Aviões da Força Aérea
Brasileira (FAB) passarão a ser usados para transportar medicamentos e insumos
de saúde que não estão chegando ao destino por conta da greve dos
caminhoneiros, de acordo com o ministro da Secretaria de Governo da Presidência
da República, Carlos Marun. Os insumos serão transportados em voos regulares.
A informação foi dada hoje
(28) em coletiva de ministros no Palácio do Planalto. "A Força Aérea passa
a transportar medicamentos por determinação do presidente em conjunto com o
comitê de crise. Foi determinado que a Força Aérea passe a transportar
medicamentos e insumos da área da saúde para os hospitais". Segundo ele, o
presidente Michel Temer "tem revelado uma preocupação cada vez maior com a
questão da vida humana, da saúde".
Mapeamento
O Ministério da Saúde informou
que todos os estados estão sendo acompanhados e as demandas, mapeadas. As
necessidades do setor estão sendo atendidas, segundo a pasta, com o apoio de
forças federais, estaduais e municipais. "Ainda não há um balanço geral das
iniciativas dos três entes federados", informou o ministério, por meio de
nota.
Em diversas localidades há
registros de falta medicamentos e insumos hospitalares. No Rio de Janeiro
a Secretaria Estadual de Saúde suspendeu, a partir de hoje
(28), as cirurgias eletivas (não emergenciais) em sua rede de hospitais.
O mesmo procedimento foi
adotado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que também suspendeu
consultas ambulatoriais em hospitais e policlínicas. As unidades básicas de
saúde permanecem fechadas hoje. Serão priorizados casos de urgência e
emergência e o transporte de pacientes para exames será feito apenas em casos
de extrema necessidade A remarcação, segundo a pasta, será feita na primeira
oportunidade.
Em entrevista à Agência
Brasil, o vice-presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Eduardo de
Oliveira, disse que o estado de São Paulo, em particular, enfrenta problemas
relacionados ao deslocamento de funcionários - sobretudo os que trabalham na
periferia, em unidades de pequeno e médio porte.
Outro alerta da entidade diz
respeito ao estoque de sangue nos hemocentros do estado. "Os doadores
estão com dificuldade para chegar ao posto de coleta. E o estoque das unidades
está começando a acabar. Se essa situação não se normalizar, vamos ter
problemas cada vez piores", avaliou.
Animais
De acordo com o ministro-chefe
da Casa Civil, Eliseu Padilha, diante da situação crítica de falta de ração
para animais que, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
poderá levar a morte de pelo menos 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos, o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, juntamente com o Ministério
da Saúde, estão tratando de protocolos para atuar se necessário.
"Não se fala ainda e
emergência, o assunto está sob controle e na medida que tenhamos a retomada do
transporte, a retomada do abastecimento, a retomada da ração, das condições de
manutenção deles, sairemos desse risco da emergência", diz o ministro.
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