Ofertado no SUS, o
metotrexato, antes financiado e adquirido pelos estados, passará a ser
adquirido diretamente pela pasta. Medida deve facilitar o acesso dos pacientes
ao tratamento
Para
ampliar a oferta e garantir o acesso de pacientes ao tratamento da artrite
reumatoide no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde irá
centralizar a aquisição do medicamento metotrexato nas apresentações 2,5 mg e
25 mg/mL (injetável). Com a mudança, o remédio passa a ser adquirido
diretamente pela Pasta e distribuído aos estados de acordo com a necessidade de
cada um. Anteriormente a responsabilidade de aquisição e financiamento deste
medicamento era dos estados. A portaria foi publicada nesta quinta-feira (22), no
Diário Oficial da União.
Para
a aquisição serão investidos cerca de R$ 3,9 milhões por ano. Na prática, a
centralização do medicamento, aumentará o acesso da população ao medicamento,
considerado como a primeira linha de tratamento no SUS.
“O
medicamento já é ofertado no SUS. A centralização do metotrexato é mais uma medida
de gestão buscando a melhor aplicação do orçamento do SUS. Ao comprar de forma
centralizada, o Ministério da Saúde terá maior poder de barganha para negociar
o preço com os fornecedores e aumentar o acesso da população que necessita
deste medicamento”, explica o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
ACESSO
No
Brasil, o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) do Ministério da
Saúde, atualizado em 2015, estabelece o tratamento da artrite reumatoide.
Dentre os medicamentos disponibilizados pelo SUS para tratamento da artrite
reumatoide, destacam-se: adalimumabe, cerolizumabe pegol, etanercepte,
infliximabe, golimumabe, abataecepte, rituximabe e o tocilizumabe.
O
atendimento à pessoa com doença reumática no âmbito do SUS envolvem também
cuidados clínicos em equipe multiprofissional, incluindo acolhimento, avaliação
de história clínica e investigação com exames laboratoriais (exemplo fator
reumatoide) e de imagem, além de tratamento com práticas integrativas e
complementares, analgesia medicamentosa e não medicamentosa, cuidados em
fisioterapia e sessões de acupuntura. Na atenção especializada são
disponibilizadas consultas com médico reumatologista e ortopedista e outros
profissionais da saúde, além de reabilitação física e procedimentos cirúrgicos.
A
artrite reumatoide é uma doença autoimune, inflamatória, sistêmica e crônica.
No Brasil, um estudo de 2004 mostrou prevalência de 0,46%, representando quase
um milhão de pessoas com essa doença. A incidência da doença artrite reumatoide
aumenta com a idade e o maior pico é entre os 30 e 50 anos. O sexo feminino é o
mais acometido pela doença, cerca de duas a três vezes em relação ao sexo
masculino. Se não forem tratadas, 20 a 30% das pessoas com artrite reumatoide
ficam permanentemente incapazes de realizar suas atividades, após três anos do
diagnóstico.
Gabriela Rocha, Da
Agência Saúde
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