A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ampliação do acesso aos testes e
ao tratamento da infecção por tuberculose (TB), especialmente entre grupos que
estão particularmente em risco, como crianças pequenas e pessoas vivendo com
HIV. A mudança expandirá o acesso aos testes e cuidados para pessoas com
infecção latente. Caso não recebam o tratamento adequado, pessoas com essa
condição podem desenvolver tuberculose ativa no futuro.
"As
novas orientações da OMS ajudarão os países a catalisar a prevenção da TB e
contribuirão para acabar com a epidemia de tuberculose", disse Tereza
Kasaeva, diretora do Programa Global de TB da OMS. "Certificar-se de que
todos possam obter o tratamento de que necessitam, para evitar que a
tuberculose latente se torne uma TB ativa, salvará vidas e reduzirá o
sofrimento".
Destaques
As
novas diretrizes atualizadas e consolidadas pela OMS para o gerenciamento
programático da infecção latente da tuberculose recomendam ações em três
frentes:
- Expansão do
número de grupos priorizados para o teste e para o tratamento da infecção
latente de tuberculose. Os
profissionais de saúde têm priorizado testes e tratamento de pessoas
vivendo com HIV e de crianças menores de cinco anos que estiveram em
contato com pessoas com TB. A OMS já identificou como grupos adicionais de
alto risco crianças soronegativas com idade ≥ 5 anos, adolescentes e
adultos que tiveram contato com pacientes com TB e TB multidroga
resistente.
- Expansão das
opções de teste. A OMS
recomenda a ampliação dos testes para a infecção latente de tuberculose em
países com alta e baixa carga da doença. O teste de tuberculina ou o
interferon-gamma release assay (IGRA) podem ser utilizados para testar a
infecção latente. A doença ativa deve sempre ser descartada antes da
prescrição do tratamento preventivo, de acordo com as diretrizes da OMS.
- Expansão das
opções de tratamento. A
OMS está recomendando dois novos regimes de tratamento, mais curtos, para
tratar a infecção latente por tuberculose. As drogas rifapentina e
isoniazida utilizadas semanalmente por três meses podem ser oferecidas
como alternativa aos seis meses de monoterapia com isoniazida como
tratamento preventivo para adultos e crianças. A administração dessas duas
drogas diariamente por três meses deve ser oferecida como alternativa aos
seis meses de monoterapia com isoniazida como tratamento preventivo para
crianças e adolescentes menores de 15 anos. Esses regimes mais curtos
ajudarão os pacientes a aderirem e completarem o tratamento.
A
OMS também está lançando um aplicativo para dispositivos móveis com o intuito
de apoiar o gerenciamento programático da infecção latente de tuberculose. Os
países são encorajados a adaptar essa ferramenta aos seus contextos e também a
garantir o monitoramento e a avaliação sistemáticos. Acesse o aplicativo no
link http://www.who.int/tb/areas-of-work/preventive-care/ltbi/ltbi_app/en/.
"A
ampliação do tratamento preventivo para tuberculose tem sido lenta. Apenas 12
dos 30 países com uma alta carga da doença associada ao HIV notificaram a
provisão de tratamento preventivo entre pessoas vivendo com HIV e apenas 13%
dos 1,3 milhões de crianças elegíveis receberam o tratamento preventivo em
2016", afirmou Haileyesus Getahun, coordenador para TB/HIV e envolvimento
comunitário do Programa Global de TB da OMS. "Esperamos que as novas
diretrizes rompam o status quo em muitos países e contribuam para a
implementação global dos esforços para a prevenção da tuberculose".
Espera-se
que as diretrizes consolidadas orientem o desenvolvimento das diretrizes
nacionais para a gestão da tuberculose latente, adaptadas à epidemiologia
nacional e local, à infraestrutura da saúde e a outros determinantes. Elas
também contribuirão nas respostas mundiais e nacionais para encontrar e atingir
os pacientes com tuberculose que não estão sob cuidados, por meio de rastreio e
teste sistemáticos.
As
diretrizes devem ser usadas principalmente em programas nacionais de controle
de TB e HIV ou seus equivalentes nos ministérios da saúde e para outros
responsáveis pela formulação de políticas sobre TB e HIV e doenças infecciosas.
Elas também são apropriadas para funcionários de outros ministérios com linhas
de trabalho na área da saúde.
"Estamos
ansiosos para implementar estas novas diretrizes, pois elas oferecem uma série
de oportunidades, incluindo regimes de TB preventivos mais simples, mais
curtos, que ajudarão a revigorar a ampliação da prevenção da tuberculose em
países como o nosso, que tem uma alta carga da doença", pontuou Yogan
Pillay, diretor-geral para a saúde na África do Sul. "Essas diretrizes são
claramente transformadoras e percorrerão um longo caminho para garantir que
nenhuma pessoa em risco seja deixada para trás".
As
diretrizes foram desenvolvidas após pedidos dos países. A OMS trabalhará junto
aos Estados Membros para mobilizar os recursos necessários e garantir sua
implementação.
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