
A
OPAS/OMS insta os Estados Membros a continuarem os esforços para imunizar a
população em risco e a tomarem as medidas necessárias para manter os viajantes
informados e vacinados em áreas onde a vacinação contra febre amarela é
recomendada.
Aedes
albopictus
O
alerta também registra que o Instituto Evandro Chagas, vinculado ao Ministério
da Saúde do Brasil, identificou o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes
albopictus. Esses mosquitos foram capturados em áreas rurais do estado de Minas
Gerais em 2017. O significado da descoberta requer mais estudos,
particularmente para confirmar a capacidade de transmissão da febre amarela
pelo Aedes albopictus.
Atualmente,
o Brasil e o Peru são afetados apenas pela febre amarela silvestre. O último
caso de febre amarela urbana registrado nas Américas ocorreu em 2008, no
Paraguai.
Doença
A
febre amarela é prevenida por uma vacina eficaz e segura. Em geral, 90% das
pessoas levam 10 dias a partir da data de vacinação para desenvolver imunidade
ao vírus da febre amarela (o índice sobe para 99% das pessoas 30 dias após a
vacinação).
Também
é importante se proteger contra picadas de mosquitos, principalmente as pessoas
que foram vacinadas há menos de dez dias e as que não podem tomar a vacina.
Recomenda-se vestir roupas que cubram a pele, dormir debaixo de mosquiteiros
impregnados com inseticida, mesmo durante o dia, e usar repelentes.
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